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8 | II Série B - Número: 056 | 10 de Dezembro de 2012

Papiniano Carlos está representado em diversas antologias da poesia portuguesa e da literatura para a infância, editadas em Portugal e no estrangeiro (Espanha, França, Brasil, Argentina), numa discografia em que podemos ouvi-lo a ler os seus próprios poemas (Papiniano Carlos por Papiniano Carlos), ou escutar a sua Menina Gotinha de Água lida por Carmen Dolores e num filme de Alfredo Tropa (produção RTP) a que a mesma Menina Gotinha de Água serve de base.
A poesia de Papiniano, que Fernando Lopes Graça e Luís Cília, por vezes, converteram em canção e a que diversos antologiadores e críticos se referiram, como E. M. de Melo e Castro e Maria Alberta Menéres, Jorge de Sena, Luísa Dacosta ou Fernando J. B. Martinho foi inspiração para muitos dos poetas ulteriores e de hoje e dava corpo a "uma poesia fluente e rica de ressonâncias do humanismo integral das massas." Papiniano Carlos não se devotou apenas à sua própria escrita. A vivência moçambicana (nasceu em 1918 na atual Maputo, antiga Lourenço Marques) deixou raízes e atraiu-o de novo ao continente africano. Em 1958, contacta artistas, jornalistas e escritores de Angola e Moçambique, entrevistando-os e recolhendo material a que dará divulgação em publicações diversas, como o Jornal de Notícias, o República, a Seara Nova, Bandarrae os cadernos «Notícias do Bloqueio».
Por todo o seu percurso de vida lhe foi atribuída a Medalha de Ouro da Cidade do Porto.
Para além, e indissociável da sua atividade literária, Papiniano Carlos desempenhou uma intensa atividade de combate à ditadura, tomando parte ativa nos diversos movimentos de oposição e militando no Partido Comunista Português desde 1949 – atividade essa que lhe valeu perseguições e diversas prisões nos calabouços da polícia política.
As artes poéticas, a Cultura e a Democracia em Portugal tiveram em Papiniano Carlos um importante obreiro e na ocasião do seu desaparecimento, a 5 de dezembro de 2012, a Assembleia da República expressa à sua família e ao Partido Comunista Português, sentidas condolências.

Assembleia da República, 6 de dezembro de 2012.
Os Deputados do PCP: Miguel Tiago — António Filipe — Jorge Machado — João Oliveira — Honório Novo — Rita Rato — Bernardino Soares — José Alberto Lourenço — João Ramos — Jerónimo de Sousa — Bruno Dias.

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VOTO N.º 92/XII (2.ª) DE CONGRATULAÇÃO PELA ADMISSÃO DA PALESTINA COMO ESTADO OBSERVADOR DAS NAÇÕES UNIDAS

A admissão da Palestina como membro observador das Nações Unidas, por expressiva maioria da Assembleia Geral realizada em 29 de novembro de 2012, constitui um facto de alcance histórico para a paz no Médio Oriente e um passo muito significativo no reconhecimento dos direitos inalienáveis do povo Palestiniano.
A votação obtida na Assembleia Geral das Nações Unidas em favor da causa palestina (138 votos a favor, 9 votos contra e 41 abstenções), em que é justo salientar o voto favorável de Portugal, expressa a vontade inequívoca da esmagadora maioria dos Estados do mundo em favor do cumprimento das Resoluções das Nações Unidas sobre a Palestina, que reconhecem o direito do povo palestiniano a viver em liberdade, dentro das fronteiras de um estado livre e soberano constituído nos territórios ocupados em 1967, e que preconizam uma relação pacífica duradoura entre os Estados da Palestina e de Israel.
Porém, o anúncio feito pelo Governo de Israel de prosseguir e intensificar a construção de colonatos, em clara violação do direito internacional e dos acordos subscritos na sequência do processo de Oslo, visando inviabilizar na prática o Estado Palestino e as aspirações nacionais do seu povo, e impor, na prática, a irreversibilidade da anexação dos territórios ocupados, constitui um sinal preocupante, em tudo contrário ao desejo de paz manifestado expressivamente pelas Nações Unidas e pela Autoridade Palestiniana.

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