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II SÉRIE-A — NÚMERO 89

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Contudo, estes argumentos estão mal fundamentados e não colhem a opinião favorável de vários setores da

sociedade, nomeadamente de especialistas e fundamentalmente dos utentes.

No que diz respeito ao argumento – aumento da frequência de composições –, como já foi publicamente

reconhecido por representantes do Metropolitano de Lisboa, esse aumento depende no essencial da capacidade

instalada na rede, nomeadamente da instalação do novo sistema de sinalização e controlo de tráfego e da

aquisição de novas composições, e não da geometria circular da linha.

Aliás, a este facto não será certamente alheio o recente anúncio do Governo, que numa tentativa de

convencer a população de Odivelas da bondade do seu projeto, veio admitir que as composições provenientes

de Odivelas possam, em hora de ponta, entrar na linha Circular e prosseguir até à estação do Rato, decisão que

irá fazer diminuir a frequência das composições e deitar por terra o principal argumento do Governo para justificar

a linha Circular.

Se os utentes com origem na Linha de Cascais ficarão beneficiados em qualquer circunstância – linha circular

ou extensão da Linha Amarela até Alcântara –, os utentes com origem em Odivelas, Loures, Santa Clara e

Lumiar ficarão sempre prejudicados com a linha circular, com ou sem transbordo no Campo Grande:

– Com transbordo, terão de realizar uma mudança de comboios que hoje não necessitam de efetuar.

– Sem transbordo, em hora de ponta, o número de comboios diretos para o centro de Lisboa vai diminuir

face à situação atual, em virtude da necessidade de intercalar comboios da Linha Amarela com a linha circular

(cruzamentos de nível), o que fará aumentar o tempo médio entre comboios para o dobro ou mais dos 4m atuais.

Menos comboios na linha Amarela, em hora de ponta, significa ainda mais dificuldade em entrar no

Metropolitano nas horas de maior afluência, agravando a situação que já hoje se vive, sendo esta situação

particularmente grave para quem tem necessidade de apanhar o metropolitano nas estações do Senhor

Roubado, Ameixoeira, Lumiar e Quinta das Conchas.

Ainda a propósito da necessidade de realizar de transbordos, não pode o governo considerar que se trata de

um falso problema ou de uma falácia, quando se refere a quem vem de Odivelas e, uma mais-valia quando se

refere a quem vem da Linha de Cascais. Nesta, como noutras matérias, não pode haver portugueses de primeira

e portugueses de segunda.

O Governo ao optar pela linha circular adia, sine die, soluções que verdadeiramente podem servir a

mobilidade na região, nomeadamente a expansão à zona ocidental da cidade de Lisboa, bem como a expansão

do metropolitano para uma zona negra do ponto de vista do transporte ferroviário pesado que é Loures, com a

possibilidade de servir todas as populações da região Oeste que, hoje em dia, apenas têm como alternativa o

transporte individual através da rodovia, que se encontra imensamente congestionada.

Nem tão pouco serve as necessidades dos habitantes da cidade de Lisboa que residem a norte da 2.ª circular

nas freguesias do Lumiar e Santa Clara.

A solução do Governo não serve pois a mobilidade dos cerca de 3 milhões de cidadãos que residem nos

concelhos limítrofes e na própria cidade de Lisboa, que após um investimento de 265 milhões de euros, em vez

de verem melhorada a sua acessibilidade ao centro da cidade, pelo contrário, ficarão pior servidos.

Este é sem sombra de dúvidas, pelos fatos já apresentados um mau projeto e restringe a expansão da rede,

por esse motivo este projeto não foi submetido ao parecer Conselho Superior de Obras Públicas, criado com o

objetivo de envolver as principais organizações profissionais, científicas e económicas dos setores das

infraestruturas na tomada de decisões de investimentos estruturantes para o País, contribuindo para formar

consensos alargados e dar estabilidade e continuidade aos investimentos.

Registamos pois, com preocupação, que um projeto estrutural desta dimensão não reúna um consenso

alargado da sociedade e que o Partido Socialista e o Governo tenham desistido de procurar uma solução que

colha o apoio da sociedade e dos restantes partidos com assento na Assembleia da República.

Sabe-se, ainda, que a viabilidade deste projeto está dependente da apresentação de candidatura ao PO-

SEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, e aprovação pelas instâncias

competentes.

Nestes termos e tendo em consideração a gravidade e sensibilidade da questão exposta e com o propósito

de impedir um erro que custaria muito caro a Lisboa, à Área Metropolitana e a Portugal, ao abrigo da alínea b)

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