O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE MAIO DE 2016

5

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Vamos entrar na fase dos pedidos de esclarecimento e começamos pelo Grupo

Parlamentar do PSD.

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho.

O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor veio à Câmara para

exibir satisfação com o relatório da Comissão Europeia sobre o Programa Nacional de Reformas que o Governo

apresentou, tendo citado algumas das observações que foram feitas, culminando com uma de sua lavra,

presumo eu, porque essa não encontrei no relatório que a Comissão Europeia fez sobre esta matéria, dizendo

que finalmente o País estava a corrigir a estratégia errada de competitividade, baseada no empobrecimento,

que vinha do passado.

Quero dizer ao Sr. Primeiro-Ministro que continua a confundir muito as coisas. Realmente, a nossa estratégia

de competitividade não se baseava no empobrecimento…

Risos do PS e do BE.

… a falta de competitividade do País é que empobreceu a economia portuguesa e empobreceu os

portugueses, Sr. Primeiro-Ministro.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Está muito equivocado, portanto.

Enquanto continuar a fazer alguma confusão com estes conceitos, Sr. Primeiro-Ministro, não é de estranhar

que as consequências da nova estratégia que o Governo está a seguir produza os resultados que estão à vista

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!

O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — …e não aqueles que é suposto intuir para futuro, porque sobre esses

também já falaremos.

Os resultados que estão à vista são um crescimento inferior àquele que registámos há um ano, quando

olhamos para o primeiro trimestre deste ano, comparando com o primeiro trimestre de há um ano atrás. Quer

dizer, o ritmo de crescimento da economia portuguesa abrandou. Mais do que isso: como já tive ocasião de

dizer, abrandou suficientemente para que, mesmo que venha a melhorar como não melhorou nos últimos 10

anos, em Portugal, ainda assim será muito difícil chegar a uma meta anual de 1,2%, quanto mais àquela que

era a perspetiva do Governo.

Mas os resultados que já são observados vão todos contra aquilo que era a expectativa e a promessa do

Governo: o desemprego, que aumentou; o emprego, que foi destruído no primeiro trimestre, com menos 48 000

postos de trabalho; as exportações, que interromperam um ciclo virtuoso de muitos anos — sobretudo as

exportações de bens, evidentemente, mais tarde saberemos o que respeita ao turismo — e, sobretudo, o

investimento, que caiu face àquilo que foi a recuperação iniciada em 2015.

Em primeiro lugar, Sr. Primeiro-Ministro, por estas razões todas, porque é que, então, os resultados que o

Governo pode observar na economia e que resultam da sua nova orientação estratégica não estão de acordo

com o que foi a promessa do próprio Governo?

Em segundo lugar, se a Comissão Europeia está tão satisfeita com o PNR (Programa Nacional de Reformas)

e a maneira como o Governo se propõe atacar o futuro da execução das reformas, por que razão subsistem

tantas dúvidas, por exemplo, no parecer do Conselho de Finanças Públicas portuguesas, quanto à capacidade

de fazer evoluir favoravelmente o que são os esforços para reduzir o défice estrutural?

Em terceiro lugar, por que é que no meio de tanto enleio se fala, então, de sanções contra Portugal?

Aplausos do PSD.