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Sexta-feira, 16 de junho de 2023 Número 61
XV LEGISLATURA
S U M Á R I O
Proposta de Lei n.º 90/XV/1.ª (GOV):
Autoriza o Governo a transpor a Diretiva (UE)2019/2121, na parte respeitante às transformações, fusões e cisões transfronteiriças.
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ÀS COMISSÕES DE TRABALHADORES OU ÀS RESPETIVAS COMISSÕES COORDENADORAS, ASSOCIAÇÕES SINDICAIS E ASSOCIAÇÕES DE
EMPREGADORES
Nos termos e para os efeitos dos artigos 54.º, n.º 5, alínea d), e 56.º, n.º 2, alínea a), da Constituição, do artigo 134.º do Regimento da Assembleia da República e dos artigos 469.º a 475.º da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro (Aprova a revisão do Código do Trabalho), avisam-se estas entidades de que se encontra para apreciação, de 16 de junho a 16 de julho de 2023, a iniciativa seguinte:
Proposta de Lei n.º 90/XV/1.ª (GOV)— Autoriza o Governo a transpor a Diretiva (UE)2019/2121, na parte respeitante às transformações, fusões e cisões transfronteiriças.
As sugestões e pareceres deverão ser enviados, até à data-limite acima indicada, por correio eletrónico dirigido a: 6CEOPPH@ar.parlamento.pt; ou em carta, dirigida à Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, Assembleia da República, Palácio de São Bento, 1249-068 Lisboa.
Dentro do mesmo prazo, as comissões de trabalhadores ou as comissões coordenadoras, as associações sindicais e associações de empregadores poderão solicitar audiências à Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, devendo fazê-lo por escrito, com indicação do assunto e fundamento do pedido.
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PROPOSTA DE LEI N.º 90/XV/1.ª
AUTORIZA O GOVERNO A TRANSPOR A DIRETIVA (UE)2019/2121, NA PARTE RESPEITANTE ÀS
TRANSFORMAÇÕES, FUSÕES E CISÕES TRANSFRONTEIRIÇAS
Exposição de motivos
A Diretiva (UE) 2017/1132, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de junho de 2017, relativa a
determinados aspetos do direito das sociedades (Diretiva 2017/1132), prevê um regime jurídico relativo à
fusão e à cisão de sociedades anónimas, a nível nacional, e às fusões transfronteiriças das sociedades de
responsabilidade limitada, a nível europeu.
Na sequência da avaliação das normas jurídicas consagradas, o Parlamento Europeu recomendou à
Comissão que adotasse regras harmonizadas em matéria de transformações e de cisões transfronteiriças, na
medida em que um regime jurídico harmonizado contribui para a supressão das restrições à liberdade de
estabelecimento e, ao mesmo tempo, proporciona proteção adequada às partes interessadas,
designadamente trabalhadores, credores e sócios. Aquela instância concluiu pela necessidade de proceder ao
alargamento do âmbito de aplicação das fusões transfronteiriças harmonizado com o regime das
transformações e cisões transfronteiriças, a fim de se alcançar uma maior segurança jurídica, de ser
assegurado o exercício pleno da liberdade de estabelecimento ínsita nos artigos 49.º e 54.º do Tratado de
Funcionamento da União Europeia e de ser garantida a proteção dos trabalhadores, credores e sócios
minoritários no mercado europeu.
É neste contexto que surge a Diretiva (UE) 2019/2121, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de
novembro de 2019, que altera a Diretiva (UE) 2017/1132 na parte respeitante às transformações, fusões e
cisões transfronteiriças (Diretiva 2019/2121).
A Diretiva 2019/2121 impõe ainda a fiscalização da legalidade das seguintes operações transfronteiriças: (i)
transformações transfronteiriças, (ii) novas fusões transfronteiriças, além das já consagradas na Diretiva agora
alterada, e (iii) cisões transfronteiriças. Esta fiscalização é prévia à produção de efeitos das referidas
operações.
O quadro legal interno atual já prevê um conjunto de normas atinentes às fusões transfronteiriças, pelo que
importa, assim, transpor para a ordem jurídica interna o quadro estabelecido pela Diretiva, não só alargando o
âmbito de aplicação das fusões transfronteiriças, como instituindo o regime jurídico das transformações e das
cisões transfronteiriças e, ainda, adaptando outros diplomas aos novos regimes jurídicos consagrados na
Diretiva (UE) 2019/2121.
Em conformidade, para dar cumprimento aos objetivos de transposição destacados, importa transpor para
a ordem jurídica interna normas referentes aos direitos de participação dos trabalhadores conexos com os
respetivos processos de transformação, fusão e cisão transfronteiriça, quer no que concerne ao seu objeto e
extensão, quer no procedimento aplicável ao respetivo exercício.
Assim:
Nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo 197.º da Constituição, o Governo apresenta à Assembleia da
República a seguinte proposta de lei, com pedido de prioridade e urgência:
Artigo 1.º
Objeto
A presente lei concede ao Governo autorização legislativa para revisão:
a) Da Lei n.º 19/2009, de 12 de maio, que altera o Código das Sociedades Comerciais e o Código do
Registo Comercial, transpondo para a ordem jurídica interna as Diretivas 2005/56/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 26 de outubro, relativa às fusões transfronteiriças das sociedades de responsabilidade
limitada, e 2007/63/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de novembro, que altera as Diretivas
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78/855/CEE e 82/891/CEE, do Conselho, no que respeita à exigência de um relatório de peritos independentes
aquando da fusão ou da cisão de sociedades anónimas, e estabelece o regime aplicável à participação dos
trabalhadores na sociedade resultante da fusão;
b) Do Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, na sua
redação atual;
c) Do Código do Registo Comercial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 403/86, de 3 de dezembro, na sua
redação atual;
d) Do Decreto-Lei n.º 24/2019, de 1 de fevereiro, que estabelece as regras aplicáveis à comunicação
eletrónica entre o registo comercial nacional e os registos de outros Estados-Membros da União Europeia,
transpondo a Diretiva 2012/17/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de junho de 2012, na sua
redação atual.
Artigo 2.º
Sentido e extensão
1 – A autorização legislativa referida no artigo anterior é concedida com o sentido e extensão de, no
quadro da transposição da Diretiva (UE) 2019/2121, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de
novembro de 2019, que altera a Diretiva (UE) 2017/1132, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de
junho de 2017, na parte respeitante às transformações, fusões e cisões transfronteiriças, serem revistos os
procedimentos afetos à participação dos trabalhadores no regime jurídico das fusões transfronteiriças e, bem
assim, instituídas as regras necessárias a garantir a referida participação na disciplina correspondente ao
regime jurídico das transformações e cisões transfronteiriças.
2 – A autorização legislativa referida no artigo anterior abrange a:
a) A revisão dos direitos de participação dos trabalhadores nos processos de fusão transfronteiriça e a
consagração dos mesmos nos processos de transformação e cisão transfronteiriça;
b) A definição dos direitos dos trabalhadores no que concerne à sua extensão completude e
procedimentos afetos ao respetivo exercício.
Artigo 3.º
Duração
A presente autorização legislativa tem a duração de 180 dias.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 25 de maio de 2023.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa — A Ministra da Justiça, Catarina Teresa Rola Sarmento
e Castro — Pel’A Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, João Paulo Moreira Correia.
Decreto-Lei Autorizado
Preâmbulo
O presente decreto-lei procede à transposição para a ordem jurídica interna da Diretiva (UE) 2019/2121, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de novembro de 2019, que altera a Diretiva (UE) 2017/1132, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de junho de 2017, na parte respeitante às transformações, fusões e
cisões transfronteiriças.
A mencionada Diretiva (UE) 2017/1132, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de junho de 2017,
relativa a determinados aspetos do direito das sociedades (Diretiva 2017/1132), previu um regime jurídico
relativo à fusão e à cisão de sociedades anónimas, a nível nacional, e às fusões transfronteiriças das
sociedades de responsabilidade limitada, a nível europeu.
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Na sequência da avaliação das normas jurídicas consagradas, o Parlamento Europeu recomendou à
Comissão que adotasse regras harmonizadas em matéria de transformações e de cisões transfronteiriças, na
medida em que um regime jurídico harmonizado contribui para a supressão das restrições à liberdade de
estabelecimento e, ao mesmo tempo, proporciona proteção adequada às partes interessadas,
designadamente trabalhadores, credores e sócios. Aquela instância concluiu pela necessidade de proceder ao
alargamento do âmbito de aplicação das fusões transfronteiriças harmonizado com o regime das
transformações e cisões transfronteiriças, a fim de se alcançar uma maior segurança jurídica, de ser
assegurado o exercício pleno da liberdade de estabelecimento ínsita nos artigos 49.º e 54.º do Tratado de
Funcionamento da União Europeia e de ser garantida a proteção dos trabalhadores, credores e sócios
minoritários no mercado europeu.
É neste contexto que surge a Diretiva (UE) 2019/2121, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de
novembro de 2019, que altera a Diretiva (UE) 2017/1132 na parte respeitante às transformações, fusões e
cisões transfronteiriças (Diretiva 2019/2121).
A Diretiva (UE) 2019/2121 impõe a fiscalização da legalidade das seguintes operações transfronteiriças: (i)
transformações transfronteiriças, (ii) novas fusões transfronteiriças, além das já consagradas na Diretiva agora
alterada, e (iii) cisões transfronteiriças. Esta fiscalização é prévia à produção de efeitos das referidas
operações.
A fim de prosseguir este objetivo fiscalizador, impõe-se que os registos comerciais nacionais dos Estados-
Membros da União Europeia envolvidos nas operações transfronteiriças contenham as informações
necessárias dos registos comerciais de outros Estados-Membros, com vista a poder acompanhar o histórico
dessas sociedades.
Esta Diretiva prevê, por um lado, exceções à aplicação das regras relativas às operações transfronteiriças,
atinentes a sociedades que estejam em liquidação e tenham começado a distribuir ativos aos seus sócios, ou
a sociedades que sejam objeto de instrumentos, poderes e mecanismos de resolução previstos no Título IV da
Diretiva 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014.
Por outro lado, a Diretiva em apreço deixa na disponibilidade dos Estados-Membros a opção de não aplicar
este regime em várias situações, designadamente às sociedades sujeitas a: (i) processos de insolvência ou
regimes de reestruturação preventiva, na aceção do direito nacional; (ii) processos de liquidação diferentes
dos referidos na nova alínea a) do n.º 4 do artigo 120.º da Diretiva (UE) 2017/1132, na aceção do direito
nacional; ou (iii) medidas de prevenção de crises na aceção do ponto 101 do n.º 1 do artigo 2.º da Diretiva
2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014.
O quadro legal interno atual já prevê um conjunto de normas atinentes às fusões transfronteiriças, pelo que
importa, assim, transpor para a ordem jurídica interna o quadro estabelecido pela Diretiva, não só alargando o
âmbito de aplicação das fusões transfronteiriças, como instituindo o regime jurídico das transformações e das
cisões transfronteiriças e, ainda, adaptando outros diplomas aos novos regimes jurídicos consagrados na
Diretiva.
Foram ouvidos o Conselho Superior da Magistratura, o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e
Fiscais, o Conselho Superior do Ministério Público, a Comissão Nacional de Proteção de Dados, a Ordem dos
Advogados, a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução, a Ordem dos Notários, a Comissão para
o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça e da Associação Portuguesa de Administradores Judiciais.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º […] e nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do
artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.º
Objeto
1 – O presente decreto-lei transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva (UE) 2019/2121 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 27 de novembro de 2019, que altera a Diretiva (UE) 2017/1132 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 14 de junho de 2017, na parte respeitante às transformações, fusões e cisões
transfronteiriças.
