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nada com as questões de entrada para a camara, e de saída da camara. E a camara como grande jury a applicar a lei. Supponhamos porém que ha deputados que se abaixam a solicitar graças do governo; supponhamos mesmo que o governo promove o meio de arranjar uma maioria, concedendo graças aos deputados: (Interrupção) para esse caso reservemos o rigor de juizes inflexiveis no cumprimento da lei. A respeito do sr. deputado por Arganil, voto contra o parecer dá commissão.

Senti muito não fallar a respeito do sr. Lage, porque declararia que votava a favor. O sr. Lage não está no caso de nenhum dos outros srs. deputados. (O sr. Camarate: — Já não se discute essa questão) Não está em discussão, mas não está votada...

O sr. Presidente: — O sr. deputado não póde continuar nessa questão, porque já está fechada a discussão sobre ella.

O Orador: — Permitta-me v. ex.ª; é verdade que já não está em discussão, mas ainda não está votada. Eu não fallei nesta parte do parecer, porque intendi que era uma coisa tão corrente, que não admittia duvida.

O sr. Presidente; — Mas o sr. deputado não póde continuar nessa questão.

O Orador: — Como v. ex.ª não me dá licença, a camara fica sabendo que eu voto a favor do sr. Lage, e contra o sr. Arystides.

O sr. Mello Soares (Sobre a ordem): — Sr. presidente, hontem decidiu a camara que este parecer se discutisse chronologicamente, e a respeito década um dos individuos. Principiou a discussão pela parte do parecer que diz respeito ao sr. Alexandre José Botelho e Vasconcellos, e seguidamente a respeito do sr. Lage; e chegou-se á votação, mas por falla de numero não houve vencimento. Portanto parece-me que o regular era entrar-se de novo na: discussão ou votação desta parte do parecer. Peço, pois, a v. ex.ª que consulte a camara se quer que se continue na discussão do parecer relativo ao sr. Lage, para sobre elle se poder votar, o que é conforme com o que a camara hontem decidiu.

O sr. Justino de Freitas (Sobre a ordem); — Sr. presidente, parece-me que se deve renovar a discussão sobre o paragrafo que diz respeito ao sr. Lage, primo porque todos os precedentes da camara são: que, quando uma votação fica empatada ou se não decide, renova-se a discussão; segundo, porque, tractando-se de uma questão importante como é aquella que diz respeito a um deputado perder ou não a sua cadeira de deputado, não deve ficar suffocada, sem renovar-se. E mesmo ha uma razão por que intendo que a discussão deve começar pelo paragrafo que diz respeito ao sr. Lage, é a presença do sr. ministro da justiça, visto que hontem se invocou um facto sobre que me parece necessario que s. ex.ª dê algumas explicações. É por todas estas razões que pedia se continuasse na discussão do paragrafo que diz respeito ao sr. Lage.

O sr. Cunha Sotto-Maior: — Não posso concordar com as razões expendidas pelo illustre deputado, que acaba de fallar; a discussão não foi abafada; fallaram a favor e contra os que quizeram, a inscripção esgotou-se; procedendo-se á votação, não houve numero; eis como as coisas se passaram; esta mesma circumstancia dá-se agora; ha menos deputados nasala hoje do que havia hontem; e se se proceder á votação haverá o mesmo resultado. (Houve um áparte que st não ouviu) Eu não quero fazer aos meus collegas a infamia e a injuria de suppôr que sejam capazes de mudar, de hontem para hoje, de opinião; não posso suppôr que aquelles que votaram hontem contra, votem hoje a favor.

Esta desarrazoada insistencia de certos deputados, para que se proceda desde já á votação, faz-me desconfiar; provavelmente sabem quaes são aquelles que votam a favor, tem contado os voto?, e querem alcançar hoje o que não alcançaram hontem.

Sr. presidente, parece-me que não ha inconveniente algum em que progrida a discussão a respeito do sr. Arystides, deixando para depois a votação ácerca do sr. Lage.

O sr. Mello Soares: — Sr. presidente, eu fui o que propuz a questão de ordem, ou para que continuasse a discussão sobre o paragrafo, que diz respeito ao sr. Lage, ou que se procedesse á votação; e o sr. Justino propôz, e, a meu vêr, propôz muito bem, que continuasse a discussão.

O sr. Presidente: — Essa não é a questão.

O Orador: — É a questão que o sr. Cunha combate, e que eu propuz.

O sr. Presidente: — O que está em discussão é, se devemos passar á materia do § 3.°

O Orador: — Pois bem; eu propuz que se continuasse na discussão do paragrafo a respeito do sr. Lage.

O sr. Corrêa Caldeira (Sobre a ordem); — Eu peço licença para declarar a V, ex.ª e á camara, que me parece melhor continuar na dicussão do paragrafo 3. Se os meus illustres collegas invocarem alguma razão para que se vote de novo a questão do sr. Lage, sobre que não houve hontem vencimento, eu tenho direito de preferencia, que se vote de novo uma proposta minha, que ha duas «essões ficou empatada.(Apoiados) Parecia-me muito melhor, visto que não ha grande numero na casa, e que faltam muitos srs. deputados, que certo, ainda virão, que se sobreestivesse nas votações empatadas, e que continuassemos na discussão do § 3.° (Apoiados)

O sr. Cunha Sotto-Maior: — Sou da opinião do sr. Corrêa Caldeira, até por sentimentos de dignidade para com a camara. Um illustre deputado quer ouvir o sr. ministro da justiça, um outro diz — póde acontecer que agora votem todos a favor —; isto, sr. presidente, faz-me desconfiar seriamente. O sr. ministro da justiça é a favor do sr. Lage, e se expender, como é natural, uma opinião favoravel, o sr. deputado fica muito contente, e pensa que o sr. ministro fallando, arrebanha logo atraz de si todos os deputados. Parece-me que a camara não cairá neste laço grosseiro. Ouvir o sr. ministro? E para que? Para dizer que é a favor do sr. Lage? Todos sabemos já que o nobre ministro é muito do sr. Lage. (O sr. Mello Soares: — Essa não é a questão) Pois qual é a questão?! Porque imaginou o illustre deputado que nos hão de illaquear? Bem percebo o seu ardil. O que é logico, curial e decente, é continuar a discussão sobre o sr. Arystides.

O sr. Cunha Pessoa: — Sr. presidente, direi duas palavras a respeito do»sr. Arystides, e principalmente desejo que se intenda bem o modo por que eu intendo a lei, que é muito differente daquelle porque a acabou de interpretar o sr. Santos Monteiro. O sr. deputado não é a primeira vez que segue esta interpretação; intende que faz muito para o caso, e até não