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8 Diário da Câmara dos Deputados

que se tem que fazer, tendo-se com o tempo estragado a terraplenagem e as obras já feitas.

Quer dizer, o que se. deixou de gastar com a ponte vai-se embora com a despesa que se tem a fazer com os estragos da linha principiada.

Com respeito a comboios o Algarve está mal tratado. E tam mal, Sr. Presidente, que se chega a parar eternamente nas estações e ter a impressão de que não mais deixamos de andar metidos nas carruagens.

Para vir de Portimão a Lisboa gastam-se cinco dias pelo facto de não haver ligação com os comboios! Mesmo dentro da própria, província, para se ir de Vila Rial de Santo António a Portimão perde-se um dia em Tunes.

E não se concedem mais comboios porque - diz-se! - a província não dá.

A saída de passageiros em 1914 foi de 308:000 e a entrada de 309:000. Como é que a província não dá?! A média é de 4:467 passageiros por quilómetro em exploração.

O Sr. Costa Júnior: - Para os administradores dá sempre dinheiro! Há sempre prémio de exploração!

O Sr. Eduardo de Sousa: - A verdade é que nunca houve meio de conseguir cópia de documentos relativos a essas companhias!

O Orador: - O Algarve, com respeito à contribuição industrial, ocupa o sexto lugar, entre dezassete distritos do continente, pagando essa província mais do que os quatro distritos das ilhas juntos. Tem 8:040 contribuintes, ocupando o nono lugar. A capitação é de 13$50, o que coloca a província em sétimo lugar entre os dezassete distritos do continente e mais que os quatro distritos das ilhas.

No pagamento de contribuições para o Estado ocupa o sexto lugar, e quanto aos rendimentos administrativos ocupa o nono lugar.

Aqui tem V. Exa. uma prova de que o Algarve tem absolutamente direito a exigir dos poderes públicos que o auxiliem, sob pena de pedir que o deixem governar por si próprio.

Apartes.

O Orador: - E o mais lindo canteiro do nosso jardim, e só quem o não conhece é que não pode sentir por êle uma impressão fortíssima de amor e carinho! Tudo é belo, desde o habitante até a mais pequena pedra. Em Portugal não se encontra região melhor para o turismo do que p Algarve. Quanto não é mais linda e cheia de encanto a praia da Rocha, essa maravilha, do que aqueles pontos que estão sendo constantemente cantados no estrangeiro? A temperatura no inverno é muitíssimo melhor, mais suave, do que a de Biarritz.

Dizem-se maravilhas. das praias de Nice, Menton, Cannes e de tantas outras, quando ficam muito aquém da praia da Rocha ou de qualquer outra, que se encontram sobejamente em condições de turismo.

Dê o Estado auxilio às iniciativas particulares, ajude-as, encorajando-as, que elas atestarão o que afirmo.

São necessárias rápidas e cómodas comunicações dentro da província e com o resto do país e Espanha.

Faça o Estado o sou dever, que o Algarve se tornará, como é preciso, conhecido e concorrido pelos forasteiros, que são ainda quem sabe gostar e apreciar os dons da natureza! E que de primores o Algarve possue!

Vou terminar as minhas considerações, em que procurei, não trazer à tola da discussão, mas ao conhecimento dos representantes da nação, as necessidades urgentes da província do Algarve, que tem toda a razão de queixa dos poderes públicos, que a têm despresado e esquecido e que inconscientemente legislam para ela.

Tudo quanto acabo de expor é o conjunto, é a síntese do que ela necessita, para obrigar o Govêrno a interessar se por ela, auxiliando as iniciativas que digam respeito a êsses pontos, o que há de ser feito, com toda a certeza, por cada um dos representantes dessa província, logo que se lhe proporcione a ocasião.

Os algarvios dizem : Se o Algarve está separado do resto do continente é necessário que tenham conta comnosco. Queremos viver com o continente, mas, se continuam a proceder comnosco como até agora, então viveremos separados, porquanto temos o preciso para isso no