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Sessão de 11 de Novembro de 1924

O Sr. Hamos da Gostai — Sr. Presidente : passa hoje mais um aniversário do armistício que pôs termo à carnificina da Grande Guerra.

Em todos os países se fazem grandes festas comemorando este facto; e nós, fazendo parte dos aliados, não podemos deixar de manifestar a nossa alegria e satisfação, nem de celebrar esta data.

Em França, as tropas portuguesas portaram-se brilhantemente, marcando na história do mundo um lugar distinto.

É exactamente por esta atitude do nosso exército, que festejamos em todo o País esta data memorável para todos nós.

Sr. Presidente: associo-me do íntimo da minha alma à proposta de V. Ex.a, para que se consigne na acta um voto de congratulação por tam herói30aniversário.

Estou convencido que nenhum de nós, que se honra de ser português, deixará de solidarizar-se com o voto proposto por V. Ex.a

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas: —Sr. Pre-.sidente: se a data de 11 de Novembro de 1918 não pode ser esquecida pelo mundo inteiro, muito menos o poderá ser por aquelas pessoas que tomaram parte nessa formidável luta em prol da liberdade, que durante mais de 4 anos ensanguentou a humanidade.

Sr. Presidente: essa guerra foi, sem dúvida a maior a que a humanidade tem assistido, e por isso passou a denoruinar--se a «Grande Guerra». /

Nós, Sr. Presidente, como sempre, cumprimos o nosso dever, fomos combater, ao lado dos aliados, em prol da liberdade.

O nosso País, como V: Ex.as sabem, não estava suficientemente preparado para tomar parte nessa fenomenal luta, em que foram aperfeiçoados todos os meios de extermínio, desrespeitando-se mesmo os princípios de direito internacional, há muito estabelecidos.

Pois apesar de não estarmos preparados para isso, fizemos tanto como os outros, e pode-se dizer, talvez mais ainda, em vista dessa íalta de preparação.

Tanto no mar como em terra honrámos o nosso passado e mais.,uma vez. provámos que somos sempre aquele povo capaz de cometer os actos mais heróicos.

Essa tremenda luta veio abalar de tal maneira a sociedade, que ainda hoje estamos vivendo num equilíbrio perfeitamente instável.

Quando do armistício, todos nós supúnhamos que passaríamos a ter uma vida mais desafogada; mas infelizmente assim não sucedeu, antes pelo contrário mais se evidenciou esse sentimento ganancioso que se desenvolveu durante a guerra, a par do sacrifício de tantas vidas.

Eu, como português e como um daqueles que combateram na Grande Guerra, associo-me sinceramente, em nome do Partido Republicano Radica], ao voto "proposto por V. Ex.a

O orador não reviu,

O Sr. Lima Duque: — Sr. Presidente : jamais se apagará da memória dos homens que viveram na fase memorável deste século, em que os povos foram sacudidos, - directa ou indirectamente, pelos abalos da Grande Guerra, jamais se apagará, repito, a data jubilosa que veio terminar com os horrores desse formidável cataclismo social, que converteu em montões de ruínas, materiais e morais, as nações europeias mais intimamente feridas pelas devastações da guerra.

E se foi formidável a vastidão dessas ruínas, onde ficaram apenas vicejando musgos e comoventes rasgos de heroísmo; se foi formidável a perturbação mundial que, nos seus diversos aspectos, a Grande Guerra nos legou, formidável terá de ser o esforço dos povos em recuperar esse equilíbrio social, que é indispensável à vida regular e próspera das Nações.

E é esse esforço que vemos agora, numa ânsia de 'reintegração, produzir-se em todo ô mundo civilizado, e em que nós mesmo, país de pequeno território mas de grande génio, andamos empenhados; e é esse esforço que terá o seu triunfo em época tanto mais próxima quanto mais forte e melhor orientado ele íôr.