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Cessão de 1È de Betembro de 19%

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quem não conhece a província e as dificuldades com que tantas vezes lutam as autoridades locais para conseguir pão poderá dela discordar.

Há, porém, um ponto que ó indispensável estabelecer: é o que se refere aos indivíduos que habilidosamente se furtam a entregar a cota parte que lhes cabe nesse abastecimento.

Eu sei de espertos tam completos que têm conseguido sempre, desde que há o sistema das requisições, escapar ao cumprimento da lei.

Só eu tenho sido tam parvo que tenho entregue sempre a minha colheita para o abastecimento local.

É por isso que eu entendo absolutamente indispensável que nesta lei se estabeleça uma penalidade para aqueles que pretendem ser mais espertos do que os outros.

Não proponho a aplicação de grandes penalidades porque é essa a forma de evitar que elas não sejam cumpridas.

Continuando na apreciação das bases, devo dizer que, quanto às bases segunda e terceira, tenho uma orientação diversa da do Sr. Sousa da Câmara.

Já quando se discutia esta proposta na generalidade, eu tive ocasião de afirmar que me parecia mais útil, em vez de fixar só em 150 milhões de quilogramas a quantidade de trigo a importar, ficar o Governo autorizado a proceder à impor-ção desse cereal, amplamente, conforme as necessidades do pais.

Eu não creio que este ano seja necessário importar esses 150 milhões de quilogramas de trigo, e não creio porque tive ocasião de constatar numa recente viagem que fiz ao Alentejo, que muitas fábricas de moagem se encontravam laborando com trigos velhos e alguns até furados. Nestas condições e desde que a colheita deste ano foi aproximadamente a mesma do ano passado, eu estou convencido de que realmente não há necessidade de importar uma tal quantidade de trigo. Todavia eu entendo que é absolutamente indispensável acabar duma vez para sempre com o facto de determinados povos comerem o pão pelo preço que lhes querem levar meia dúzia de indivíduos. Assim eu, em vez de 150 milhões de quilogramas, peço 200 milhões, a fim de ficar habilitado com uma existência de trigo

capaz de fazer o equilíbrio de fornecimento de trigos à província, fornecimento que, infelizmente, motivo de tanto exploração tem sido.

O Sr. Paulo Menano: — 4 Poderia saber-se a proveniência desse trigo furado que. se está moendo ? Seria isso muito interessante para se saber quem são esses grandes patriotas.

O Orador: —Provavelmente os proprietários dos próprios celeiros ...

O Sr. Paulo Menano: —

O Orador:—Devo dizer a V. Ex.a que o manifesto era uma perfeita ficção, motivo por que eu desejei ainda durante algum tempo continuar com o regime do comércio com restricções, até se poder fazer uma estatística mais segura, uma estatística de forma a que cada um manifeste o que realmente tem; e assim, Sr. Presidente, eu espero com á conservação deste regime, e por intermédio das estatísticas a que acabei de me referir, íazer mais alguma cousa do que se tem feito até aqui.

A base 3.a, Sr. Presidente, prende com as outras, e, desde o momento que eu não estava de acordo com as outras, não posso estar de acordo com esta. Assim, eu apresento uma modificação que se tornava absolutamente necessário fazer-se, como muito bem aqui o disse o ilustre Deputado Sr. Cunha Leal.

Não- podia deixar de o fazer e, como esta é uma questão aberta, a Câmara resolverá como melhor entender, se bem que esta seja feita justamente para uma facilidade de fiscalização.

Esta foi a causa de que as perdas que o Governo tem tido pela diferença de preços dos trigos aumentassem muito.

Mas a verdade é que, se nós nos reportássemos só a Lisboa, víamos que só uma ou duas fábricas seriam fornecidas com trigo exótico, visto que as outras fábricas^ estão nos concelhos limítrofes.