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Diário da Câmara, do» Deputado»

novas se comecem, na intenção duma economia compatível com as forças do Tesouro Público. Não me repugnaria, satisfazendo talvez às exigências do momento, pedir o apoio da .Câmara para a concessão de verbas destinadas a ultimai1 troços de -vias férreas já em construção, e que o tempo vai danificando, partes limitadas de linhas que oxalá em breve tempo atinjam um percurso em harmonia com as exigências da vida económica dos habitantes o as aspirações dos Deputados que tam denodadamente defendem os interesses dos círculos que representam, e que fossem contempladas as estradas do país do norte a sul, antigas o positivas vias de comunicação de que todos os povos se aproveitam e em todo o país, na generalidade, pelo seu estado, não merecem tal nome ou designação.

Aí sim. Aí pretendia eu que os projectos destinados à sua reparação, construção e reconstrução fossem modelados nos processos e métodos modernos de aproveitamento de tempo e energia, e, portanto, com economia e grande redução do capital, utilizando-se aquilo que a prática tem ensinado como sendo e -que melhor resultado dê e de maior duração.

Poderiam organizar-se equipes para tal fim, com maquinismos, camiões, passando a vida -na estrada em comboios para melhor aproveitamento do tempo, dinheiro e energia. Assim todo o dinheiro do Ministério do Comércio, permita-se-me que assim eu fale, disponível para melhoramentos das vias de comunicações, teria uma aplicação que daria resultados práticos imediatos e muito apreciáveis. Im-põe-so, em primeiro lugar, aproveitar o existente, reparando, reconstruindo, melhorando; organizar de novo, fazer de. novo e aumentar o déficit, e não melhorar as circunstâncias do existente.

Claro que, dando as linhas férreas déficit, nfto quero, Sr. Presidente, dizer que se extingam ou se não construam novas linhas, mas, antes de tudo, aproveitemos o existente, e do mau faça-se bom, do bom faça-se melhor.

Sr. Presidente: com um intuito altamente patriótico e desinteressado para atender ao progresso e desenvolvimento do comércio, indústria, agricultura e viticultura, um grupo de habitantes de Fel-gueiras lançou as bases de constituição

duma Companhia de Caminhos de Ferro ligando Felgueiras, Lousada, Peuafiel (Caminhos de Ferro do Estado) e Entre--os-Rios.

Pelo contrato realizado com o Estado em 17 de Dezembro de 1910 ao abrigo do decreto de 26 de Abril de 1906 assentou a Companhia no leito da estrada 49 quilómetros de linha que começou a explorar ein seguida. Utilizavam-na para passageiros, mercadorias, etc., os habitantes destes concelhos e dos de Basto, Paiva, Amarante, Paços de Ferreira o Marco de Canaveses, no total de 150:000 habitantes.

Serve as estâncias termais de Entre--os-Rios, S Vicente e Seixoso ein benefício de turistas, banhistas, convalescentes, etc., e serve mais em serviços extraordinários : feiras, romarias, mercados semanais e quinzenais e as florescentes indústrias, transportando grande número de operários e prometendo um grande futuro económico e social.

Em 1911 inaugurou-se o primeiro troço (Penafiel e Novelas).

Em 1915 começou a exploração (Entre-»os Rios, Seixoso) num total de 49 quilómetros.

Como material tinha seis locomotivas Hoerschl e vagões para mercadorias e passageiros, faltando encomendar na Alemanha material fixo e circulante.

A custa de grandes sacrifícios e despendendo grande esforço, boa vontade, na esperança de melhores dias (fim da guerra), começaram a construir estações, apeadeiros, barracões, etc.

Dois primeiros balanços (durante a guerra) foram positivos. Mau em breve surgiram mil dificuldades com a carestia de carvão e de outros materiais, a retirada da maior parte do pessoal para França (serviço militar), a ;idinissão do pessoal pouco prático o uso de lenhas em lugar de carvão, etc. Daí resultou um prejuízo imediato dos serviços combinados com o Minho e Douro absolutamente essencial à sua vida económica e ao transporte de passageiros e mercadorias.