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2 – Para o efeito da transposição referida no número anterior, o presente decreto-lei procede:
a) À alteração da Lei n.º 19/2009, de 12 de maio, que altera o Código das Sociedades Comerciais e o
Código do Registo Comercial, transpondo para a ordem jurídica interna as Diretivas 2005/56/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de outubro, relativa às fusões transfronteiriças das sociedades de
responsabilidade limitada, e 2007/63/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de novembro, que
altera as Diretivas 78/855/CEE e 82/891/CEE, do Conselho, no que respeita à exigência de um relatório de
peritos independentes aquando da fusão ou da cisão de sociedades anónimas, e estabelece o regime
aplicável à participação dos trabalhadores na sociedade resultante da fusão;
b) À alteração do Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de
setembro, na sua redação atual;
c) À alteração do Código do Registo Comercial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 403/86, de 3 de dezembro,
na sua redação atual;
d) À alteração do Decreto-Lei n.º 24/2019, de 1 de fevereiro, que estabelece as regras aplicáveis à
comunicação eletrónica entre o registo comercial nacional e os registos de outros Estados-Membros da União
Europeia, transpondo a Diretiva 2012/17/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de junho de 2012,
na sua redação atual.
e) À alteração do Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
322-A/2001, de 14 de dezembro, na sua redação atual;
Artigo 2.º
Alteração ao Código das Sociedades Comerciais
Os artigos 97.º, 98.º, 99.º, 100.º, 101.º-A, 117.º-A, 117.º-B, 117.º-C, 117.º-D, 117.º-F, 117.º-G, 117.º-H e
117.º-I do Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, na
sua redação atual, passam a ter a seguinte redação:
«Artigo 97.º
[…]
1 – […]
2 – Sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 4 do artigo 117.º-A, as sociedades dissolvidas podem
fundir-se com outras sociedades, dissolvidas ou não, ainda que a liquidação seja feita judicialmente, se
preencherem os requisitos de que depende o regresso ao exercício da atividade social.
3 – […]
4 – […]
5 – […]
Artigo 98.º
[…]
1 – […]
a) […]
b) O tipo, a firma, a sede, o montante do capital e o número de matrícula no registo comercial de cada uma
das sociedades, bem como o tipo, a firma e a sede da sociedade resultante da fusão;
c) […]
d) […]
e) […]
f) […]
g) […]
h) As modalidades de proteção dos direitos dos credores, incluindo quaisquer garantias oferecidas pela
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sociedade incorporante ou pela nova sociedade;
i) […]
j) As informações sobre a contrapartida da aquisição das participações sociais oferecida pela sociedade
incorporante ou pela nova sociedade aos sócios da sociedade incorporada ou das sociedades a fundir, nos
termos do presente capítulo, bem como os direitos assegurados pela sociedade incorporante ou pela nova
sociedade a sócios da sociedade incorporada ou das sociedades a fundir que possuem direitos especiais;
l) […]
m) […]
2 – […]
3 – […]
4 – […]
5 – […]
Artigo 99.º
[…]
1 – […]
2 – […]
3 – Se todas ou algumas das sociedades participantes na fusão assim o desejarem, os exames referidos
no número anterior podem ser feitos, quanto a todas elas ou quanto às que nisso tiverem acordado, pelo
mesmo revisor ou sociedade de revisores; neste caso, o revisor ou a sociedade deve ser designado, a
solicitação conjunta das sociedades interessadas, pela Ordem dos Revisores Oficiais de Contas.
4 – O revisor ou os revisores elaboram relatório do qual consta o seu parecer fundamentado sobre a
adequação e a razoabilidade da relação de troca e da contrapartida da aquisição das participações sociais,
devendo ter em conta, ao avaliar esta última, o eventual preço de mercado das participações sociais das
sociedades participantes na fusão antes do anúncio do projeto de fusão ou o valor das sociedades, excluindo
o efeito da fusão projetada, determinado segundo métodos de avaliação comumente aceites.
5 – O relatório previsto no número anterior indica, pelo menos:
a) O método ou os métodos utilizados para a determinação da relação de troca das participações sociais
proposta;
b) O método ou os métodos utilizados para a determinação da contrapartida da aquisição das
participações sociais proposta;
c) A justificação da aplicação ao caso concreto dos métodos utilizados para a determinação da relação de
troca e da contrapartida da aquisição das participações sociais, pelo órgão de administração das sociedades
ou pelo próprio revisor, indicando, ainda, os valores obtidos através de cada um desses métodos, a
importância relativa que lhes foi conferida na determinação dos valores propostos e, caso sejam utilizados
métodos diferentes nas sociedades participantes na fusão, se se justificava a utilização de métodos diferentes;
d) A descrição das dificuldades especiais de avaliação eventualmente encontradas.
6 – (Anterior n.º 5.)
7 – (Anterior n.º 6.)
Artigo 100.º
[…]
1 – […]
2 – […]
3 – A convocatória contém, pelo menos, os seguintes elementos:
a) A menção de que o projeto e a documentação anexa podem ser consultados, na sede de cada
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sociedade participante, pelos respetivos sócios e credores sociais, bem como pelos representantes dos
trabalhadores ou, quando estes não existam, pelos trabalhadores da mesma sociedade participante;
b) O aviso aos sócios e credores sociais da respetiva sociedade participante, bem como aos
representantes dos trabalhadores ou, quando estes não existam, aos trabalhadores da mesma sociedade
participante, de que podem apresentar à sociedade, até cinco dias úteis antes da data designada para a
reunião da assembleia geral, observações sobre o projeto de fusão;
c) A data designada para a reunião da assembleia geral.
4 – […]
5 – A publicação do registo do projeto de fusão e do aviso a que se refere a alínea b) do n.º 3 é promovida
de forma oficiosa e automática pelo serviço de registo e contém a indicação de que os credores se podem
opor à fusão nos termos do artigo 101.º-A.
6 – […]
Artigo 101.º-A
[…]
No prazo de três meses após a publicação do registo do projeto, os credores das sociedades participantes
cujos créditos sejam anteriores a essa publicação podem deduzir oposição judicial à fusão, com fundamento
no prejuízo que dela derive para a realização dos seus direitos, desde que tenham solicitado à sociedade a
satisfação do seu crédito ou a prestação de garantia adequada, há pelo menos 15 dias, sem que o seu pedido
tenha sido atendido.
Artigo 117.º-A
[…]
1 – A fusão transfronteiriça realiza-se mediante a reunião numa só de duas ou mais sociedades, desde
que uma das sociedades participantes na fusão tenha sede em Portugal e outra das sociedades participantes
na fusão tenha sido constituída de acordo com a legislação de um Estado-Membro, nos termos da Diretiva
(UE) 2017/1132, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de junho de 2017, e tenha a sede estatutária, a
administração central ou o estabelecimento principal no território da União Europeia.
2 – A fusão transfronteiriça pode revestir qualquer das modalidades previstas no n.º 4 do artigo 97.º,
podendo realizar-se, ainda, mediante a transferência global do património de uma ou mais sociedades para
outra sem a emissão de novas participações sociais por esta última, desde que uma pessoa detenha, direta ou
indiretamente, a totalidade das participações sociais das sociedades a fundir ou os sócios das sociedades a
fundir detenham os seus títulos e participações sociais na mesma proporção em todas as sociedades a fundir.
3 – [Anterior n.º 2.]
4 – O regime estabelecido na presente secção não se aplica:
a) Às sociedades que se encontrarem em liquidação e tiverem iniciado a distribuição de ativos aos seus
sócios;
b) Às sociedades que sejam objeto de instrumentos, poderes e mecanismos de resolução previstos no
Título IV da Diretiva 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, e nas
correspondentes disposições da legislação que a transpôs para a ordem jurídica interna.
Artigo 117.º-B
[…]
1 – (Anterior corpo do artigo.)
2 – Para o efeito previsto no número anterior, as garantias prestadas aos credores por sociedade
participante num processo de fusão transfronteiriça, nos termos do n.º 1 do artigo 101.º-B, estão sujeitas à
condição de a fusão produzir efeitos nos termos do artigo 117.º-H.
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Artigo 117.º-C
Projeto comum e relatório de fusão transfronteiriça
1 – (Anterior proémio do corpo do artigo.)
a) [Anterior alínea a) do corpo do artigo.];
b) [Anterior alínea b) do corpo do artigo.];
c) [Anterior alínea c) do corpo do artigo.];
d) [Anterior alínea d) do corpo do artigo.];
e) O projeto de alteração a introduzir no contrato e, se for caso disso, nos estatutos da sociedade
incorporante, ou o projeto de contrato e, se for caso disso, de estatutos da nova sociedade.
2 – Sem prejuízo do disposto no n.º 11, as administrações de cada uma das sociedades participantes na
fusão elaboram, ainda, um relatório destinado aos sócios e aos trabalhadores do qual constem os
fundamentos jurídico-económicos da fusão, bem como a explicitação das suas implicações para os
trabalhadores e para a atividade futura de cada uma das sociedades participantes na fusão.
3 – Sem prejuízo do disposto nos n.os 9 e 10, o relatório previsto no número anterior inclui uma secção
destinada aos sócios e uma secção destinada aos trabalhadores, podendo estas secções ser inseridas num
relatório único ou constituir dois relatórios separados destinados, respetivamente, aos sócios e aos
trabalhadores.
4 – A secção do relatório destinada aos sócios a que se refere o número anterior deve, em especial,
explicitar os seguintes aspetos:
a) A contrapartida da aquisição das participações sociais a atribuir aos sócios e o método utilizado para a
sua determinação;
b) A relação de troca das participações sociais e, se for caso disso, o método ou os métodos utilizados
para a sua determinação;
c) As implicações da fusão para os sócios;
d) Os direitos de que dispõem os sócios, nos termos do presente capítulo.
5 – A secção do relatório destinada aos trabalhadores, a que se refere o n.º 3, deve, em especial,
explicitar os seguintes aspetos:
a) As implicações da fusão para as relações de trabalho, bem como, se for caso disso, as medidas
destinadas a salvaguardar essas relações;
b) Quaisquer alterações importantes das condições de trabalho aplicáveis ou dos locais em que a
sociedade exerce a sua atividade;
c) De que forma os fatores previstos nas alíneas anteriores afetam as filiais da sociedade, caso existam.
6 – O relatório ou os relatórios a que se refere o n.º 3 devem ser disponibilizados eletronicamente,
juntamente com o projeto comum de fusão transfronteiriça, aos sócios e aos representantes dos trabalhadores
ou, quando estes não existam, aos trabalhadores da respetiva sociedade participante, com a antecedência
mínima de seis semanas em relação à data designada para a reunião da assembleia geral prevista no n.º 1 do
artigo 117.º-F.
7 – Se, até à data designada para a reunião da assembleia geral prevista no n.º 1 do artigo 117.º-F, a
administração da sociedade receber um parecer dos representantes dos trabalhadores ou, quando estes não
existam, dos trabalhadores da respetiva sociedade participante, relativo aos aspetos a que se referem os n.os 2
e 5 do presente artigo, informa os sócios deste facto e anexa este parecer ao relatório previsto no n.º 2.
8 – No caso previsto no número anterior, a administração da sociedade dirige, até à data designada para a
reunião da assembleia geral prevista no n.º 1 do artigo 117.º-F, resposta fundamentada ao parecer dos
representantes dos trabalhadores ou dos trabalhadores da respetiva sociedade participante.
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9 – A secção do relatório destinada aos sócios, a que se refere o n.º 3, não é exigida se todos os sócios e
portadores de outros títulos que confiram direito de voto de todas as sociedades que participam na fusão a
dispensarem.
10 – A secção do relatório destinada aos trabalhadores, a que se refere o n.º 3, não é exigida em relação
à sociedade participante na fusão que, com as suas filiais, caso existam, não tenha trabalhadores em número
superior ao dos membros do seu órgão de administração.
11 – O relatório previsto no n.º 2 não é exigido no caso de, nos termos dos n.os 9 e 10, serem dispensadas
quer a secção destinada aos sócios, quer a secção destinada aos trabalhadores.
12 – O disposto nos números anteriores não prejudica o exercício pelos interessados dos respetivos
direitos de informação e de consulta legalmente previstos.
