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DIÁRIO DA GAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

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Acerca da instrucçao primaria aproveitarei agora a occa- i O ilíustre ministro poz na boca do chefe do estaco, que

sião para dar á camará testemunho do muito que. sei que o sr. ministro, que se santa na minha frente, se empenha em melhorar este ramo de serviço a cargo do seu ministe-

a actual sessão legislativa seria consagrada ao melhoramento da instrucção primaria. Eu sinto dizer a v. ex.a que principio a desconfiar principalmente de todas as promea-

rio. E digo a v. ex.a que sinto que o sr. ministro não se j sãs que são feitas na falia dó throno.

deixe guiar mais pelas suas próprias inspirações, do que j Prometteu-se-nos a reforma da cartfl, mas não ee fez a

que pelas circumstancias estranhas que actuam sobre o seu j.reforma da carta; tem-se-nos prpmettido muitas outras cou-

aniiuo, e não p deixam, per assim dizer, obedecer á generosidade dos sentimentos que eu sei que professa e que é obrigado a recalcar e a pôr de parte, adiando assim um dos mais importantes serviços que eu muito desejava que fosse elle que prestasse a este paiz. Eu desejava que s. ex.a, que é filho da imprensa, que não se elevou senão pela instrucçao, que veiu para este logar precedido de uma reputação, que sinto muito dizer á camará, que não é de certo correspondida, como eu desejava, pelos factos, assi-gnalasse. a sua passagem pelo ministério do reino, legando a este paiz, como mr. Guisot legou á França, uma boa lei de instrucçao primaria...

(A parte do sr. visconde de Sienve de Menezes.)

O Orador: — Niio percebi o que disse o er. deputado.

O sr. Visconde de Sieuve de Menezes: — Fallava em particular. .

Ò Orador:—Em particular ou em publico eu .estou prompto para qualquer discussão, sentindo BÓ que a maioria.se incomnit de com as palavras cortezes que dirijo ao meu adversário político, cm quem não desejo ver mais do que um homem de quem fui, sou e espero continuar a ser amigo.

Vozes:—Não se incommoda.,:

as, mas todas ficaram completamentc descuradas, tendo passado sobre ellas sessões ;e sessões legislativas, e eu estou convencido portanto de que a instrucçao primaria, só pelo facto de ter vindo annunciada na falia do throno, se deve julgar condemnada.

NSo teremos este anno instrucção primaria, como não •tivemos instrucçao primaria na legislatura passada, em que com menos aparato, foi franca e lealmente apresentada pelo iiluslre"ministro o. sr. António Rodrigues Sampaio a respectiva propobta de lei, a qual, se não chegou a ser convertida em lei, não foi certamente por culpa de s. ex.a

Um dos meus -desejos é fazer sentir agora á ilíustre com-missào de fazenda, que muito para louvar são os considerandos que e'la se dignou exarar no sou relatório, tornando patente que não são. infundadas as queixas que por parte da cpposiçâo toem sido "dirigidas ao parlamento, e os seus pedidos para que se trate de melhorar este ramo de serviço publico.

A .commissao eloquentemente confirma, que é insuf-ficieute a retribuição dos.professores, que é justificado todo o augraento de der-peza-que se consignar no orçamento para a instrucção primaria, que.-não ha casas para escolas, que emfim estamos n'urna completa nudez e anarchia a respeito

Ô Orador:—Pois se não se incommoda, a interrupção |-d'este objecto importantíssimo. .

foi,importuna e deslocada.

Continuo, porque a minha missão nSo é converter a. camará dos deputados n'um circulo de gladiadores, mas pura c simplesmente cumprir tanto quanto eu possa, tanto quanto eu saiba, o dever que. me foi imposto pela obrigação que contrahi para com 03 eleitores que me nomearam seu representante e seu. procurador n'esta casa; /continuo, no cumprimento d'e-se dever, a dizer á camará que sinto e sinto muito, que nào fosse o homem que está actualmente sentado no logar de ministro do reino, hornem de quem sou amigo ha muitos anno.i, e de quem espero continuar a sê-lo, embora seja seu adversário político, que fizesse este grande serviço ao paiz. . .

Eu creio, porém, que os factos vão muito alem d'aquillo que a illusirt; commissuo quiz confessar, porque, percorrendo um trabalho que acabo de fazer, extrahido dos do-.curnentos-officiae?:,. vejo que DÓS estamos nas seguintes condições no continente^

São propostos 225:692^200 réis para retribuir a instruc-çrio primaria do 4.000:000 de habitantes, o .que dá para .esto serviço 56 réis para cada habitante.

Temos 1:987 mestres para o sexo masculino, o que nos dá l por 1:00.0 para metade da população e 458 mestras para a outra metade, vindo assim a ter l mestra para 4:366 habitantes do sexo feminino.

A distribuição pelos districtos dá-nos o seguinte quadro:

Districtos
Superfície em hectares
Recenseamento da população
Numero .-de pavoeliias
Num De mestres
eros De mestras
Despeza para 1875-1876

233:819 273:002 233:783 . 455:081 666:475 292:522 388:310 497:818 554:225 622:768 349:015 ' 760:303 486:468 644:143 709:653 1.087:281 485:835
209:302 320:655 417:806 212:122 159:022 251:793 285:985 36lJ:íi22 215:995 164:245* 180:144 453:641 202:390 100:830 98:757 138:583 177:152
"288 528 293 235 • 304 • 180 184 365 338 149 113 143 122 - 95 109 103 66
93 '114 160 153 120 131-' 142 237 191 93 83 150 101 55 , 41 63 55
13 16 36 30 22 27 32 ' 51 40 25 17 62 25 14 12 20 16
9:8405600 12:0395120 18:030,5000 16:5805500 12:8705000 14:4705000 16:2205000 26:7805000 21:0055000 11:3305000 9:030*000 20:5604000 11:6255000 6:4105000 4:8925400 7:5605000 6:4505000


ViilaRea! ............... • .......................


Beifi ............. ' ...................


Total .......... -. ___

8.962:531
3.954:072
3:615
1:987
458
225:6925020


Pela estatística oíficial temos que ficam sem mestre 1:628 parochias. .

Sem mestra 3:152 parochias.

Dejtodos os districtos o menos mal servido é o da Guarda, que tem l professor para 565 habitantes e l mestra para 2:190. O mais mal servido, na instrucçao, como em

Não me parece que seja demasiadamente lisonjeiro o ; tudo, é aquelle que tenho a honra de representar, o Ai-

todo d'este quadro.

Assim para cada 4:515 hectares temos mestras distribuem-se t para cada 18:500 hectares.

j garve, no qual temos l para 1:610 habitantes no sexo l mestre, e as ! masculino e l mestra para 5:536 habitantes.