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Sessão de 9 de Março de W26

que aí residem puderam trocar as notas que possuíam, o. mesmo não sucedendo com os habitantes das ilhas de S. Jorge e Graciosa que fazem parte do meu distrito e constituem três importantes concelhos. Os habitantes destas; duas ilhas não trocaram as notas que possuem porque não puderam. Estas duas ilhas — Graciosa e S. Jorge só têm comunicação com a sede do distrito, de 15 em 15 dias, pelos vapores da Empresa Insulana de Navegação e é quando pode ser, porque, Sr. Presidente, sucede e sucedeu várias vezes os vapores não poderem comunicar com terra, devido ao estado agitadíssimo do mar. Além disso, Sr. Presidente, a agência do banco em Angra, publicou na imprensa local a 21 de Dezembro próximo passado um aviso anunciando que a trcca das notas de 500$ se efectuaria até ao dia 26 do mesmo mês; e, Sr. Presidente, este aviso só chegou às ilhas de S. Jorge e Graciosa no. dia 30, isto é, quatro dias depois de ter expirado o prazo para a troca das notas. Isto não é justo. Não é justo, Sr. Presidente, que os habitantes das ilhas de S. Jorge e Graciosa fiquem privados de trocar as notas que possuem, o que além de ser um enorme prejuízo para os possuidores dessas notas, causa enormíssi-mos transtornos ao comércio, porque ó dinheiro que deixou de circular, são pedaços de papel sem valor, que ninguém quere receber.

Peço, pois, aoj3r. Ministro das "Finanças que seja concedido um novo prazo, para os habitantes das ilhas Graciosa e de S. Jorge poderem trocar as notas de 500$, que possuem, troca que deve ser feita nas tesourarias da Fazenda Pública.

Não é mais do .que um acto de inteira justiça.

Sr. Presidente: desejava também chamar a atenção do Sr. Ministro da Agricultura para a situação aflitiva, verdadeiramente desgraçada em que se encontra a indústria dos lacticínios nos Açores. Eu sei, Sr. Presidente, que este assunto já foi proficientemente tratado nas duas casas do Parlamento, na parte respeitante ao meu distrito, pelos ilustres parlamentares Srs. Vicente Eamos e João Orneias da Silva.

Mas, .eu quero juntar a minha voz, juntar a minha reclamação á dos dois

ilustres parlamentares. Nas ilhas Terceira e. de S. Jorge é importantíssima a indústria de lacticínios, e especial-.mente em S. Jorge é ela a principal,.^ mais, importante senão a única fonte de receita, a única fonte de riqueza da ilha. A Ilha de S. Jorge, Sr. Presidente, é na sua maior extensão, na sua maior área constituída por pastagens, de onde vivem centenas e centenas de pessoas.

A concorrência desleal dás margarinas estrangeiras veio criar a situação .aflitiva em que se debate a indústria de lacticínios. .

A continuar a situação actual é certa a ruína dessa importante indústria, e essa ruína é, posso assegurar a V. Ex.as/o golpe de morte na vida económica da Ilha de S. Jorge.

É necessário, pois, que p Sr. Ministro da Agricultura se digne tomar providências imediatas, urgentes para debelar o mal.

A solução aconselhada pelos dois ilustres parlamentares a que já me referi, da tribulação das margarinas, actualizando a taxa tributária de antes da guerra, e intensificando a fiscalização ó para aceitar, porque se não é o remédio que cure radicalmente o mal, há-de, com-tudo atenuá-lo, o que já não é mau.

Peço, pois, ao Sr. Ministro da Agricultura providências urgentes.

É necessário, Sr. Presidente, olhar com atenção pêra os Açores, tratar com carinho aquele bom povo.

Povo pundonoroso e patriota, de honrosas tradições liberais. Povo respeitador, trabalhador e ordeiro, que conserva, qne mantém puras as melhores qualidades da raça. Povo genuinamente português, tam português como os continentais que se regozija com as alegrias,e glórias da Pátria e que se entristece e chora com as suas desditas e desventuras.

Povo a que bein se pode aplicar a frase de agente de uma só fé e de uma só cara».

Sr. Presidente : na passada legislatura, se não estou em erro, o ilustre Senador Sr. Joaquim Teixeira da Silva alvitrou que visitasse os Açores o Sr. Presidente da ^República.