Artigo 117.º-D
Fiscalização pericial do projeto comum de fusão transfronteiriça
1 – À fiscalização do projeto comum nas sociedades com sede em Portugal participantes numa fusão
transfronteiriça aplica-se o disposto nos n.os 1, 4, 5 e 6 do artigo 99.º, com as especialidades previstas nos
números seguintes.
2 – Mesmo que a sociedade participante na fusão transfronteiriça tenha um órgão de fiscalização, caso
em que é aplicável também o disposto no n.º 1 do artigo 99.º, a administração de cada sociedade participante
na fusão deve promover o exame do projeto comum de fusão por um revisor oficial de contas ou por uma
sociedade de revisores independente de todas as sociedades intervenientes, para o efeito da elaboração do
relatório previsto no n.º 4 do artigo 99.º
3 – (Anterior n.º 2.)
4 – (Anterior n.º 3.)
5 – Não é exigido o exame do projeto comum de fusão por revisor oficial de contas ou por sociedade de
revisores, a que se refere o n.º 2, se todos os sócios e portadores de outros títulos que confiram direito de voto
de todas as sociedades que participam na fusão o dispensarem.
Artigo 117.º-F
Aprovação do projeto de fusão – Proteção dos sócios
1 – Devem ser aprovados pela assembleia geral de cada uma das sociedades participantes na fusão
transfronteiriça, através de deliberação:
a) O projeto comum de fusão transfronteiriça; e
b) O projeto de alteração a introduzir no contrato e, se for caso disso, nos estatutos da sociedade
incorporante, ou o projeto de contrato e, se for caso disso, de estatutos da nova sociedade.
2 – Para o efeito do disposto no número anterior, a assembleia geral de cada uma das sociedades
participantes não pode deliberar sem que tenha tomado conhecimento do relatório da administração destinado
aos sócios e aos trabalhadores, previsto no n.º 2 do artigo 117.º-C, do relatório do revisor ou das sociedades
de revisores oficiais de contas, previsto no n.º 2 do artigo 117.º-D e no n.º 4 do artigo 99.º, e das observações
a que se refere a alínea b) do n.º 3 do artigo 100.º, em qualquer dos casos se existirem.
3 – (Anterior n.º 2.)
4 – (Anterior n.º 3.)
5 – Sem prejuízo do disposto no presente Código em matéria de invalidade do contrato de sociedade e
das deliberações dos sócios, não constituem fundamento autónomo de impugnação da aprovação do projeto
comum de fusão transfronteiriça:
a) A fixação inadequada da relação de troca das participações sociais a que se refere a alínea e) do n.º 1
do artigo 98.º;
b) A fixação inadequada da contrapartida da aquisição das participações sociais a que se refere a alínea j)
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do n.º 1 do artigo 98.º;
c) O incumprimento dos requisitos legais nas informações prestadas relativamente à relação de troca das
participações sociais, a que se refere a alínea a), ou à contrapartida da aquisição das participações sociais, a
que se refere a alínea anterior.
6 – Qualquer sócio de sociedade participante com sede em Portugal que considere que a contrapartida da
aquisição das suas participações sociais, oferecida no projeto comum de fusão, é inadequada tem o direito de
pedir ao tribunal, no prazo de seis meses a contar da data da deliberação de fusão, que seja fixada
contrapartida adequada, a qual deve ser calculada nos termos previstos no artigo 105.º e com referência ao
momento da deliberação.
7 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, para além dos casos em que a lei e o contrato de
sociedade atribuem ao sócio o direito de se exonerar da sociedade, o sócio de sociedade participante com
sede em Portugal que tenha votado contra o projeto de fusão transfronteiriça tem, ainda, o direito de exigir, no
prazo de um mês a contar da data da deliberação de fusão, que a sociedade adquira ou faça adquirir a sua
participação social mediante contrapartida adequada, desde que, em virtude da fusão, lhe tenham sido
atribuídas participações sociais na sociedade resultante da fusão regidas pela legislação de um outro Estado-
Membro da União Europeia.
8 – O pedido de exoneração previsto no número anterior pode ser comunicado pelo sócio à sociedade
participante na fusão por correio eletrónico, devendo esta indicar um endereço para a respetiva receção.
9 – À exoneração pedida nos termos do n.º 7 aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
artigo 105.º
10 – O sócio que tenha pedido a sua exoneração nos termos dos números anteriores e que considere que
a contrapartida da aquisição das suas participações sociais, oferecida pela sociedade participante na fusão,
não foi adequadamente fixada tem o direito de pedir ao tribunal, no prazo de seis meses a contar da data da
deliberação, uma contrapartida suplementar.
11 – O exercício dos direitos a que se referem os n.os 6 a 10 não impede a inscrição definitiva da fusão no
registo comercial, com os efeitos previstos no artigo 117.º-H.
Artigo 117.º-G
[…]
1 – […]
2 – […]
3 – A emissão de certificado referido na alínea a) do número anterior pressupõe a verificação do
cumprimento dos atos e das formalidades prévios à fusão, em face das disposições legais aplicáveis, do
projeto comum registado e publicado, dos relatórios dos órgãos da sociedade e dos peritos que, no caso,
devam existir, bem como dos demais documentos instrutórios previstos no n.º 2 do artigo 74.º-A do Código do
Registo Comercial.
4 – Para o efeito previsto no número anterior, os serviços do registo comercial examinam, ainda, a
informação, comunicada por cada uma das sociedades participantes que tenham sede em Portugal, de que se
iniciou o processo de participação dos trabalhadores.
5 – O controlo da legalidade previsto na alínea a) do n.º 2 é realizado no prazo máximo de três meses, a
contar da receção pelos serviços do registo comercial de todos os documentos previstos no n.º 3, podendo
estes serviços, para esse efeito, consultar outras autoridades competentes nos diferentes domínios abrangidos
pela fusão transfronteiriça, incluindo as do Estado-Membro da sociedade que resultará da fusão, obter dessas
autoridades e das sociedades participantes na fusão as informações e os documentos necessários, bem como
recorrer a um perito independente.
6 – O certificado prévio é emitido se os serviços do registo comercial verificarem que foram cumpridos os
atos e as formalidades prévios à fusão.
7 – O certificado prévio não é emitido sempre que os serviços do registo comercial verifiquem:
a) Que não foi cumprido qualquer ato ou formalidade prévio à fusão, caso em que os serviços do registo
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comercial informam as sociedades participantes em causa dos fundamentos da decisão e podem conceder-
lhes um prazo razoável para cumprir os procedimentos e as formalidades necessários; ou
b) Que, nos termos do direito nacional e numa avaliação caso a caso, a fusão prossegue fins abusivos ou
fraudulentos, que conduzam ou visem conduzir à fraude ou à evasão ao direito da União Europeia ou ao
direito nacional, ou prossegue fins criminosos.
8 – Para o efeito previsto na alínea b) do número anterior, se, no decurso do controlo da legalidade, os
serviços do registo comercial tiverem sérias dúvidas que indiciem que a fusão prossegue fins abusivos ou
fraudulentos, ou fins criminosos, devem tomar em consideração os factos e as circunstâncias pertinentes,
nomeadamente, se for caso disso e sem os considerar isoladamente, fatores indicativos que tenham chegado
ao seu conhecimento no âmbito desse controlo da legalidade ou em resultado da consulta a outras
autoridades competentes.
9 – Se, para o efeito do controlo da legalidade a que se refere o número anterior, for necessário ter em
conta informações suplementares ou realizar outras diligências de investigação, o prazo de três meses
previsto no n.º 5 pode ser prorrogado por um período máximo de três meses.
10 – Se, devido à complexidade do procedimento transfronteiriço, não for possível efetuar o controlo da
legalidade dentro dos prazos previstos nos n.os 5 e 9, os serviços de registo comercial, antes do termo desses
prazos, informam as sociedades participantes em causa dos fundamentos dessa impossibilidade.
11 – (Anterior n.º 4.)
12 – (Anterior n.º 5.)
Artigo 117.º-H
[…]
1 – (Anterior corpo do artigo.)
2 – No prazo de dois meses a contar da inscrição da fusão transfronteiriça no registo comercial, a
sociedade resultante da fusão deve proceder ao pagamento de todas as contrapartidas da aquisição das
participações sociais oferecidas no projeto comum de fusão aos sócios das sociedades participantes.
Artigo 117.º-I
[…]
1 – O disposto na presente secção aplica-se, com as exceções estabelecidas nos números seguintes, à
incorporação por uma sociedade de outra ou de outras de cujas quotas ou ações aquela seja a única titular,
diretamente ou por pessoas que, direta ou indiretamente, detenham essas participações por conta dela, mas
em nome próprio, desde que a sociedade incorporante não atribua novas participações sociais no âmbito da
fusão.
2 – Não são aplicáveis, neste caso, as disposições relativas à troca e à contrapartida da aquisição de
participações sociais, ao relatório da administração destinado aos sócios e aos trabalhadores da sociedade
incorporada, nem aos relatórios de peritos da sociedade incorporada, e os sócios da sociedade incorporada
não se tornam sócios da sociedade incorporante.
3 – […]
4 – No caso de ser dispensada a aprovação do projeto comum de fusão pelas assembleias gerais de
todas as sociedades participantes na fusão, nos termos do número anterior, devem ser disponibilizados com a
antecedência mínima de um mês a contar da data em que a sociedade tomar a decisão sobre a fusão:
a) O projeto comum de fusão transfronteiriça;
b) Um aviso aos sócios, credores e representantes dos trabalhadores da sociedade objeto de fusão ou,
quando estes não existam, aos próprios trabalhadores, de que podem apresentar à respetiva sociedade, até
cinco dias úteis antes da data em que a sociedade tomará a decisão sobre a fusão, observações sobre o
projeto comum de fusão transfronteiriça;
c) O relatório da administração destinado aos sócios e aos trabalhadores, previsto no n.º 2 do artigo 117.º-
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C;
d) O relatório do revisor ou das sociedades de revisores oficiais de contas, previsto no n.º 2 do artigo 117.º-
D e no n.º 4 do artigo 99.º»
Artigo 3.º
Alteração ao Código do Registo Comercial
Os artigos 3.º, 10.º-A e 74.º-A do Código do Registo Comercial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 403/86, de 3
de dezembro, na sua redação atual, passam a ter a seguinte redação:
«Artigo 3.º
[…]
1 – […]
a) […]
b) […]
c) […]
d) […]
e) […]
f) […]
g) […]
h) […]
i) […]
j) […]
l) […]
m) […]
n) […]
o) […]
p) O projeto de fusão interna ou transfronteiriça, o projeto de cisão interna ou transfronteiriça e o projeto de
transformação transfronteiriça de sociedades, bem como o aviso aos sócios, credores e representantes dos
trabalhadores, ou, quando estes não existam, aos próprios trabalhadores, da possibilidade de apresentação de
observações ao projeto de fusão, de cisão ou de transformação transfronteiriças;
q) […]
r) A prorrogação, a fusão interna ou transfronteiriça, a cisão interna ou transfronteiriça, a transformação
interna ou transfronteiriça e a dissolução das sociedades, bem como o aumento, a redução ou a reintegração
do capital social e qualquer outra alteração ao contrato de sociedade;
s) […]
t) […]
u) […]
v) […]
x) […]
z) […]
2 – […]
3 – […]
Artigo 10.º-A
[…]
1 – […]
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a) As alterações ao contrato de sociedade registadas, designadamente as relativas à firma ou à
denominação, à sede e à natureza jurídica da sociedade, bem como a designação e a cessação de funções
dos membros dos órgãos sociais;
b) […]
c) […]
2 – […]
Artigo 74.º-A
[…]
1 – […]
2 – O pedido de emissão do certificado previsto no número anterior deve ser instruído com os seguintes
documentos:
a) O projeto comum de fusão transfronteiriça, previsto no n.º 1 do artigo 117.º-C do Código das Sociedades
Comerciais;
b) O relatório da administração destinado aos sócios e aos trabalhadores, previsto no n.º 2 do artigo 117.º-
C do Código das Sociedades Comerciais, incluindo o parecer dos trabalhadores a que se refere o n.º 7 do
mesmo artigo, em qualquer dos casos se existirem;
c) O relatório do revisor ou das sociedades de revisores oficiais de contas, previsto no n.º 2 do artigo 117.º-
D e no n.º 4 do artigo 99.º do Código das Sociedades Comerciais, se existir;
d) As observações a que se refere a alínea b) do n.º 3 do artigo 100.º do Código das Sociedades
Comerciais, se existirem;
e) A informação sobre a aprovação, pela assembleia geral de cada uma das sociedades participantes na
fusão, dos projetos a que se refere o n.º 1 do artigo 117.º-F do Código das Sociedades Comerciais;
f) A informação sobre o cumprimento das regras relativas à participação dos trabalhadores previstas na lei
nacional, designadamente no Código das Sociedades Comerciais e no Capítulo II da Lei n.º 19/2009, de 12 de
maio, incluindo no que diz respeito aos procedimentos através dos quais são determinados o regime aplicável,
as disposições pertinentes e as eventuais opções quanto a essas disposições.
