uma área. No entanto, o programa dessa cidade, depois, pode e deve, do meu ponto de vista, ser abrangente, conforme aquilo que faça sentido na própria cidade.
Assim, a articulação com Gaia foi, desde o princípio, assumida pela comissão instaladora, nomeadamente no que tem a ver com o património mundial. Portanto, isso é uma conversa que está em curso entre o Presidente da Câmara e a Sociedade Porto 2001 - aliás, foi nesse quadro que foi considerada recentemente, numa deslocação que fiz a Gaia, uma intervenção do IPPAR, quer na serra do Pilar quer em Grijó.
Relativamente às questões colocadas pela Sr.ª Deputada Maria Luísa Ferreira, posso dizer-lhe que, não as remetendo para outros ministérios, elas têm, em todo o caso, de ser colocadas a outros ministérios. Mas, mesmo assim, posso dizer-lhe que, porque foi uma questão que a UNESCO colocou relativamente à Batalha, está em curso um processo de concurso da via alternativa.
Porém, quero só dizer-lhe o seguinte e é a única coisa que responderei: não sei o que foi o "dia D"! Sei o que foram as Jornadas Europeias do Património, que têm lugar em toda a Europa, na mesma altura. Isso eu sei o que foi! Não aceito que se desqualifique a nossa associação a um movimento europeu de defesa do património com leituras dessas e tenho pena que tenha sido isso que a Sr.ª Deputada reteve das Jornadas Europeias do Património que tiveram lugar no ano passado.
Quanto à pergunta colocada pelo Sr. Deputado Strecht Monteiro, vinda, ao que parece, de uma questão muito recente, só posso manifestar-lhe a minha natural disponibilidade para encontrar uma solução, se a situação é a que disse, pois, como sabe, há sempre possibilidade de transferências de verbas, havendo áreas do PIDDAC do IPPAR que estão preparadas para casos novos, como pode ser este, sobretudo se for para tratar da recuperação de imóveis em função da presidência portuguesa das Comunidades no ano 2000.
Portanto, nada mais quero dizer, porque não conheço concretamente a questão, mas posso garantir-lhe que ela será certamente enquadrada.
Passarei agora a responder às questões colocadas pelos Srs. Deputados António Braga, Fernando Pereira Marques e Lino de Carvalho, e, desde já, digo que, relativamente a Braga - e não deve ter um caso com o Deputado António Braga, para responder ao Deputado José Calçada -, o investimento do Ministério da Cultura, nesta Legislatura, em Braga (e sei que os números vão incomodar, mais uma vez, o Sr. Deputado Manuel Frexes), passou de 823 000 contos em toda a legislatura anterior para 2,288 milhões de contos. Percebo que, com estes números, quase apeteça não saber fazer contas... Não sei se é o caso.
Relativamente às questões concretas que o Sr. Deputado António Braga colocou, posso dizer-lhe que fizemos uma grande aposta nas orquestras regionais, tendo o Ministério compromissos financeiros muito elevados com estas orquestras, para além da orquestra sinfónica, da orquestra do Porto, da orquestra das Beiras, da orquestra do Norte e da orquestra metropolitana.
Há um organismo no Ministério da Cultura, o Instituto Português de Arte e Espectáculo, que tem um financiamento na área da música, tem regulamentos e critérios precisos e tem um júri de determinação dos apoios e penso que o caso da Orquestra de Braga não foi contemplado ao abrigo desse apoio, como, certamente, aconteceu com outras orquestras do País.
Toda a gente conhece os méritos da orquestra que referiu e, como a dotação deste Instituto é maior para este ano, espero que possa ser possível, até porque sei que se trata de uma verba relativamente pequena, apoiar essa orquestra que mencionou.
Quanto ao Teatro Circo, posso dizer-lhe que a Companhia de Teatro de Braga teve um reforço de verbas muito grande nos últimos anos - de resto, tem-se muitas vezes congratulado com essa situação - chegando a um financiamento de cerca de 100 000 contos, como referiu.
Mas, a propósito disto, quero, muito rapidamente, dizer o seguinte: nós herdámos, no domínio de recintos de espectáculos, cine-teatros, em geral, uma situação que era calamitosa por razões diversas e que, em grosso modo, decorre das grandes transformações civilizacionais dos últimos 30 anos que têm a ver com as alterações dos hábitos das pessoas, o que levou a que grande parte dos cine-teatros fossem abandonados, porque os hábitos alteraram-se, as pessoas começaram a ver mais televisão, porque se apostou em salas pequenas... Por isso, há um conjunto importante de património nessa área que foi estando cada vez mais em condições difíceis, património esse que, em grande parte, era privado, não havendo intervenção autárquica ou do Estado. Procurámos fazer um levantamento dessa situação, como foi público, no ano passado e isso traduziu-se numa necessidade de financiamento, se fosse para responder a todas as situações no País, de cerca de 25 milhões de contos, o que era incomportável para o Ministério da Cultura.
Neste momento, definimos uma estratégia que terá bons resultados, penso, que é a de hierarquizar as intervenções e apostar num conjunto de equipamentos onde se possam fazer intervenções a sério. Ou seja, nada adianta, sejamos francos, tendo esta situação nacional, investir 5000 ali, 3000 além ou 2000 contos aqui... Não adianta, pois continuamos sem ter espaços para itinerância e para circulação nacional de companhias de teatro.
O Ministério da Cultura irá anunciar em Dezembro, num quadro que será o maior protocolo de mecenato alguma vez feito neste país, um apoio absolutamente original à rede nacional de salas de espectáculos que envolverá milhões de contos e com o qual vamos começar muito claramente. A regra está definida: vamos começar pelas capitais de distrito.
O que não aceitamos - e eu não deixarei que continue a acontecer - é que Guarda, Aveiro, Beja não tenham um cine-teatro e, entretanto, continuar-se com uma política, que se fez durante muito tempo, de pequenos apoios que deixam tudo na mesma. Nós vamos resolver estruturalmente este problema, começando pelas capitais de distrito e, progressivamente, indo à medida que os orçamentos e o tempo o permitam, a todos os outros equipamentos que estejam noutra localização.
Sobre a fotografia, o Sr. Deputado sabe que fizemos uma grande aposta em Braga, nos Encontros de Imagem, que, tal como Coimbra, são dos acontecimentos mais relevantes no domínio desta arte, tendo a câmara apostado no Museu Municipal e tudo isto corre muito bem.
O que fizemos em Lisboa - e aproveito para responder à questão que o Deputado Fernando Pereira Marques colocou há pouco - foi outra coisa: foi concretizar algo que estava já na Lei Orgânica do Centro Português de Fotografia, que foi criar o arquivo de Lisboa e resolver um conjunto de problemas que existiam na altura.
O Centro Português de Fotografia tem sede no Porto e é lá que vai ter o arquivo do Porto, enquanto que o arquivo