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Quando essas propostas vierem á tela da discussão, pois espera que acabe a pratica de trazer ao parlamento á ultima hora os projectos mais vitaes, -exporá o orador com a detenção que poder as suas idéas a este respeito. Por agora, e com referencia á instrucção publica, limita-se a dizer que nutre esperanças mui lisonjeiras de que o nobre ministro não separará a educação da instrucção, pois que esta sem aquella é mais prejudicial que util, por ser a educação a base e ensinamento da instrucção, e a mais util não só para os individuos, mas igualmente para a sociedade.

Fez diversas outras considerações relativamente a varias necessidades que instantemente actuam n'este momento sobre a sociedade, como sejam a crise do trabalho o a organisação do nosso systema tributario. Quanto á primeira, e na actualidade, limita-se a chamar sobre ella a muito séria attenção do sr. ministro das obras publicas; e para o futuro, a educação publica attenderá providamente já a impedi-la por inutil, já a dirigi-la e attenuar-lhe os effeitos, ¡ quando por causas estranhas á vontade de cada um, ella j surgir; um accordo benevolo e mistico dos interessados pôde mui facilmente intervir e pôr-lhe termo. Quanto á segunda, parece lhe que se se organisasse o cadastro do paiz, a tarefa tomar-se-ia mais facil. Ha queixas de que por serem mal feitas as matrizes não pagam muitos tudo o que deveriam pagar," e outros pagam de mais, acrescendo que o maior peso dos tributos carrega sobre Lisboa e Porto. Com o cadastro afastar-se-ía esse inconveniente, o imposto seria equitativo, e sem vexame de ninguem mais productivo; e por esta occasião lembrou que poderia fazer-se com facilidade e exactidão pelos governos civis e administradores de concelho.

Tendo tocado em varios outros assumptos de administração, empenhou os srs. ministros a applicarem todos os seus cuidados a melhorar a situação, assegurando-lhes o seu apoio para o bom exito dos seus esforços.

O sr. Marquez de Ficalho: — Fez a historia do paiz desde a invasão franceza em 1807 até hoje, para mostrar que se não deve estar a dizer mal de tudo o de todos, e que pelo contrario se deve dizer bem de todos e de tudo, porque todos e tudo tem concorrido para melhorar a situação do paiz tanto moral como materialmente fallando. Que importa que se diga: «nas a divida, mas o deficit?» uma e outra cousa, são o resultado dos esforços feitos, são o preço que elles custaram.

Olhando para o estado em que Portugal se achava ha sessenta annos, e para aquelle em que hoje se encontra, parece-lhe poder-nos comparar a um exercito que, depois de muitas marchas e contramarchas, de ter superado poderosas difficuldades, de ter vencido o inimigo em muitos recontros parciaes, quando tinha tomado uma posição vantajosa, e só lhe faltava dar a ultima e decisiva batalha para debellar o seu inimigo, se deixasse tomar de um terror panico, e abandonasse armas e posição para fugir mais depressa. Dê-se a ultima batalha, que é pagar.

Vozes: — Muito bem, muito bem.

O sr. Presidente: — Como não ha mais nenhum digno par inscripto, vae ler-se na mesa o projecto do resposta ao discurso da corôa, para depois se proceder á votação.

Lido na mesa e posto á votação, foi approvado.

O sr. Presidente: — A deputação que ha de apresentar a Sua Magestade El-Rei a resposta ao discurso da corôa, será composta, alem do presidente, dos dignos pares: Costa Lobo; condes, de Fornos, de Linhares, da Lousã, de Mesquitella, de Paraty, de Peniche, da Ponte, de Rio Maior, de Sobral; viscondes, do Benagazil, de Condeixa. Logo que consto na mesa o dia e a hora em que Sua Magestade recebe a deputação, serão avisados os dignos pares que a compõem.

A primeira sessão será na segunda feira, e a ordem do dia pareceres de commissões. Está levantada a sessão. Eram quatro horas e tres quartos da tarde.

Relação dos dignos pares que estiveram presentes na sessão de 8 de maio de 1868

Ex.mos srs. Duques de Loulé, de Palmella; Marquezes, de Ficalho, de Fronteira, de Sabugosa, de Vallada; Condes, das Alcaçovas, d'Avila, da Azinhaga, de Cabral, de Campanhã, de Fonte Nova, de Fornos, de Linhares, de Rio Maior, de Samodães; Viscondes, de Benagazil, de Condeixa, de Fonte Arcada, de Monforte, de Porto Côvo, de Seabra, de Soares Franco, do Valmor, de Villa Maior; Moraes de Carvalho, Mello e Carvalho, Costa Lobo, Rebello de Carvalho, Pereira de Magalhães, Ferrão, Margiochi, Moraes Pessanha, Braamcamp, Pinto Bastos, Reis e Vasconcellos, Lourenço da Luz, Baldy, Rebello da Silva, Fernandes Thomás.

N. B. Depois da sessão aberta entrou o sr. Conde da Ponte.