3 – […]»
Artigo 4.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 24/2019, de 1 de fevereiro,
Os artigos 6.º, 7.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 24/2019, de 1 de fevereiro, na sua redação atual, passam a ter a
seguinte redação:
«Artigo 6.º
[…]
1 – […]:
a) As alterações ao contrato de sociedade registadas, designadamente, as relativas à firma ou à
denominação, à sede e à natureza jurídica da sociedade, bem como a designação e a cessação de funções
dos membros dos órgãos sociais;
b) […]
c) […]
2 – […]
3 – […]
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4 – […]
5 – […]
Artigo 7.º
Fusões, cisões e transformações transfronteiriças
1 – O registo comercial nacional notifica, através do Sistema de Interconexão, o registo competente do
Estado-Membro de cada uma das sociedades participantes na fusão, na cisão ou na transformação
transfronteiriça, com sede na União Europeia:
a) Do registo do projeto de fusão, de cisão ou de transformação transfronteiriça, consoante os casos;
b) Da emissão do certificado prévio de fusão, de cisão ou de transformação transfronteiriça, consoante os
casos.
2 – O registo comercial nacional notifica, através do Sistema de Interconexão, o registo competente do
Estado-Membro do início da produção de efeitos de cada uma das sociedades, com sede na União Europeia,
participantes na fusão, na cisão ou na transformação, respetivamente.
3 – O registo comercial nacional, após a receção da notificação feita pelo registo competente do Estado-
Membro, nos termos previstos no número anterior, procede oficiosamente ao registo da fusão, da cisão ou da
transformação transfronteiriça na sociedade incorporada, cindida ou objeto da transformação, respetivamente,
com sede em Portugal e, quando seja o caso, ao subsequente cancelamento oficioso da matrícula.
Artigo 8.º
[…]
1 – […]:
a) […]
b) […]
c) Alterações ao contrato de sociedade, incluindo a prorrogação da sociedade, bem como a fusão, a cisão
e a transformação transfronteiriças;
d) […]
e) […]
f) […]
g) Projeto de fusão, de cisão ou de transformação transfronteiriças;
h) Aviso aos sócios, credores e representantes dos trabalhadores ou, em caso de inexistência de
representantes, aos próprios trabalhadores, da possibilidade de apresentação de observações ao projeto de
fusão, de cisão ou de transformação transfronteiriça, até cinco dias úteis antes da data da assembleia geral;
i) Certificado prévio à fusão, à cisão ou à transformação transfronteiriças;
j) [Anterior alínea g).];
k) [Anterior alínea h).];
l) [Anterior alínea i).];
m) [Anterior alínea j).];
n) [Anterior alínea k)].
2 – […]
3 – […]
4 – […]
5 – Com exceção dos documentos previstos nas alíneas g) e h) do n.º 1, pela disponibilização ao público
da informação prevista no presente artigo são devidos os emolumentos fixados no Regulamento Emolumentar
dos Registos e Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de dezembro, na sua redação
atual.
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6 – O certificado prévio à fusão, à cisão ou à transformação transfronteiriças, previsto na alínea i) do n.º 1,
é também disponibilizado de forma gratuita às autoridades competentes para a fiscalização da legalidade da
fusão, da cisão ou da transformação transfronteiriça, respetivamente, através do Sistema de Interconexão.»
Artigo 5.º
Alteração ao Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado
Os artigos 15.º e 22.º do Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 322-A/2001, de 14 de dezembro, na sua redação atual, passam a ter a seguinte redação:
«Artigo 15.º
(…)
a) […]
b) […]
c) […]
d) […]
e) […]
f) […]
g) Os registos realizados oficiosamente nos termos do artigo 67.º-A, dos n.os 4 e 5 do 67.º-C e do n.º 2 do
67.º-D do Código do Registo Comercial;
h) […]
i) […]
2 – […]:
a) […]
b) […]
c) […]
d) […]
e) […]
f) […]
g) […]
h) […]
Artigo 22.º
[…]
1 – […]
2 – […]:
2.1 – […]
2.2 – […]
2.3 – […]
2.4 – […]
2.5 – Fusão, cisão ou transformação:
2.5.1 – Pelo depósito do projeto de fusão, cisão ou transformação – € 120;
2.5.2 – Pela inscrição da fusão, da cisão ou da transformação – € 225;
2.6 – […]
2.7 – […]
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2.8 – […]
2.9 – […]
2.10 – […]
2.11 – […]
2.12 – ([Revogado.)
3 – […]
4 – […]
5 – […]
6 – […]
7 – […]
8 – […]
9 – […]
10 – […]
11 – […]
12 – […]
13 – […]
14 – […]
15 – […]
16 – […]
17 – Pela emissão dos certificados previstos nos artigos 36.º-A, 74.º-A, 74.º-B ou 74.º-C do Código do
Registo Comercial – € 250.
18 – […]
19 – […]
20 – […]
21 – […]
22 – […]
23 – […]
24 – […]
25 – […]
26 – […]»
Artigo 6.º
Aditamento à Lei n.º 19/2009, de 12 de maio
São aditados à Lei n.º 19/2009, de 12 de maio, os artigos 26.º-A e 26.º-B, com a seguinte redação:
«Artigo 26.º-A
Participação dos trabalhadores na cisão e na transformação transfronteiriças
O disposto nas secções anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações, à cisão e à transformação
transfronteiriças, realizadas nos termos dos artigos 129.º-A a 129.º-L e 140.º-B a 140.º-N, respetivamente, do
Código das Sociedades Comerciais.
Artigo 26.º-B
Informação e consulta dos trabalhadores
1 – Aos trabalhadores das sociedades objeto de fusão, de cisão ou de transformação transfronteiriça são
assegurados os direitos à informação e à consulta relativamente aos respetivos projetos e documentos
conexos, nos termos do Código do Trabalho e da Lei n.º 96/2009, de 3 de setembro.
2 – Os direitos de informação e de consulta dos trabalhadores são exercidos antes da tomada de decisão
sobre o projeto de fusão, de cisão ou de transformação transfronteiriça, ou relativamente ao relatório do órgão
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de administração destinado aos sócios e aos trabalhadores, consoante o que ocorrer primeiro, de modo a dar
uma resposta fundamentada aos trabalhadores antes da assembleia geral de aprovação do respetivo projeto.»
Artigo 7.º
Aditamento ao Código das Sociedades Comerciais
São aditados ao Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de
setembro, na sua redação atual, os artigos 122.º-A, 129.º-A a 129.º-L, 139.º-A e 140.º-B a 140.º-N, com a
seguinte redação:
«Artigo 122.º-A
Responsabilidade emergente da cisão
Os membros do órgão de administração de cada uma das sociedades participantes são solidariamente
responsáveis pelos danos causados pela cisão à sociedade e aos seus sócios e credores, desde que, na
verificação da situação patrimonial das sociedades e na conclusão da cisão, não tenham observado a
diligência de um gestor criterioso e ordenado.
Artigo 129.º-A
Noção e âmbito
1 – A cisão transfronteiriça realiza-se mediante a divisão de uma ou mais sociedades, desde que uma das
sociedades participantes na cisão tenha sede em Portugal e outra das sociedades participantes na cisão tenha
sido constituída de acordo com a legislação de um Estado-Membro, nos termos da Diretiva (UE) 2017/1132,
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de junho de 2017, e tenha a sede estatutária, a administração
central ou o estabelecimento principal no território da União Europeia.
2 – É permitido a uma sociedade:
a) Cindir-se parcialmente, transferindo parte do seu património para uma ou mais sociedades beneficiárias,
mediante a atribuição aos sócios da sociedade cindida de títulos e participações sociais em quaisquer das
sociedades abrangidas pela cisão transfronteiriça e o eventual pagamento de uma quantia em dinheiro não
superior a 10 % do valor nominal ou, na falta de valor nominal, do pagamento de uma quantia em dinheiro não
superior a 10 % do valor contabilístico dos títulos ou participações sociais;
b) Cindir-se totalmente, transferindo todo o seu património para duas ou mais sociedades beneficiárias,
tendo sido dissolvida sem entrar em liquidação, mediante a atribuição aos sócios da sociedade cindida de
títulos e participações sociais das sociedades beneficiárias e o eventual pagamento de uma quantia em
dinheiro não superior a 10 % do valor nominal ou, na falta de valor nominal, do pagamento de uma quantia em
dinheiro não superior a 10 % do valor contabilístico dos títulos ou participações sociais;
c) Cindir-se por separação, transferindo parte do seu património para uma ou mais sociedades
beneficiárias, mediante a emissão de títulos ou participações sociais das sociedades beneficiárias à sociedade
cindida.
3 – Apenas se consideram abrangidas nos números anteriores as sociedades comerciais de algum dos
tipos identificados no Anexo II da Diretiva (UE) 2017/1132, do Parlamento e do Conselho, de 14 de junho de
2017.
4 – O regime estabelecido na presente secção não se aplica:
a) Às cisões transfronteiriças que envolvem uma sociedade cujo objeto seja o investimento coletivo de
capitais obtidos junto do público, que funcione segundo o princípio da diversificação dos riscos e cujas
participações sejam, a pedido dos portadores, resgatadas ou reembolsadas, direta ou indiretamente, a partir
dos ativos dessa sociedade;
b) Às sociedades que se encontrarem em liquidação e tiverem iniciado a distribuição de ativos aos seus
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sócios;
c) Às sociedades que sejam objeto de instrumentos, poderes e mecanismos de resolução previstos no
Título IV da Diretiva 2014/59/UE, do Parlamento e do Conselho, de 15 de maio de 2014, e nas
correspondentes disposições da legislação que a transpôs para a ordem jurídica interna.
Artigo 129.º-B
Direito aplicável
1 – São aplicáveis às sociedades com sede em Portugal participantes num processo de cisão
transfronteiriça as disposições da presente secção e, subsidiariamente, as disposições relativas às cisões
internas, em especial no que respeita ao processo de tomada de decisão relativo à cisão, e, ainda, o disposto
relativamente à fusão transfronteiriça.
2 – Aos procedimentos e às formalidades a cumprir para a obtenção do certificado prévio à cisão
transfronteiriça aplica-se o direito do Estado-Membro da sociedade cindida, aplicando-se aos procedimentos e
às formalidades posteriores à receção do certificado prévio o direito do Estado-Membro da sociedade
beneficiária.
