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474 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

quaes foram as rasões que levaram v. exa. a mandar collocar dentro d'esta sala aquelles bustos.

(S. exa. não reviu.)

O sr. Presidente: - Foi porque estavam produzindo mau effeito no logar onde se achavam collocados.

O sr. Visconde de Chancelleiros: - Eu estou convencido de que, quando v. exa. resolveu que os bustos não ficassem nos corredores, mas dentro d'esta sala, foi por uma demonstração de respeito profundo á memoria dos dois homens cujos bustos nós ali vemos.

Não era uma questão de adorno, nem de saber se ficavam melhor nos corredores ou dentro d'esta sala.

Eu, sr. presidente, se tivesse a honra de me sentar n'essa cadeira, honra que não espero ter, e soubesse que a minha memoria havia de ser perpetuada em marmore ou gesso, protestava logo contra similhante facto.

Em todos os tempos se tem perpetuado o nome celebre de todos os homens, por demonstrações de respeito. Ainda hoje não ha festa nenhuma de centenario, depois que para o nosso paiz se importou a moda dos centenarios, em que não se pergunte: onde está o herdeiro d'este nome, para que elle seja o representante do homem celebre n'esta festa?

O primeiro centenario que nós tivemos, foi, creio eu, o centenario de Bocage.

N'essa festa houve, creio eu, quem representasse este poeta.

E se a Camões não succedeu a mesma cousa, foi porque elle não linha um herdeiro ou descendente em linha recta para o representar no seu centenario.

Sr. presidente, para se fazerem Aquelles bustos escolheu-se o marmore, por ser mais duradouro, do que a madeira; não se escolheu o bronze ou outro qualquer metal, naturalmente por ser muito mais custosa a sua reproducção; fizeram-se em marmore, mas, se tambem elles representam tradições d'esta, camara, n'esta occasião mais conviria,, tal vez, propor que os bustos fossem feitos de gesso, em vez de marmore. (Riso.)

Sr. presidente, esta questão não é para rir, mais para tristeza me parece ella, porque é bem triste que, tratando-se de dois homens que tanto trabalharam com a sua espada gloriosa para a implantação do systema constitucional entre nós, como foram os marechaes duque de Saldanha e da Terceira, nós hesitemos em trazer os seus bustos para esta sala, a fim de os collocar ao lado d'aquelles que foram nossos presidentes.

Sr. presidente, o que eu posso afiançar, a v. exa. é que, se hontem, na occasião da votação da generalidade do projecto, v. exa. tivesse chamado por aquelles; nomes, nós teriamos algumas duzias de votos alem d'aquelles que tivemos, e teriamos vencido.

(S. exa. não reviu.)

O sr. Presidente: - O que eu ía propor: á votação da camara era, se ella admitte ou não á discussão esta proposta. E isto o que se vae votar.

Consultada a camara resolveu, affirmativamente.

Como a hora está adiantada fica para a proxima sessão a discussão d'esta proposta.

O sr. Francisco Simões Margiochi: - Sr. presidente, pedi a palavra para participar a v. exa. e á camara, que a commissão de agricultura se constituiu hoje, escolhendo para seu presidente o sr. duque de Palmella, e a mim para secretario, havendo relatores especiaes. Por parte da commissão eu peço a v. exa. que consulte a camara, para saber se ella concorda que lhe seja aggregado o digno par o sr. Antonio Augusto de Aguiar.

Foi resolvido afirmativamente.

O sr. Mendonça Cortez: - Pedi a palavra para mandar para a mesa este requerimento.

(Leu.)

Peço a v. exa. a urgencia, e ao mesmo tempo pedia a v. exa. que tivesse a bondade de communicar ao sr. ministro dos negocios estrangeiros a necessidade que eu tenho de possuir estes documentos.

Foi lido na mesa e é do teor seguinte

Requerimento

Requeiro que pelo ministerio dos estrangeiros se requisite, com maxima urgencia, da nossa legação de Madrid, para que alcance das estações officiaes competentes hespanholas uma nota indicando:

l.º Numero de navios entrados nos portos hespanhoes por motivo de reparação de avarias, nos ultimos cinco annos;

2.° Importancia d'essas avarias;

3.° Nacionalidade, tonelagem de carga, procedencia e d'estino dos mesmos navios;

4.° Demora que tiveram n'aquelles portos.

O sr. Presidente: - O requerimento do digno par vae ser remettido ao governo.

sr. Ornellas: - Sr. presidente, eu pedi a palavra para pedir a v. exa. que ponha á votação o parecer n.° 20, que foi discutido hontem, e que unicamente deixou de ser votado pela pressa que v. exa. teve de entrar na ordem do dia, porque poucos minutos eram precisos para que elle fosse, votado. Nada mais tenho a dizer.

(S. exa. não reviu.)

O sr. Vaz Preto: - Sr. presidente, esse projecto é importante porque faz uma alteração n'uma circumscripção judicial, e parece-me que nós não podemos discutil-o na ausencia do sr. ministro da justiça.

É necessario saber-se quaes foram as rasões que determinaram a propor similhante alteração.

(S. exa. não reviu.)

ORDEM DO DIA

sr. Presidente: - A hora está adiantada, vamos entrar na ordem do dia.

Vae ler-se a moção que o sr. visconde de Chancelleiros mandou para a mesa com relação ao projecto de reformas politicas.

Leu-se na mesa.

O sr. Visconde de Chancelleiros: - Sr. presidente, eu pedia a v. exa. que consultasse a camara sobre se permitte que eu retire a minha moção.

Consultada a camara resolveu affirmativamente.

O sr. Presidente: - Vae ler-se a moção do sr. conde de Rio Maior.

Leu-se na mesa.

O sr. Thomás Ribeiro: - Peço licença para dizer a v. exa. que não me parece que .tenha nada com a discussão d'este projecto a proposta do sr. conde de Rio Maior, a qual poderá ser tomada como uma proposta á parte e mandada á commissão de legislação, mas sem ter ligação alguma com o projecto que se discute. Portanto, como v. exa. fez della parte integrante da discussão d'este projecto, e como creio mesmo que o sr. conde de Rio Maior foi o proprio a consideral-a como separada della, eu lembrava a v. exa. que ella podia ser considerada como uma proposta perfeitamente á parte e remettida á commissão de legislação.

(S. exa. não reviu.)

O sr. Conde de Rio Maior: - Sr. presidente, quando hontem tive a honra de fallar n'esta camara sobre o projecto que se discute, disse que a minha proposta estava perfeitamente de accordo com as idéas que aqui apresentou o digno par o sr. Mártens Ferrão a respeito das dictaduras.

N'essa occasião pedi á camara que, abstrahindo-se das considerações que tinham sido apresentadas por mim, votasae simplesmente a proposta tal qual tinha sido apresentada.

Eu propuz que a commissão de legislação fosse consul-