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0025 | I Série - Número 003 | 22 de Setembro de 2006

 

que fosse capaz de "ajudar o aluno a reconhecer-se na sua humanidade, a situar-se no mundo e a assumi-lo".
A Assembleia da República presta sentida homenagem à personalidade, à obra e à memória da Professora Teresa Ambrósio e manifesta aos seus familiares o sentimento da mais profunda condolência.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 65/X, do PS.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Peço ao Sr. Secretário que proceda à leitura do voto n.º 67/X - De pesar pela morte do Eng.º Vasco de Carvalho (BE).

O Sr. Secretário (Fernando Santos Pereira): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

Faleceu no passado dia 22 de Agosto, aos 97 anos de idade, o Eng.º Vasco de Carvalho.
Militante comunista desde muito novo, destacou-se pela sua acção e coragem na resistência contra o fascismo, tendo passado 10 anos da sua juventude na clandestinidade e na prisão. Enquanto membro do PCP, assumiu as mais altas responsabilidades na condução da actividade partidária.
No período difícil do início da década de 40, marcado pela feroz perseguição que o regime de Salazar movia aos comunistas e a todos os antifascistas, foi vítima de uma bem sucedida intriga da PIDE, calúnia que o perseguiu, discriminou e amargurou durante décadas. Firme nas suas convicções, nunca abandonou a luta contra a ditadura, que prosseguiu activamente, empenhando-se no movimento cooperativista.
Foi fundador e durante muitos anos presidente do Ateneu Cooperativo e dirigente da Federação Nacional de Cooperativas de Consumo. Foi co-autor do livro dirigido por António Sérgio, O Cooperativismo: Objectivos e Modalidades, que, à data, constituiu um importante impulso para aquele movimento social.
Vasco de Carvalho dedicou-se aos problemas da habitação social e aos movimentos dos moradores, tendo presidido à Associação dos Inquilinos Lisbonenses quer antes quer depois do 25 de Abril.
Vasco de Carvalho, possuidor de uma fina inteligência e apurado espírito científico, destacou-se igualmente a nível profissional, como engenheiro electrotécnico. Participou na criação do Instituto de Soldadura e Qualidade, foi dirigente da Associação Portuguesa de Manutenção Industrial e docente na Universidade Nova de Lisboa.
A vida de Vasco de Carvalho é um exemplo de intervenção cívica e de luta pela democracia, por uma sociedade mais justa e pela liberdade igualitária, como gostava de dizer. Fiel às suas convicções ideológicas e ao seu posicionamento político, Vasco de Carvalho foi sempre um construtor persistente do diálogo, da aproximação e da acção comum dos democratas.
A sua vida enriqueceu a nossa democracia. A sua morte deixa-a mais pobre.
A Assembleia da República, confrontada com o falecimento do Eng.º Vasco de Carvalho, aprova o presente voto de pesar e exprime aos seus familiares e amigos as mais sentidas condolências.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 67/X, do BE, cuja leitura acabou de ser feita.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

O Sr. Secretário vai proceder à leitura do voto n.º 68/X - De pesar pelo falecimento do ex-Deputado Veiga de Oliveira (PSD).

O Sr. Secretário (Fernando Santos Pereira): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é o seguinte:

Faleceu no passado dia 24 de Agosto Álvaro Veiga de Oliveira, resistente da ditadura, ministro de dois Governos provisórios, Deputado Constituinte e da Assembleia da República, vereador na Câmara Municipal de Cascais.
A sua vida constitui um exemplo de participação cívica e democrática. Preso aos 29 anos de idade, em 1958, retomou a luta pelos seus ideais, voltando a ser preso em 1965.
Era detentor de um triste recorde nacional. Esteve 37 dias submetido à tortura do sono pela polícia política de Salazar, no fins dos quais entrou em coma e, durante longos meses, ficou internado no Hospital Prisão de Caxias, só voltando à liberdade já com Marcelo Caetano, em 1970.
Foi um ilustre Deputado desta Casa e um interveniente parlamentar, deixando na memória do Parlamento inesquecíveis intervenções políticas.
Foi militante do PCP, partido que abandonou e era o pai do chamado "Grupo dos Seis".
Álvaro Veiga de Oliveira foi sempre um homem livre e que lutou coerentemente pelas suas ideias. Morreu discretamente sem querer homenagens.
No entanto, a Assembleia da República não pode deixar de render homenagem ao cidadão e ao Deputado que se notabilizou em diferentes momentos da vida do País.

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