Artigo 129.º-C
Projeto de cisão transfronteiriça
1 – Compete à administração da sociedade a cindir, ou às administrações das sociedades participantes,
em conjunto, elaborar o projeto de cisão transfronteiriça, do qual constem os seguintes elementos:
a) O tipo, a firma e a sede da sociedade cindida, bem como o tipo, a firma e a sede propostos para a
sociedade ou as sociedades beneficiárias;
b) As regras de atribuição de troca de títulos ou de participações sociais representativos do capital social
da sociedade cindida e das sociedades beneficiárias, bem como o montante de eventuais pagamentos em
dinheiro;
c) A proposta de calendário indicativo para a cisão transfronteiriça;
d) As repercussões prováveis da cisão transfronteiriça nas relações de trabalho;
e) A data a partir da qual os títulos, ou as participações sociais, representativos do capital social das
sociedades conferem aos portadores o direito de participação nos lucros, assim como quaisquer condições
especiais relativas a esse direito;
f) A data a partir da qual as operações da sociedade cindida serão consideradas, para efeitos
contabilísticos, efetuadas por conta das sociedades beneficiárias;
g) Os privilégios especiais atribuídos aos membros dos órgãos de administração, fiscalização ou controlo
da sociedade cindida;
h) Os direitos dos sócios e as regras para o seu exercício;
i) Os atos constitutivos e os estatutos das sociedades beneficiárias, bem como qualquer alteração da
sociedade cindida, em caso de cisão parcial ou por separação;
j) Os direitos de participação dos trabalhadores nas sociedades beneficiárias;
k) Avaliação e informação sobre a repartição ou conservação do património atribuído a cada sociedade
envolvida na cisão transfronteiriça;
l) A data das contas da sociedade cindida utilizadas para estabelecer as condições da cisão
transfronteiriça;
m) As garantias oferecidas aos credores.
2 – O disposto nas alíneas b) e f) do número anterior não se aplica à cisão transfronteiriça por separação.
Artigo 129.º-D
Relatório do órgão de administração destinado aos sócios e aos trabalhadores
1 – Sem prejuízo do disposto no n.º 9, a administração da sociedade a cindir, ou as administrações das
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sociedades participantes, em conjunto, elaboram um relatório destinado aos sócios e aos trabalhadores, do
qual constem os fundamentos jurídico-económicos da cisão transfronteiriça, bem como a explicitação das suas
implicações para os trabalhadores e para a atividade futura de cada uma das sociedades resultantes da cisão.
2 – Sem prejuízo do disposto nos n.os 7 e 8, o relatório previsto no número anterior inclui uma secção
destinada aos sócios e uma secção destinada aos trabalhadores, podendo estas secções ser inseridas num
relatório único ou constituir dois relatórios separados destinados, respetivamente, aos sócios e aos
trabalhadores.
3 – A secção do relatório destinada aos sócios, a que se refere o número anterior deve, em especial,
indicar:
a) A contrapartida da aquisição a atribuir aos sócios e o método utilizado para a sua determinação;
b) A relação de troca de participações sociais e, se for caso disso, o método ou os métodos utilizados para
a sua determinação;
c) As implicações da cisão transfronteiriça para os sócios;
d) Os direitos de que dispõem os sócios, nos termos do presente capítulo.
4 – A secção do relatório destinada aos trabalhadores a que se refere o n.º 2 deve, em especial, explicitar
os seguintes aspetos:
a) As implicações da cisão transfronteiriça para as relações de trabalho, bem como, se for caso disso, as
medidas destinadas a salvaguardar essas relações;
b) Quaisquer alterações importantes das condições de trabalho aplicáveis ou dos locais em que a
sociedade exerce a sua atividade;
c) De que forma os fatores previstos as alíneas anteriores afetam as filiais da sociedade.
5 – O relatório ou os relatórios a que se refere o n.º 2 devem ser disponibilizados eletronicamente,
juntamente com o projeto de cisão transfronteiriça, aos sócios e aos representantes dos trabalhadores da
sociedade cindida ou, quando estes não existam, aos trabalhadores da respetiva sociedade cindida, com a
antecedência mínima de seis semanas em relação à data designada para a assembleia geral de aprovação do
projeto de cisão.
6 – Se, até à data designada para a assembleia geral de aprovação do projeto de cisão, a administração
da sociedade receber um parecer dos representantes dos trabalhadores ou, dos trabalhadores da respetiva
sociedade cindida, relativo aos aspetos a que se referem os n.os 1 e 4, informa os sócios deste facto e anexa
este parecer ao relatório previsto no n.º 1.
7 – A secção do relatório destinada aos sócios, a que se refere o n.º 2, não é exigida se todos os sócios e
portadores de outros títulos que confiram direito de voto da sociedade cindida a dispensarem.
8 – A secção do relatório destinada aos trabalhadores, a que se refere o n.º 2, não é exigida em relação à
sociedade participante na cisão que, com as suas filiais, caso existam, não tenha trabalhadores em número
superior ao dos membros do seu órgão de administração.
9 – O relatório previsto no n.º 1 não é exigido no caso de, nos termos dos n.os 7 e 8, serem dispensadas
quer a secção destinada aos sócios, quer a secção destinada aos trabalhadores.
10 – O disposto nos números anteriores não prejudica o exercício pelos interessados dos respetivos
direitos de informação e de consulta legalmente previstos.
Artigo 129.º-E
Fiscalização pericial do projeto de cisão transfronteiriça
1 – À fiscalização do projeto nas sociedades com sede em Portugal participantes numa cisão
transfronteiriça aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto nos n.os 1, 4, 5 e 6 do artigo 99.º, com as
especialidades previstas nos artigos seguintes.
2 – A administração da sociedade a cindir, ou as administrações das sociedades participantes, em
conjunto, devem promover, pelo menos um mês antes da assembleia geral da sociedade cindida de
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aprovação do projeto de cisão, o exame do projeto de cisão por revisor oficial de contas ou por uma sociedade
de revisores independente de todas as sociedades intervenientes, para o efeito da elaboração do relatório
previsto no n.º 4 do artigo 99.º
3 – O relatório é um parecer fundamentado sobre a adequação e a razoabilidade da relação de troca das
participações sociais e da contrapartida da aquisição, devendo ter em conta, ao avaliar esta última, o eventual
preço de mercado das participações sociais das sociedades participantes na cisão antes do anúncio do projeto
de cisão ou o valor das sociedades, excluindo o efeito da cisão projetada, determinado segundo métodos de
avaliação geralmente aceites.
4 – O relatório previsto no número anterior indica, pelo menos:
a) O método ou os métodos utilizados para a determinação da relação de troca de participações sociais
proposta;
b) O método ou os métodos utilizados para a determinação da contrapartida da aquisição proposta;
c) A justificação da aplicação ao caso concreto dos métodos utilizados para a determinação da relação de
troca de participações sociais e da contrapartida da aquisição, pelo órgão de administração das sociedades ou
pelo próprio revisor, indicando, ainda, os valores obtidos através de cada um desses métodos, a importância
relativa que lhes foi conferida na determinação dos valores propostos e, caso sejam utilizados métodos
diferentes nas sociedades participantes na fusão, se se justificava a utilização de métodos diferentes;
d) A descrição das dificuldades especiais de avaliação eventualmente encontradas.
5 – Se todas as sociedades participantes na cisão transfronteiriça assim o desejarem, o exame pericial do
projeto de cisão pode ser feito quanto a todas elas pelo mesmo revisor ou sociedade de revisores, que elabora
um relatório único destinado a todos os sócios das sociedades participantes.
6 – Nos casos previstos no número anterior, recaindo a escolha das sociedades participantes num revisor
português ou numa sociedade de revisores portuguesa, a sua designação fica a cargo da Ordem dos
Revisores Oficiais de Contas, que procede à nomeação, a solicitação conjunta das sociedades participantes.
7 – Não é exigido o exame do projeto de cisão transfronteiriça por revisor oficial de contas ou por
sociedade de revisores, a que se refere o n.º 2, se todos os sócios da sociedade cindida o desejarem.
8 – O disposto no presente artigo não se aplica à cisão transfronteiriça por separação.
Artigo 129.º-F
Aprovação do projeto de cisão transfronteiriço
1 – Devem ser aprovados pela assembleia geral de cada uma das sociedades participantes na cisão
transfronteiriça, através de deliberação:
a) O projeto de cisão transfronteiriça; e
b) O projeto de alteração a introduzir no contrato e, se for caso disso, nos estatutos da sociedade
beneficiária, ou o projeto de contrato e, se for caso disso, de estatutos da nova sociedade.
2 – Para o efeito do disposto no número anterior, a assembleia geral de cada uma das sociedades
participantes na cisão transfronteiriça não pode deliberar sem que tenha tomado conhecimento do relatório de
administração destinado aos sócios e aos trabalhadores, previsto no artigo 129.º-D, e do relatório do revisor
oficial de contas ou de uma sociedade de revisores, previsto no artigo 129.º-E.
3 – Aplicam-se à aprovação do projeto de cisão transfronteiriça, pelas assembleias gerais das sociedades
participantes com sede em Portugal, as disposições dos artigos 102.º e 103.º
4 – A assembleia geral de qualquer das sociedades participantes pode subordinar a realização da cisão
transfronteiriça à condição de serem aprovadas, nessa assembleia, as disposições relativas à participação dos
trabalhadores na sociedade beneficiária.
5 – Sem prejuízo do disposto no presente Código em matéria de invalidade do contrato de sociedade e
das deliberações dos sócios, não constituem fundamento autónomo de impugnação da aprovação do projeto
comum de cisão transfronteiriça:
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a) A fixação inadequada da relação de troca das participações sociais a que se refere a alínea e) do n.º 1
do artigo 98.º;
b) A fixação inadequada da contrapartida da aquisição a que se refere a alínea j) do n.º 1 do artigo 98.º;
c) O incumprimento dos requisitos legais por parte das informações prestadas relativamente à relação de
troca das participações sociais, a que se refere a alínea a), ou à contrapartida da aquisição, a que se refere a
alínea anterior.
Artigo 129.º-G
Proteção dos sócios
1 – Qualquer sócio de sociedade participante com sede em Portugal que considere que a contrapartida da
aquisição das suas participações sociais, oferecida no projeto de cisão transfronteiriça, é inadequada tem o
direito de pedir ao tribunal, no prazo de seis meses a contar da data da deliberação de cisão, que seja fixada
contrapartida adequada, a qual deve ser calculada nos termos previstos no artigo 105.º e com referência ao
momento da deliberação.
2 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, para além dos casos em que a lei e o contrato atribuem
ao sócio o direito de se exonerar da sociedade, o sócio da sociedade participante com sede em Portugal que
tenha votado contra o projeto de cisão transfronteiriça tem o direito de exigir, no prazo de um mês a contar da
data da deliberação, que a sociedade adquira, ou faça adquirir, a sua participação social mediante
contrapartida adequada, desde que, em virtude da cisão, lhe tenham sido atribuídas participações sociais na
sociedade beneficiária regidas pela legislação de outro Estado-Membro da União Europeia.
3 – O pedido de exoneração previsto no número anterior pode ser comunicado pelo sócio à sociedade
participante na cisão transfronteiriça por correio eletrónico, devendo esta indicar um endereço para a respetiva
receção.
4 – À exoneração pedida nos termos do n.º 2 aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
artigo 105.º
5 – No prazo de dois meses a contar da inscrição da cisão transfronteiriça no registo comercial, a
sociedade resultante da cisão deve proceder ao pagamento da contrapartida da aquisição aos sócios
especificada no projeto de cisão.
6 – O sócio que tenha decidido exercer o direito de alienar as participações sociais e que considere que a
contrapartida da aquisição oferecida pela sociedade beneficiária não foi adequadamente fixada tem o direito
de pedir ao tribunal, no prazo de seis meses a contar da data da deliberação, uma contrapartida da aquisição
suplementar.
7 – O disposto no presente artigo não se aplica à cisão transfronteiriça por separação.
Artigo 129.º-H
Proteção dos credores
1 – No prazo de três meses a contar da publicação do projeto de cisão transfronteiriça, os credores que
demonstrem, fundamentadamente, que a cisão compromete a satisfação dos seus créditos e que a sociedade
não lhes ofereceu as garantias adequadas, podem requerer judicialmente a obtenção de garantias adequadas.
2 – A prestação de garantias depende da produção de efeitos da cisão transfronteiriça.
