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Sessão de 13 de Junho de 1913 11

2:403 oficiais, e eu. neste número incluo todos os oficiais, desde os generais até o quadro dos picadores militares; quer dizer, o exército não chega a ter 2:500 oficiais, e contudo tem oito divisões activas e oito de reserva.

Para mobilizar uma simples divisão, precisamos de 009 oficiais, mas se gruparmos duas divisões, teremos necessidade não de 509 oficiais multiplicados por 2, mas de muitos mais, que são alêm dos que fazem parte do quartel general, os necessários às tropas e serviços não indivisionados.

Não temos os oficiais bastantes para mobilizar quatro divisões em dois grupos de duas divisões.

Mas, Sr. Presidente, é que alêm dos serviços de 1.ª linha, muitos outros tem de organizar-se, e de nada serviriam quatro divisões atiradas para a fronteira como exército de campanha.

Tínhamos de assegurar toda a mobilização das oito divisões de reserva, todos os serviços de 2.ª linha, arsenais, depósitos, uma infinidade de cousas que seria longo enumerar.

Para tudo isso não nos restava um único oficial?

Não trago isto aqui para pedir aumento de quadros, mas para desfazer a prejudicialíssima lenda de que há oficiais em excesso.

Muita gente, porque vê oficiais passeando nas ruas da capital, nas horas em. que não trabalham, que são poucas, imagina que em todo o país há oficiais nessa proporção, esquecendo-se de que a maior parte dos serviços militares tem a sua sede em Lisboa, porque aqui estão os arsenais, as escolas e quási todas as fortificações que possuímos. De maneira que a lenda dos oficiais em excesso está desfeita com números, sôbre os quais não podem restar dúvidas, porque são tirados do regulamento de mobilização.

Para êste trabalho socorri-me ainda do livro de que é autor o Sr. Vitorino Guimarães. E aproveito o ensejo para dizer que S. Exa. produziu um magnífico trabalho.

Sabe V. Exa. que a organização do exército, feita sôbre moldes absolutamente milicianos, deixou para os efectivos permanentes um pequeníssimo número de praças, e tam pequeno é êsse efectivo, que no serviço se luta com dificuldades enormes, não só pelas necessidades que dele derivam, como ainda pela indispensabilidade da conservação do material e do gado.

Não há muito que num regimento de cavalaria o número do soldados era tal, que havia cinco cavalos para cada soldado tratar, e dificilmente um homem pode tratar, por modo conveniente, de mais dum cavalo, quando é certo que tem outros serviços em que se ocupar.

De maneira que, sob êsse ponto de vista, o serviço ô imensamente prejudicado, e a economia aparente que resulta de tal sistema, redunda em um prejuízo do facto.

A exiguidade das verbas do orçamento que se discute, constitui um verdadeiro ataque à reorganização do exército, feita pelo Govêrno Provisório, e concebida sôbre moldes milicianos.

Com tais verbas nunca se poderá dar ao soldado aquela instrução que lhe é indispensável, nem se poderá fazer a aquisição do gado que tam necessário é tambêm.

Não me parece que se possam fazer nas escolas de repetição, de Setembro próximo, quaisquer tentativas no sentido de requisitar gado para o serviço, porquanto as escolas de repetição se realizam em época absolutamente imprópria para privar os proprietários e agricultores dos seus gados, visto ser nesse mês que normalmente se fazem as colheitas mais importantes no nosso país.

E, em minha opinião, uma época imprópria e até perigosa por poder provocar alguma reacção por parte de quem se julgue lesado.

A verba destinada pura munições de infantaria e artilharia, é muito escassa. Temos pouco armamento - embora haja um pouco mais do que para aí se tem dito - mas ter armamento e não ter munições, tanto monta como não o ter.

As nossas fábricas estão hoje em condições de poder produzir muitíssimo mais do que produzem: mas a verdade é que se mais não produzem não é por falta de competência do pessoal, mas porque as verbas destinadas ao fabrico são insuficientes.

Precisamos, sem exagero, de ter um stock de 250 milhões de cartuchos de infantaria, mas apesar de ultimamente se ter aumen-