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Sessão de 9 de Março de 1926

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o que, de facto, se 'deu. Apresentei-lhe o requerimento em que o Sr. Eôgo Chaves pedia a sua demissão de Alto Comissário de Angola, mas, após a sua leitura, o Conselho de Ministros resolveu não lha aceitar, reiterando-lhe a sua confiança.

Depois deste despacho, que está exarado no requerimento, ou conferenciei novamente com o Alto Comissário de Angola, comunicando-lho a resolução do Conselho de Ministros e insistindo na minha maneira de ver de que devia S. Ex.a continuar a exercer a sua missão.

O Sr. Eêgo Chaves, porém, manteve o seu ponto de vista e nada o demoveu,do seu, anterior modo de ver.

É possível que melindres ou susceptibilidades do S. Ex.a o levem a continuar a não aceder ao despacho do Conselho de Ministros e a aconselhar outra individua-, lidade para mudar a orientação seguida na Colónia. Insisti novamente mas, certamente, S. Ex.a não desejando alterar a sua resolução, já trazida do Angola, não acedeu a nenhum dos meus argumentos e assim tenciono, no primeiro Conselho do Ministros, que se efectuar, dar conhecimento do que se passa o comunicar que o lugar está vago.

E realmente para lamentar qua S. Ex.a não se tivesse compenetrado que, dada a situação criada pela burla do Banco Angola e Metrópole, necessário só tornava ser ouvido em Lisboa sobre o assunto, dado que essa diligência em nada podia afectar, nem afectou um homem da en-' vergadura moral do Sr. Rego Chaves, a quem todos rendemos a maior homenagem e estima.

Apoiados.

Não conseguindo demover S. Ex.a do seu propósito, resta-me prestar a minha homenagem a um condiscípulo que durando muito tempo acompanhei na sua carreira, sentindo que S. Ex.a tomasse como directriz um ponto de vista inabalável, da sua decisão resultando a meu ver um prejuízo sensível para a colónia.

Eram estas as • explicações que queria dar a V. Ex.a sobre o requerimento do Sr. Alto Comissário em Angola, podendo mais uma vez afirmar que nesse requerimento não há melindre algum para qualquer membro do Governo.

Sobro a situação de Moçambique tenho a declarar que ela tem marchado de uma

forma mais normal do que em Angola ainda que, pelo facto, da última greve, ela não esteja completamente solucionada por isso que ainda há grevistas que não desejam retomar o trabalho.

Conquanto o Sr. Alto Comissário não mo enviasse nenhum relatório especial sobre o assunto, ó certo que, em Dezembro do ano findo, se deu um descarrila-mcnto...

O Sr. Joaquim Crisóstomo: — Até atentados à bomba.

O Orador:—Nesse ponto creio que V. Ex.a tem do retroceder a Novembro do 192o.

Têm^ continuado realmente as reclamações, o sindicato grevista continua a im-. por que as portarias reduzindo o pessoal sejam revogadas, voltando-se à primitiva situação.

Temos todos de nos convencer que o Sr. Alto Comissário não podo alterar essas portarias que visam ao equilíbrio orçamental.

S. Ex.a conseguiu uma redução no caminho de ferro do distrito de Moçambique do perto de 5:000 libras e no de Lourenço Marques o seu porto 40:000 libras, o que é importante.

Essa redução do pessoal atingiu todas as categorias, conforme consta de um relatório que S. Ex/"1 e Alto Comissário me mandou.

Nesta questão de greves é preciso proceder com um pouco do cuidado o não levar as cousas a um ponto tal de irre-dutibilidade que elas não possam ser solucionadas.

O Sr. Joaquim Crisóstomo:— Foi o quo não se fez.

Levou-so a questão à ponta de espada.

O Orador:—V. Ex.a está equivocado sobre a forma como a greve tem decorrido.

Foi ela declarada em Novembro e durante quinze dias os grevistas não praticaram qualquer acto violento.