3 – A sociedade beneficiária e, em caso de cisão transfronteiriça parcial ou por separação, a sociedade
cindida são solidariamente responsáveis perante a sociedade à qual é atribuído o elemento passivo do
património para o cumprimento das obrigações, até ao limite do valor líquido dos elementos ativos do
património.
Artigo 129.º-I
Certificado prévio à cisão transfronteiriça
1 – As autoridades competentes para o controlo da legalidade da cisão transfronteiriça são os serviços do
registo comercial.
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2 – O controlo da legalidade da cisão transfronteiriça é realizado no prazo máximo de três meses a contar
da data de receção pelos serviços do registo comercial dos documentos e das informações sobre a aprovação
da cisão transfronteiriça pela assembleia geral da sociedade cindida.
3 – Os serviços do registo comercial devem analisar os seguintes elementos:
a) Os documentos apresentados nos termos do número anterior;
b) A informação de início do procedimento de participação dos trabalhadores, se aplicável.
4 – O certificado prévio é emitido se os serviços do registo comercial verificarem que foram cumpridos os
atos e as formalidades prévias à cisão.
5 – O certificado prévio não é emitido sempre que os serviços de registo comercial verifiquem:
a) Que não foi cumprido qualquer ato ou formalidade prévia à cisão, caso em que os serviços do registo
comercial informam a sociedade dos fundamentos da decisão e podem conceder-lhe um prazo razoável para
cumprir os procedimentos e as formalidades necessários;
b) Que, nos termos do direito nacional e numa avaliação caso a caso, a cisão prossegue fins abusivos ou
fraudulentos, que conduzam ou visem conduzir à fraude ou à evasão ao direito da União Europeia ou ao
direito nacional, ou prossegue fins criminosos.
6 – O prazo previsto no n.º 2 pode ser prorrogado por um período máximo de três meses, para a obtenção
de informações ou a realização de atividades de investigação suplementares.
7 – Se os serviços de registo comercial não efetuarem a avaliação dentro dos prazos previstos, devido à
complexidade do procedimento transfronteiriço, o requerente é notificado dos motivos antes do termo desses
prazos.
Artigo 129.º-J
Efeitos do registo da cisão transfronteiriça
1 – A partir da data do registo da cisão transfronteiriça no registo comercial, produzem-se os seguintes
efeitos:
a) Em caso de cisão transfronteiriça total:
i) A transferência para as sociedades beneficiárias de todo o património da sociedade cindida, incluindo
a totalidade dos contratos, créditos, direitos e obrigações, nos termos indicados no projeto de cisão
transfronteiriça;
ii) Os sócios da sociedade cindida tornam-se sócios das sociedades beneficiárias de acordo com a
atribuição das participações sociais indicada no projeto de cisão transfronteiriça, salvo se tiverem
alienado as suas participações sociais nos termos do n.º 1 do artigo 129.º-G;
iii) Os direitos e obrigações da sociedade cindida decorrentes de contratos ou relações de trabalho,
existentes à data em que a cisão transfronteiriça começa a produzir efeitos, são transferidos para as
sociedades beneficiárias;
iv) A sociedade cindida deixa de existir;
b) Em caso de cisão transfronteiriça parcial:
i) A transferência para as sociedades beneficiárias de parte do património da sociedade cindida,
incluindo os contratos, créditos, direitos e obrigações, enquanto a parte restante é conservada pela
sociedade cindida, nos termos indicados no projeto de cisão transfronteiriça;
ii) Alguns dos sócios da sociedade cindida tornam-se sócios da sociedade ou sociedades beneficiárias,
de acordo com a atribuição das participações sociais indicada no projeto de cisão transfronteiriça,
salvo se tiverem alienado as suas participações sociais nos termos do n.º 1 do artigo 129.º-G;
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iii) Os direitos e obrigações da sociedade cindida decorrentes de contratos ou relações de trabalho,
existentes à data em que a cisão transfronteiriça começa a produzir efeitos, são transferidos para as
sociedades beneficiárias, nos termos indicados no projeto de cisão transfronteiriça;
c) Em caso de cisão transfronteiriça por separação:
i) Os efeitos previstos nas subalíneas i) e iii) da alínea anterior;
ii) As participações sociais da sociedade ou das sociedades beneficiárias são atribuídas à sociedade
cindida.
2 – Em caso de cisão transfronteiriça parcial ou por separação, se um elemento do património da
sociedade cindida não for expressamente atribuído no projeto de cisão transfronteiriça e não for possível
decidir como reparti-lo, o património ativo, o seu contravalor ou o elemento do património passivo é repartido
entre todas as sociedades beneficiárias e a sociedade cindida, proporcionalmente ao património ativo líquido
atribuído a cada sociedade no projeto de cisão transfronteiriça.
3 – As participações sociais de uma sociedade beneficiária não podem ser trocadas por participações
sociais na sociedade cindida detidas pela sociedade ou por pessoa que atue por conta da sociedade.
Artigo 129.º-K
Fiscalização da legalidade da cisão transfronteiriça
1 – As autoridades competentes para o controlo da legalidade da cisão transfronteiriça, regida pelo direito
das sociedades beneficiárias com sede em Portugal no que diz respeito à sua aprovação e conclusão, são os
serviços do registo comercial.
2 – A sociedade cindida deve apresentar aos serviços de registo comercial o projeto de cisão
transfronteiriça aprovado em assembleia geral.
3 – Os serviços de registo comercial devem aceitar o certificado prévio à cisão como comprovativo da boa
execução dos procedimentos e das formalidades prévios à cisão, aplicáveis no Estado-Membro da União
Europeia da sociedade cindida, sem os quais a cisão transfronteiriça não pode ser aprovada.
4 – Os serviços de registo comercial procedem ao registo definitivo da cisão transfronteiriça quando
concluírem que todas os procedimentos e formalidades foram devidamente preenchidas nos Estados-
Membros da União Europeia das sociedades beneficiárias.
Artigo 129.º-L
Validade da cisão transfronteiriça
A cisão transfronteiriça que cumpra os requisitos legalmente previstos, e que tenha começado a produzir
efeitos nos termos do artigo 129.º-J, não pode ser declarada nula.
Artigo 139.º-A
Responsabilidade emergente da transformação
Os membros do órgão de administração da sociedade transformada são solidariamente responsáveis pelos
danos causados pela transformação à sociedade e aos seus sócios e credores, desde que, na verificação da
situação patrimonial da sociedade e na conclusão da transformação, não tenham observado a diligência de um
gestor criterioso e ordenado.
Artigo 140.º-B
Noção e âmbito
1 – A transformação transfronteiriça realiza-se através da operação pela qual uma sociedade, sem ser
dissolvida ou liquidada ou entrar em liquidação, mantendo a sua personalidade jurídica, converte:
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a) A forma jurídica sob a qual se encontra registada em Portugal para uma forma jurídica prevista no
Estado-Membro para o qual transfere a sua sede estatutária; ou
b) A forma jurídica sob a qual se encontra registada noutro Estado-Membro para uma forma prevista pelo
direito nacional, transferindo a sua sede estatutária para Portugal.
2 – Apenas se consideram abrangidas no número anterior as sociedades comerciais de algum dos tipos
identificados no Anexo II da Diretiva (UE) 2017/1132, do Parlamento e do Conselho, de 14 de junho de 2017.
3 – A presente secção não é aplicável às transformações transfronteiriças que envolvam uma sociedade
cujo objeto seja o investimento coletivo de capitais obtidos junto do público, que funcione segundo o princípio
da diversificação dos riscos e cujas participações sejam, a pedido dos portadores, resgatadas ou
reembolsadas, direta ou indiretamente, a partir dos ativos dessa sociedade.
4 – Para o efeito previsto no número anterior, são equiparadas a resgates ou a reembolsos as medidas
adotadas pela sociedade para garantir que o valor em bolsa das suas unidades de participação não se desvie
sensivelmente do seu valor líquido.
5 – Ficam igualmente excluídas do âmbito de aplicação da presente secção:
a) As sociedades que se encontrarem em liquidação e tiverem iniciado a distribuição de ativos aos seus
sócios;
b) As sociedades que sejam objeto de instrumentos, poderes e mecanismos de resolução previstos no
Título IV da Diretiva 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, e nas
correspondentes disposições da legislação que a transpôs para a ordem jurídica interna;
c) As sociedades sujeitas a processos de insolvência ou regimes de reestruturação preventiva; e
d) As sociedades comerciais sujeitas a medidas de prevenção de crises na aceção do ponto 101 do n.º 1
do artigo 2.º da Diretiva 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014.
Artigo 140.º-C
Direito aplicável
1 – Aos processos de transformação transfronteiriça aplicam-se as disposições da presente secção e,
subsidiariamente, as disposições relativas às transformações internas, em especial no que respeita ao
processo de tomada de decisão relativo à transformação, à proteção dos credores das sociedades objeto de
transformação, dos credores obrigacionistas e dos direitos dos trabalhadores que não sejam regulados por lei
especial, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
2 – Aos procedimentos e às formalidades a cumprir para a obtenção do certificado prévio à transformação
transfronteiriça aplica-se o direito do Estado-Membro de partida, ou seja, aquele em que a sociedade se
encontra registada, aplicando-se aos procedimentos e às formalidades posteriores à receção do certificado
prévio o direito do Estado-Membro de destino, ou seja, aquele para o qual a sociedade transfere o seu registo
e a sua sede estatutária.
Artigo 140.º-D
Projeto de transformação transfronteiriça
A administração da sociedade a transformar elabora projeto de transformação transfronteiriça, do qual
constem os seguintes elementos:
a) A forma jurídica, a firma e a sede;
b) A forma jurídica e a denominação propostas para a sociedade transformada no Estado-Membro de
destino e a localização proposta da sua sede estatutária;
c) O ato constitutivo da sociedade no Estado-Membro de destino, se for o caso, e os estatutos, se estes
forem objeto de um ato separado;
d) A proposta de calendário indicativo para a transformação transfronteiriça;
e) Os direitos conferidos pela sociedade transformada aos sócios que gozam de direitos especiais e aos
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portadores de títulos diferentes dos representativos do capital social da sociedade, ou as medidas propostas
em relação aos mesmos;
f) Quaisquer garantias oferecidas aos credores;
g) Quaisquer vantagens especiais concedidas aos membros dos órgãos de administração ou de
fiscalização;
h) Quaisquer incentivos ou subsídios recebidos pela sociedade no Estado-Membro de partida nos cinco
anos anteriores;
i) Informações sobre a compensação pecuniária a atribuir aos sócios nos termos do artigo 140.º-I que
votaram;
j) As repercussões prováveis da transformação transfronteiriça nas relações de trabalho;
k) As informações sobre os procedimentos mediante os quais se determinam os regimes de participação
dos trabalhadores na definição dos seus direitos de participação na sociedade transformada, quando
aplicáveis.
Artigo 140.º-E
Relatório do órgão de administração destinado aos sócios e aos trabalhadores
1 – O órgão de administração da sociedade elabora um relatório destinado aos sócios e aos
trabalhadores, do qual constem os fundamentos jurídico-económicos da transformação transfronteiriça, bem
como a explicitação das suas implicações para os trabalhadores e para a atividade futura da sociedade.
2 – O relatório previsto no número anterior inclui uma secção destinada aos sócios e uma secção
destinada aos trabalhadores, podendo estas secções ser inseridas num relatório único ou constituir dois
relatórios separados destinados, respetivamente, aos sócios e aos trabalhadores.
3 – A secção do relatório ou o relatório destinado aos sócios deve, em especial, indicar:
a) A compensação pecuniária e o método utilizado para a sua determinação;
b) As implicações da transformação transfronteiriça para os sócios;
c) Os direitos dos sócios, nos termos do artigo 140.º-I.
4 – Não é exigível a secção ou o relatório destinado aos sócios se todos os sócios da sociedade tiverem
deliberado dispensar essa obrigação ou no caso de se tratar de sociedade unipessoais.
