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bolagem, e ííuo jpócfe deixar de o ser para o'commer-cio exterior. Deste rhodo os

Eu tenho na minha mão um mappa estatístico das importações e exportações do porto de Vianna, que faz ver o augmento sempre progressivo da producção e do comrncrcio da província do Minho, É em verdade salisfactorio o resultado que se deprehende deste documento oíficial. Effectivamente em 1838 foram exportados pela barra do Lima productos na quantia de cento e quarenta e três contos novecentos e setenta oito réis, em 1841 duzentos e trinta contos setecentos setenta e novo rnil quatrocentos e doze reis; o em .1846, seiscentos c'vinte dois contos trezentos e cincocnta oito rnil setecentos c dez reis, progressão espantosa e animadora !

Os'géneros exportados são principalmente milho, algum centeio, legumes, cortiça, laranja, vinagres, agoardcnte e gado. Em 1846 se exportou para Irlanda grande quantidade de milho e carnes, que ajudaram a matar a fome a esse povo desgraçado que a miséria e a fome dizima todos. os annos. Depois da Legislação respectiva a cereaes e outros géneros desubsistencias, adoptada ern Inglaterra sobre a proposta de S ir Robert Peei, as nossas exportações de grãos c de carnes para aquelle paiz devem aiigmen-lar consideravclmente; e se esta e outras espécies de producções fossem entre nós auxiliadas por melhores methodos de cultura e de economia rural, assim como por uma vasta rede de boas e fáceis communicações, Portugal pôde vir a ser dentro de algum tempo, a adega, o granel da Gram Bretanha. Em vista de todas estas considerações, se deprehende a urgente necessidade de facilitar a exportação, e por tanto dê melhorar a foz, e a barra do Lima.

Sr. Presidente, se esta obra se encarar debaixo do ponto de vista, financeiro também resulta a manifesta conveniência da sua prompta execução; por quanto de um ma.ppa também oíncial que tenho aqui, se vê que os rendimentos da alfândega de Vianua foram augmentarido em serie progressiva desde 1838 ate' 1847, rendendo naquelle armo dezenovc contos, e neste ultimo sessenta e cinco..

Por tanto e'do presumir, que quando a navegação não correr na barra e foz do rio os riscos, ecxperimcn-lar os embaraços, queora experimenta, augmehtará ainda avultadaixicnlc o rendimento da mesma alfândega1.

Sobre o modo -de 'fev-ar a eííeito as obras projectadas teiíhò o receio 'de que os "estudos gráficos, o plano, e'o traçado dessas obras não-deixem bastante a desejar^ Sr. Presidente, estes1 receios que já manifestaram os Srs. Deputados, e particularmente o jo-ven Orador -que rnè honra com a sua 'atterição, e qtie apresentou sobre o sassuiivpto uma grande somma de conhecimentos 'especiaes, estes receios, repito, são desgraçadamente mais ou menos justifreados pelos escarmentos do passado.

A Camará sabe perfeitamente o que aconteceu com as barras da Figueira, de Aveiro, e com esta mestria de Vianna, cujo máo estado talvez seja principalmente devido (e estafe' a opinião dó Inspector das Obras Publicas) 'á construcção da ponte lançada sobre ò rio èrri frente da cidade, por causa da basta estacaria quê a sustenta. E então as 1-cflex'ões dos illustres Deputados, que tem chamado a attehçãò do Governo sobre a necessidade de bem meditar, antes da sua execução^ os planos das obras, são muito acertadas e dignas de consideração 'do mesmo Governo.

As difficuldades inhererilcs ás obras hydraulicas, e , particularmente ás obras praticadas nas fozes e nas barras' dos rios são conhecidas de todoà os homens da arte. Estas obras assentam sobre dados de diflrci!-4 lima resolução, por isso que dependem de problemas complicadíssimos pelos variantes numerosos, e pelos factores mais ou menos indeterminados^ que 03 compõem. Não raras vezes dentro e fora do nosso paia hão sido estas obras 03 escolhos,, contra' os quaes s'e tejn quebrado reputações abalisadas. Os grandes deltas e cabedellos dos nossos riosj a natureza das suas margens de facílima erosão, e do seu fundo quasi sempre arenoso^ a pouca preponderância da acção fluvial sobre a marítima, assim como o regimen incerto e quasi anarcliico das suas agoas por um lado, e por Outro o choque violento e a direc^-cão das vagas impei l idas pelos ventos do quadrante que fina comprehcndido entre o norte e o oeste — circumstanciã que dá origem á formação de vastos cabèdellõs ao sul das nossas barras — todos estes factores tão poderosos c tão difficcis de avaliar tornam entre nós extremamente difíicil, talvez mais diíneil que em outros muitos pontos a resolução dos problemas sobre que devem assentar estas obras, care-i cendo alem d'istò de uma 'rápida construcção c de urna imrncnsa solidez para resistirem á violência desse elemento terrível, que desfaz nos momentos da sua cholcra as obras humanas quasi com a rrlesrna facilidade com que as anniquilla a ruão de Dcos. Er» v í ala de todas estas considerações e preciso ter sempre urna certa desconfiança no bom resultado destas obras.