O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

melhorias no ataque a grandes incêndios, é manifesto que o maior desafio para o futuro reside

em diminuir a vulnerabilidade do território rural a esses incêndios, especialmente considerando

o quadro desfavorável de alterações climáticas.

1. Introdução

O acompanhamento dos resultados alcançados, em base anual ou plurianual, é essencial para

informar o ajustamento e melhoria das políticas e instrumentos de gestão de fogos rurais. Essa

monitorização está muito frequentemente centrada em métricas simples da piroatividade,

nomeadamente o número de ocorrências de fogo e a área ardida correspondente, recorrendo-

se a comparações entre anos ou séries temporais consecutivas sem considerar o contexto

biofísico, nomeadamente meteorológico. O não «descontar» da influência desse contexto nas

análises comparativas, incluindo a influência das alterações climáticas em curso no perigo de

incêndio (Barbero et al. 2020) e na piroatividade (Turco et al. 2019), favorece a retirada de ilações

abusivas relativamente à (in)eficácia da prevenção ou do combate ou à evolução positiva ou

negativa do desempenho do sistema de gestão do fogo. Por essa razão, é impossível avaliar

adequadamente a evolução desse desempenho em Portugal a partir dos vários estudos

existentes sobre os padrões temporais da área ardida (Marques et al. 2011, Nunes et al. 2016,

Turco et al. 2016, Silva et al. 2019).).

Neste Estudo Técnico o OTI procurou analisar objetivamente a evolução dos resultados da

gestão do fogo em Portugal Continental nos últimos anos. Começa-se por apreciar, numa

perspetiva de mais longo prazo, como evoluíram entre 2001 e 2020 o número de ignições e a

superfície queimada, bem como a sua repartição por classe de severidade meteorológica. Em

seguida compara-se o período pós-2017 com os 10 anos anteriores, globalmente ou procurando

detetar evoluções ao longo do tempo e dando maior ênfase (no ponto 3) ao ano de 2020.

Considerámos três abordagens complementares:

1. Distribuição das ocorrências e da área ardida por classe de dimensão nos dois períodos,

talvez o mais importante indicador de modificações no desempenho funcional de uma

política de gestão do fogo. A contribuição dos grandes incêndios para o total da área ardida

deve ser especial motivo de preocupação, pelas implicações que eventos de maior

dimensão têm na severidade dos impactos do fogo

2. Resistência do dispositivo de pré-supressão e supressão às condições meteorológicas e

ao número de ocorrências.

3. Desvio dos resultados obtidos no período 2018-2020 para um conjunto alargado de

indicadores face ao que seria expectável obter por extrapolação dos resultados de 2008-

2017 para o mesmo contexto biofísico.

O documento termina com uma síntese e apreciação global dos resultados obtidos.

28 DE DEZEMBRO DE 2020______________________________________________________________________________________________________

5