5 – A secção do relatório ou o relatório destinado aos trabalhadores deve, em especial, indicar:
a) As implicações da transformação transfronteiriça para as relações de trabalho, bem como, se for caso
disso, as medidas destinadas a salvaguardar essas relações;
b) Quaisquer alterações importantes das condições de trabalho aplicáveis ou dos locais em que a
sociedade exerce a sua atividade;
c) De que forma os fatores previstos nas alíneas anteriores afetam as filiais da sociedade.
6 – A secção do relatório ou o relatório destinado aos trabalhadores não é exigível se uma sociedade e as
suas filiais, caso existam, não tiverem mais trabalhadores além dos membros do órgão de administração.
7 – O relatório previsto no n.º 1 não é exigido quando se verifiquem cumulativamente as situações
previstas nos n.os 4 e 6.
8 – O relatório ou os relatórios devem ser disponibilizados eletronicamente, juntamente com o projeto de
transformação transfronteiriça pelo menos seis semanas antes da data da assembleia geral a que se refere o
artigo 140.º-G.
9 – Se o órgão de administração da sociedade receber, em tempo útil, um parecer sobre as informações a
que se referem os n.os 1 e 5 apresentado pelos representantes dos trabalhadores ou, quando estes não
existam, pelos próprios trabalhadores, os sócios devem ser informados desse facto e o parecer anexado ao
respetivo relatório.
10 – O disposto nos números anteriores não prejudica o exercício pelos interessados dos respetivos
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direitos de informação e de consulta legalmente previstos.
Artigo 140.º-F
Fiscalização pericial do projeto de transformação transfronteiriça
1 – O projeto de transformação transfronteiriça é examinado por um revisor oficial de contas ou por uma
sociedade de revisores independente, que elabora um relatório disponibilizado aos sócios pelo menos um mês
antes da data da assembleia geral a que se refere o artigo 140.º-G.
2 – O relatório referido no número anterior deve incluir o parecer do revisor oficial de contas ou da
sociedade de revisores sobre a adequação e razoabilidade da compensação pecuniária, tendo em conta,
designadamente, o eventual preço de mercado das participações sociais na sociedade antes do anúncio do
projeto de transformação ou o valor da sociedade, excluindo o efeito da transformação projetada, determinado
segundo métodos de avaliação comummente aceites.
3 – Para efeitos do número anterior, relatório deve indicar:
a) O método ou os métodos seguidos para determinar a compensação pecuniária proposta;
b) A declaração sobre se o método ou os métodos seguidos são adequados para o cálculo da
compensação pecuniária, a indicação do valor obtido utilizando esses métodos e a emissão de um parecer
sobre a importância relativa concedida a esses métodos para determinar o valor fixado; e
c) A descrição das dificuldades especiais de avaliação eventualmente encontradas.
4 – O revisor oficial de contas ou a sociedade de revisores têm o direito de obter da sociedade todas as
informações necessárias ao desempenho das suas funções.
5 – Não são exigíveis a análise e o relatório a que se refere o n.º 1 se todos os sócios da sociedade
tiverem deliberado a respetiva dispensa ou no caso de se tratar de sociedade unipessoal.
Artigo 140.º-G
Registo, publicação e consulta do projeto e convocação da assembleia
1 – O projeto de transformação transfronteiriça deve ser registado, sendo de imediato publicado.
2 – O projeto de transformação transfronteiriça deve ser submetido a deliberação dos sócios, sendo a
respetiva assembleia geral convocada para se reunir decorrido, pelo menos, um mês sobre a data da
publicação da convocatória.
3 – A convocatória deve mencionar que o projeto e a documentação anexa podem ser consultados na
sede da sociedade, pelos sócios, credores sociais, representantes dos trabalhadores ou, quando estes não
existam, pelos trabalhadores.
4 – A convocatória é automática e gratuitamente publicada em simultâneo com a publicação do registo do
projeto, se os elementos referidos no número anterior forem indicados no pedido de registo do projeto.
5 – A publicação do registo do projeto é promovida de forma oficiosa e automática pelo serviço de registo
e contém a indicação de que os sócios, os credores, e os representantes dos trabalhadores, ou, quando estes
não existam, os trabalhadores, podem apresentar à sociedade, até cinco dias úteis antes da data da
assembleia geral, observações sobre o projeto de transformação transfronteiriça.
6 – Os documentos publicados nos termos do presente número devem ser acessíveis pelo sistema de
interconexão dos registos.
7 – À consulta dos documentos relativos à transformação é aplicável, com as necessárias adaptações, o
estabelecido no artigo 101.º
Artigo 140.º-H
Aprovação do projeto de transformação
1 – A transformação da sociedade deve ser deliberada pelos sócios, nos termos prescritos para o
respetivo tipo de sociedade.
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2 – A assembleia geral pode subordinar a realização da transformação transfronteiriça à condição de
serem aprovadas nessa assembleia as disposições relativas à participação dos trabalhadores na sociedade
resultante da transformação.
3 – Sem prejuízo do disposto no presente Código em matéria de invalidade do contrato de sociedade e
das deliberações dos sócios, não constitui fundamento de impugnação da deliberação da assembleia geral:
a) A fixação inadequada da compensação pecuniária oferecida aos sócios, nos termos da alínea i) do
artigo 140.º-D;
b) O incumprimento dos requisitos legais nas informações prestadas relativamente à compensação
prevista na alínea anterior:
Artigo 140.º-I
Proteção dos sócios
1 – Para além dos casos em que a lei e o contrato atribuem ao sócio o direito de se exonerar da
sociedade, qualquer sócio da sociedade a transformar que tenha votado contra o projeto de transformação
transfronteiriça tem o direito de, no prazo de um mês a contar da data da deliberação, alienar as suas
participações sociais mediante o pagamento da compensação pecuniária referida na alínea i) do artigo 140.º-
D.
2 – O pedido de exoneração previsto no número anterior pode ser comunicado pelo sócio à sociedade por
correio eletrónico, devendo esta indicar um endereço para a respetiva receção.
3 – À exoneração pedida nos termos do n.º 1 aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto nos
n.os 1 e 5 do artigo 105.º
4 – No prazo de dois meses após a inscrição da transformação transfronteiriça no registo comercial, a
sociedade transformada deve proceder ao pagamento da compensação pecuniária referida na alínea i) do
artigo 140.º-D.
5 – Caso o sócio considere que a compensação pecuniária referida na alínea i) do artigo 140.º-D não foi
adequadamente fixada tem o direito de requerer judicialmente, no prazo de seis meses a contar da data da
deliberação de transformação, a fixação de contrapartida suplementar adequada, aplicando-se, com as
necessárias adaptações, o estabelecido nos artigos 1068.º e 1069.º do Código de Processo Civil.
6 – Os tribunais portugueses serão exclusivamente competentes para as ações respeitantes ao exercício
dos direitos dos sócios, os quais serão regulados pelo direito português.
Artigo 140.º-J
Proteção dos credores
1 – No prazo de três meses a contar da publicação do projeto de transformação transfronteiriça, os
credores com créditos anteriores que ainda não estejam vencidos nessa data e que considerem insuficientes
as garantias previstas na alínea f) do artigo 140.º-D podem requerer judicialmente a determinação de garantias
adequadas, com fundamento no prejuízo que decorra da transformação transfronteiriça para a satisfação dos
seus direitos.
2 – As garantias previstas no projeto de transformação transfronteiriça estão sujeitas à condição de a
transformação transfronteiriça produzir efeitos.
3 – A decisão judicial que ordenar a prestação de garantias adequadas fica sujeita à produção de efeitos
da transformação transfronteiriça.
4 – Os credores cujos créditos sejam anteriores à data de publicação do projeto de transformação
transfronteiriça podem, nos dois anos imediatamente posteriores à produção de efeitos da transformação,
intentar nos tribunais portugueses ações contra a sociedade, sem prejuízo de outras regras de competência
aplicáveis.
5 – O disposto no n.º 1 não afasta a aplicação das normas de direito português em matéria de
cumprimento ou de garantia de obrigações pecuniárias ou não pecuniárias de que sejam titulares o Estado e
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outras entidades públicas.
Artigo 140.º-K
Certificado prévio da transformação
1 – As autoridades competentes para o controlo da legalidade das transformações transfronteiriças são os
serviços do registo comercial.
2 – O controlo da legalidade previsto no número anterior abrange a prática dos seguintes atos:
a) A emissão de um certificado prévio à transformação que comprove o cumprimento dos atos e das
formalidades anteriores à transformação no que diz respeito às partes do procedimento que se regem pelo
direito nacional enquanto Estado-Membro de partida;
b) A fiscalização da legalidade da transformação transfronteiriça quando a sociedade vise transferir o seu
registo e a sua sede estatutária para o território nacional.
3 – A emissão de certificado referido na alínea a) do número anterior pressupõe a verificação do
cumprimento das formalidades prévias à transformação e da conformidade dos elementos dos elementos
constantes do n.º 2 do artigo 74.º-C do Código do Registo Comercial, em face das disposições legais
aplicáveis.
4 – A verificação a que se refere a alínea a) do n.º 2 é efetuada no prazo de três meses, a contar da data
de receção dos documentos e das informações sobre a aprovação da transformação transfronteiriça, e
determina:
a) A emissão do certificado prévio à transformação; ou
b) A conceção de um prazo para correção dos procedimentos e das formalidades necessários.
5 – O prazo a que se refere o número anterior pode ser prorrogado por um período máximo de três meses
caso resulte necessária avaliação relativa à licitude dos fins visados com a transformação transfronteiriça.
6 – Se, devido à complexidade do procedimento transfronteiriço, não for possível efetuar a avaliação
dentro dos prazos previstos nos n.os 4 e 5, os serviços do registo comercial notificam o requerente dos
respetivos motivos antes do termo desses prazos.
7 – Não é emitido certificado prévio caso se determine que a transformação prossegue fins abusivos,
fraudulentos ou criminosos
8 – Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 verificam-se, em especial, os seguintes elementos:
a) A aprovação do projeto de transformação transfronteiriça pela assembleia geral;
b) A fixação das disposições relativas à participação dos trabalhadores, em conformidade com as regras
legais aplicáveis, nos casos em que a mesma seja necessária.
9 – Para o efeito do controlo referido na alínea b) do n.º 2, o pedido de registo da transformação
transfronteiriça deve ser apresentado ao serviço do registo comercial pela sociedade, acompanhado do
certificado referido na alínea a) do mesmo número e do projeto de transformação transfronteiriça aprovado
pela assembleia geral, no prazo de seis meses após a emissão do certificado.
Artigo 140.º-L
Efeitos do registo da transformação transfronteiriça
A transformação transfronteiriça produz efeitos a partir da data do respetivo registo e determina que:
a) Todo o património da sociedade, incluindo a totalidade dos contratos, créditos, direitos e obrigações,
passa a ser da sociedade transformada;
b) Os sócios da sociedade continuam a ser sócios da sociedade transformada, salvo se tiverem votado
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contra a aprovação do projeto de transformação e, em consequência, optado pela alienação da sua
participação;
c) Os direitos e as obrigações da sociedade decorrentes de contratos de trabalho ou de relações de
trabalho existentes à data em que a transformação transfronteiriça começa a produzir efeitos passam a ser da
sociedade transformada.
Artigo 140.º-M
Fiscalização da legalidade da transformação transfronteiriça
1 – As autoridades competentes para o controlo da legalidade da transformação transfronteiriça quando
Portugal é o Estado-Membro de destino, no que diz respeito à sua aprovação e conclusão, são os serviços do
registo comercial.
2 – A sociedade transformada deve apresentar aos serviços do registo comercial o projeto de
transformação aprovado em assembleia geral.
3 – Os serviços do registo comercial devem aceitar o certificado prévio à transformação como
comprovativo da boa execução dos procedimentos e das formalidades prévios à transformação, aplicáveis no
Estado-Membro de origem da sociedade transformada, sem os quais a transformação transfronteiriça não
pode ser aprovada.
