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• Sessão de 31 de Março dê 1920

p pão não é bom, se não tem o peso, chame- um polícia e faça executar a lei.

Eu é que não posso estar a ser fiscal.

Não era eu nem o Sr. Presidente do Ministério que haviamos de andar a fazer de .polícia., Se o público não quiser ser fiscal, nada se conseguirá, mas se se en-xcarregar de ser o fiscal dos seus próprios interesses, isto caminhará regularmente.

Já vê, portanto, a Câmara que eu não podia ser levado a estabelecer'um tipo único de pão, em virtude de pressões, porque eu não. aceito pressões de ninguém.

Uma coisa se tem verificado ultimamente, é que nos bairros ricos falta o pão de l.a qualidade e abunda o de 2.a; ao passo que nos bairros pobres abunda o de l.a e falta o de 2..a

Quando o Sr. Lima Bíisto era Ministro do Trabalho e eu fazia parte da comissão de subsistências, distribuíam-se em Lisboa, por dia, 135:000 .quilogramas de farinha; agora distribuem-se 165:000 quilogramas,- quantidade que chega e sobeja para o consumo da cidade.

Se nós estivéssemos na situação em . que se encontra a França e a própria Suíssa, onde -ainda vigora o sistema de racionamento, essa quantidade de farinha era de sobejo para o~consumo de Lisboa, mas com o nosso mo'do de ser adversos a tudo quanto seja submetermo-nos à lei, teríamos como resultado o levantarem-se as pedras da calçada contra nós, alegando-se que se tal sistema, não conseguira os seus fins durante a guerra, muito menos agora.

O que é preciso ó fornecer pão, com * fartura, nos primeiros dias, porque o pão embucha, e, passada essa ânsia, haverá pão de sobejo.

Com o açúcar, tenciono fazer o mesmo; hei-de o fornecê-lo} com fartura, nos primeiros dias, de fornia que o público possa labusar os olhos e o nariz com açúcar, à vontade. " .

Sr. -Presidente,, não quero incomodar.a Câmara por mais tempo, agradecendo-lho a atenção que me dispensou e reiterando--Ihe o meu respeito. Somente pedirei a todos os Srs. Senadores que me elucidem e auxiliem, porque o.problema'é difícil, e. eu não aceitei a pasta da agricultura considerando-me o grande Elias ou um novo Messias. O que me levou a ace-

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der ao apelo carinhoso, muito republicano e patriótico, - do meu querido amigo Sr. António Maria Baptista, ilustre Presidente do Ministério, foram as circunstâncias excepcionais em que se encontra " a vida portuguesa.

Vi que era necessário exigir de mim mais alguma'cousa do que eu tenho feito pela' República, sem inteligência e competência, é certo, (não apoiados) mas suprindo essas faltas com uma grande honestidade e vontade de acertar, e ainda por um altíssimo amor à Eepública e ao meu país.

Vozes: — Muito 'bem; muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Lima Alves (Para explicações): —.Sr. Presidente: pedi a palavra para dar as explicações que julgo serem do meu dever.

A primeira explicação vem a ser a de eu ter tratado de um assunto que corria pela pa"5tà dá agricultura, sem que o respectivo Ministro estivesse presente.

O Sr. Ministro da Agricultura (João Luís Ricardo):—Eu níio censurei S. Ex.a

O Orador:—Mas eu quero dar explicações voluntariamente.

Se fiz essa's. minhas considerações, foi -porque tendo o Parlamento sido convo-. cado extraordinariamente, para tratar exclusivamente .de um assunto, supus que os Srs. Ministros não se julgavam no dever de comparecer em qualquer das Câmaras, para se ocuparem de outro assunto diferente do da convocação. .

O Sr. Ministro da Agricultura (João Luís Ricardo): — Quando S. Ex.a fez as suas considerações, eu não me encon- ' trava no edifício do Congresso. Mas, funcione o Congresso em sessão ordinária ou extraordinária,, eu estou sempre às ordens dos Srs. Senadores.

O Orador : •— Nestas minhas ' explicações, deve S. Ex.a encontrar um fundo de ra/ao.