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sido fácil de tornear. Escamotear ou diminuir este facto é esconder um dos principais

problemas da democracia portuguesa: a promiscuidade entre a política e os negocios, os

favores, a cumplicidade e a subserviência perante os grupos económicos e financeiros.

11. Não há qualquer dúvida que o grupo SLN/BPN desenvolveu uma estratégia de

ocultação dos procedimentos ilícitos a que sistematicamente recorria. Outra coisa não

seria de esperar. Não há crimes com pré-aviso. O BdP devia saber disso e não pode

desculpar-se com isso. O que se espera de um supervisor é que ultrapasse as manobras

de ocultação, se antecipe, procure e previna a fraude e o crime. Tanto mais que ao BdP

não faltava informação, a maior parte aliás apurada ao longo das inspecções realizadas

ao BPN e que em grande parte o relatório não refere.

O BdP foi negligente porque não procurou mais informação, foi ineficaz porque

não aproveitou a informação de que dispunha, foi tolerante até ao limite do absurdo

porque permitiu que sistematicamente as suas determinações fossem esquecidas e

ignoradas, foi autista porque desvalorizou sinais e alertas oficiais como são os casos da

operação Furacão e as cartas da PGR.

O BdP não sabia nem procurou saber se o Banco Insular operava em Portugal e

até desconhecia a mais banal das situações: o Banco Insular tinha conta aberta no

Montepio Geral.

Ao contrário do que diz o Relatório, não foi a crise dos mercados financeiros que

fez o BPN colapsar, mas sim a sucessão de fraudes que nele se verificaram e o falhanço

da supervisão.

O relatório desculpa o BdP e é simpático com a supervisão. Mas mesmo assim, é

forçado a reconhecer que o BdP devia ter sido mais incisivo e diligente. Ao afirmar isto,

o relatório está a dizer, em linguagem cuidada, no melhor estilo PS, que o BdP foi

passivo e negligente. Seria de esperar que as conclusões do Relatório fossem

consequentes com esta avaliação. Mas, não são. O Relatório constitui num elogio à

supervisão, mesmo que para isso tenha que recorrer à importação de argumentos.

Certamente, há falta de outros ou de melhor.

15 DE JULHO DE 2009______________________________________________________________________________________________________________

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