4 – Os serviços do registo comercial procedem ao registo definitivo da transformação transfronteiriça
quando concluírem que todos os procedimentos e formalidades foram devidamente cumpridos.
Artigo 140.º-N
Validade da transformação transfronteiriça
A transformação transfronteiriça que cumpra os requisitos legalmente previstos, e que tenha começado a
produzir efeitos, nos termos do artigo 140.º-L, não pode ser declarada nula.»
Artigo 8.º
Aditamento ao Código do Registo Comercial
São aditados ao Código do Registo Comercial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 403/86, de 3 de dezembro,
na sua redação atual, os artigos 67.º-C, 67.º-D, 74.º-B e 74.º-C, com a seguinte redação:
«Artigo 67.º-C
Registo da cisão
1 – O registo da cisão interna na sociedade cindida determina a realização oficiosa do registo de
constituição das novas sociedades resultantes da cisão.
2 – No caso do registo da cisão transfronteiriça, aplica-se o disposto no número anterior às sociedades
participantes na cisão que tenham sede em território nacional.
3 – O registo de cisão transfronteiriça na sociedade cindida determina a notificação desse facto e do
consequente início de produção de efeitos, através do sistema de interconexão dos registos da União
Europeia, aos registos competentes dos Estados-Membros da sede das novas sociedades resultantes da
cisão ou das sociedades beneficiárias.
4 – A receção da notificação do início da produção de efeitos de cisão transfronteiriça, prevista no número
anterior, efetuada por registo competente do respetivo Estado-Membro da União Europeia, determina a
realização oficiosa do registo de constituição das sociedades beneficiárias e a notificação desse facto, através
do sistema de interconexão dos registos da União Europeia, ao registo competente do Estado-Membro da
sociedade cindida.
5 – A receção de todas as notificações a efetuar pelos registos competentes dos Estados-Membros das
sociedades beneficiárias, nos termos do número anterior, determina o cancelamento da matrícula da
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sociedade totalmente cindida que esteja sediada em território nacional.
Artigo 67.º-D
Registo de transformação transfronteiriça
1 – O registo de transformação transfronteiriça efetuado sobre a sociedade transformada, quando sediada
em território nacional, determina a notificação desse facto e do consequente início de produção de efeitos,
através do sistema de interconexão dos registos da União Europeia, ao registo competente do Estado-Membro
de partida, onde estava sediada a sociedade objeto de transformação.
2 – A receção da notificação do início da produção de efeitos da transformação transfronteiriça, efetuada
por registo competente do Estado-Membro da União Europeia, enquanto Estado-Membro de destino,
determina a realização oficiosa do registo da transformação transfronteiriça e o cancelamento da matrícula da
sociedade objeto de transformação que esteja sediada em território nacional.
Artigo 74.º-B
Certificado prévio à cisão transfronteiriça
1 – A emissão do certificado ou dos certificados comprovativos do cumprimento dos atos e das
formalidades prévios à cisão transfronteiriça, relativamente à sociedade ou às sociedades participantes com
sede em território nacional, pode ser solicitada, após o registo do respetivo projeto, em qualquer serviço de
registo com competência para a prática de atos de registo comercial.
2 – O requerimento para obtenção do certificado prévio à cisão, apresentado pela sociedade cindida, deve
ser acompanhado dos seguintes elementos:
a) Projeto de cisão transfronteiriça;
b) Relatório do órgão de administração destinado aos sócios e aos trabalhadores e relatório de perito, sem
prejuízo do disposto nos n.os 7 a 9 do artigo 129.º-D do Código das Sociedades Comerciais;
c) Informação sobre a aprovação da cisão transfronteiriça pela assembleia geral;
d) Observações sobre o projeto de cisão transfronteiriça.
3 – A apresentação dos documentos referidos no número anterior é dispensada sempre que estes se
encontrem arquivados em serviço de registo nacional.
Artigo 74.º-C
Certificado prévio à transformação transfronteiriça
1 – A emissão do certificado comprovativo do cumprimento dos atos e das formalidades prévios à
transformação transfronteiriça, relativamente à sociedade com sede em território nacional, pode ser solicitada,
após o registo do respetivo projeto, em qualquer serviço de registo com competência para a prática de atos de
registo comercial.
2 – O requerimento para obtenção do certificado prévio à transformação deve ser acompanhado dos
seguintes elementos:
a) Projeto de transformação transfronteiriça;
b) Relatório do órgão de administração destinado aos sócios e aos trabalhadores e relatório de perito, que,
no caso, devam existir;
c) Informação sobre a aprovação da transformação transfronteiriça pela assembleia geral;
d) Observações sobre o projeto de transformação transfronteiriça.
3 – A apresentação dos documentos referidos no número anterior é dispensada sempre que estes se
encontrem arquivados em serviço de registo nacional.»
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Artigo 9.º
Alteração à organização sistemática da Lei n.º 19/2009, de 12 de maio
É aditada ao Capítulo II da Lei n.º 19/2009, de 12 de maio, a Secção VI, com a epígrafe «Disposições
complementares» e composta pelos artigos 26.º-A e 26.º-B.
Artigo 10.º
Alteração à organização sistemática do Código das Sociedades Comerciais
São introduzidas as seguintes alterações à organização sistemática do Código das Sociedades Comerciais,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, na sua redação atual:
a) A Secção I do Capítulo IX do Título I passa a ter como epígrafe «Fusão interna»;
b) A Secção II do Capítulo IX do Título I passa a ter como epígrafe «Fusão transfronteiriça»;
c) O Capítulo X do Título I passa a estar dividido em duas secções, nos seguintes termos:
i) A Secção I com a epígrafe «Cisão interna» e composta pelos artigos 118.º a 129.º;
ii) A Secção II com a epígrafe «Cisão transfronteiriça» e composta pelos artigos 129.º-A a 129.º-L;
d) O Capítulo XI do Título I passa a estar dividido em duas secções, nos seguintes termos:
i) A Secção I com a epígrafe «Transformação interna» e composta pelos artigos 130.º a 140.º-A;
ii) A Secção II com a epígrafe «Transformação transfronteiriça» e composta pelos artigos 140.º-B a
140.º-N.
Artigo 11.º
Norma revogatória
É revogado o n.º 2.12 do artigo 22.º do Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de dezembro, na sua redação atual.
Artigo 12.º
Entrada em vigor
O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias após a sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de ….
O Primeiro-Ministro, … — A Ministra da Justiça, ….
A DIVISÃO DE REDAÇÃO.
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
Artigo 54.º Comissões de trabalhadores
5. Constituem direitos das comissões de trabalhadores:
d) Participar na elaboração da legislação do trabalho e dos planos económico-sociais que contemplem o respectivo sector;
Artigo 56.º Direitos das associações sindicais e contratação colectiva
2. Constituem direitos das associações sindicais:
a) Participar na elaboração da legislação do trabalho;
REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Artigo 134.º Legislação do trabalho
1 — Tratando-se de legislação do trabalho, a comissão
parlamentar promove a apreciação do projecto ou proposta de lei, para efeitos da alínea d) do n.º 5 do artigo 54.º e da alínea a) do n.º 2 do artigo 56.º da Constituição.
2 — As comissões de trabalhadores, as associações sindicais e as associações de empregadores podem enviar à comissão
parlamentar, no prazo por ela fixado, nos termos da lei, as sugestões que entenderem convenientes e solicitar a audição de representantes seus.
3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores, os projectos e propostas de lei são publicados previamente em separata electrónica do Diário.
4 — A data da separata é a da sua publicação, coincidente com a do seu anúncio, entendendo-se como tal o dia em que fica disponível no portal da Assembleia da República na Internet.
Lei n.º 7/2009
de 12 de Fevereiro
APROVA A REVISÃO DO CÓDIGO DO TRABALHO
CAPÍTULO II Participação na elaboração da legislação do trabalho
Artigo 469.º Noção de legislação do trabalho
1 — Entende-se por legislação do trabalho a que regula os direitos e obrigações dos trabalhadores e empregadores, enquanto tais, e as suas organizações.
2 — São considerados legislação do trabalho os diplomas que regulam, nomeadamente, as seguintes matérias:
a) Contrato de trabalho; b) Direito colectivo de trabalho; c) Segurança e saúde no trabalho; d) Acidentes de trabalho e doenças profissionais; e) Formação profissional; f) Processo do trabalho.
3 — Considera-se igualmente matéria de legislação de trabalho o processo de aprovação para ratificação das convenções da Organização Internacional do Trabalho.
Artigo 470.º Precedência de discussão
Qualquer projecto ou proposta de lei, projecto de decreto-lei ou projecto ou proposta de decreto regional relativo a legislação do trabalho só pode ser discutido e votado pela Assembleia da República, pelo Governo da República, pelas Assembleias Legislativas das regiões autónomas e pelos Governos Regionais depois de as comissões de trabalhadores ou as respectivas comissões coordenadoras, as associações sindicais e as associações de empregadores se terem podido pronunciar sobre ele.
Artigo 471.º Participação da Comissão Permanente de Concertação Social
A Comissão Permanente de Concertação Social pode pronunciar-se sobre qualquer projecto ou proposta de legislação do trabalho, podendo ser convocada por decisão do presidente mediante requerimento de qualquer dos seus membros.
Artigo 472.º Publicação dos projectos e propostas
1 — Para efeitos do disposto no artigo 470.º, os projectos e propostas são publicados em separata das seguintes publicações oficiais:
a) Diário da Assembleia da República, tratando-se de legislação a aprovar pela Assembleia da República;
b) Boletim do Trabalho e Emprego, tratando-se de legislação a aprovar pelo Governo da República;
c) Diários das Assembleias Regionais, tratando-se de legislação a aprovar pelas Assembleias Legislativas das regiões autónomas;
d) Jornal Oficial, tratando-se de legislação a aprovar por
Governo Regional.
2 — As separatas referidas no número anterior contêm, obrigatoriamente:
a) O texto integral das propostas ou projectos, com os respectivos números;
b) A designação sintética da matéria da proposta ou projecto; c) O prazo para apreciação pública.
3 — A Assembleia da República, o Governo da República, a Assembleia Legislativa de região autónoma ou o Governo Regional faz anunciar, através dos órgãos de comunicação social, a publicação da separata e a designação das matérias que se encontram em fase de apreciação pública.
Artigo 473.º Prazo de apreciação pública
1 — O prazo de apreciação pública não pode ser inferior a 30 dias.
2 — O prazo pode ser reduzido para 20 dias, a título excepcional e por motivo de urgência devidamente justificado no acto que determina a publicação.
Artigo 474.º Pareceres e audições das organizações representativas
1 — Durante o prazo de apreciação pública, as entidades referidas no artigo 470.º podem pronunciar-se sobre o projecto ou proposta e solicitar audição oral à Assembleia da República, ao Governo da República, à Assembleia Legislativa de região autónoma ou ao Governo Regional, nos termos da regulamentação própria de cada um destes órgãos.
2 — O parecer da entidade que se pronuncia deve conter:
a) Identificação do projecto ou proposta; b) Identificação da comissão de trabalhadores, comissão
coordenadora, associação sindical ou associação de empregadores que se pronuncia;
c) Âmbito subjectivo, objectivo e geográfico ou, tratando-se de comissão de trabalhadores ou comissão coordenadora, o sector de actividade e a área geográfica da empresa ou empresas;
d) Número de trabalhadores ou de empregadores representados;
e) Data, assinatura de quem legalmente represente a entidade ou de todos os seus membros e carimbo da mesma.
Artigo 475.º Resultados da apreciação pública
1 — As posições das entidades que se pronunciam em pareceres ou audições são tidas em conta pelo legislador como elementos de trabalho.
2 — O resultado da apreciação pública consta:
a) Do preâmbulo do decreto-lei ou do decreto regional; b) De relatório anexo a parecer de comissão especializada da
Assembleia da República ou da Assembleia Legislativa de região autónoma.