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7 DE MAIO DE 2016

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financiamento do ensino privado. Sim, Nuno Crato cortou em tudo, até no ensino privado, mas cortou mais no

ensino público e, portanto, até nisso, mostrou agir por impulso ideológico.

Portanto, sim, há um problema de desemprego de professores, e temos de estar atentos a esse problema.

Mas não têm autoridade nenhuma para falar disso, aqueles que no Governo anterior disseram aos professores

que a saída para eles era a emigração.

Aplausos do PS e do PCP.

E também temos de recusar a irresponsabilidade dos que usam o alarmismo como arma política. É o caso

de quem fala de despedimento iminente de 4000 professores, nas escolas com contratos de associação. É que,

estando em vigor contratos plurianuais de três anos, é completamente injustificado que estejam a ameaçar de

despedimento imediato todos os professores dessas escolas.

O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Sr.as e Srs. Deputados, a liberdade de cada família optar pelo sistema público ou pelo sistema privado

mantém-se inalterada. Mas os contratos de associação não são ferramentas de promoção da liberdade de

escolha das famílias, porque financiam diretamente os proprietários das escolas e não as famílias.

Aplausos de Deputados do PS.

E não, Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo e Sr.as e Srs. Deputados, fechar uma escola pública para

abrir uma escola privada,…

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Que disparate!

O Sr. Porfírio Silva (PS): — … isso não promove a liberdade de escolha, isso não promove a igualdade de

oportunidades, nem respeita a lei.

Aplausos do PS, do BE e do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar Partido Ecologista «Os Verdes», a Sr.ª

Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.

Deputados: Quero também saudar a realização deste debate, até porque talvez nos permita esclarecer algumas

matérias relativamente ao tema em discussão.

Primeiro, aquilo que diz a lei é que a escola privada com contrato de associação tem carácter complementar

em relação à escola pública. Isto tem um significado: quando a escola pública dá resposta, não faz sentido

celebrar um contrato de associação com uma escola privada. Os contratos de associação com as escolas

privada não significam que as escolas privadas adquiriram, de repente, um direito vitalício. Esse direito é um

recurso transitório enquanto a escola pública não dá resposta.

O ideal é o quê? É que a escola pública consiga dar resposta às necessidades dos cidadãos. Se os cidadãos

fazem outra opção de educação, designadamente as famílias, terão naturalmente outros recursos. Mas, Srs.

Deputados do PSD e do CDS, lembrem-se de uma coisa: não é justo que uma escola privada celebre um

contrato de associação num território onde a escola pública consegue dar resposta, quando outra escola privada

não tem contrato de associação e está exatamente nas mesmas circunstâncias. E os senhores, que andam

sempre tão preocupados com a questão da concorrência, também deveriam compreender essa matéria.

Por outro lado, Sr.as e Srs. Deputados, do que se trata na nossa perspetiva — e já tivemos oportunidade de

felicitar o Sr. Primeiro-Ministro, designadamente no debate quinzenal, por esta opção que se está a tomar —, é

que esta opção é uma coisa tão simples quanto o cumprimento da lei. Acho que isto é uma coisa perfeitamente