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1241 10 DE AGOSTO DE 1965

A história da nossa terra foi feita, quase sempre, com sacrifícios, com lágrimas e com sangue, mas as alegrias que sempre depois provocaram deram ao País a satisfação do dever cumprido e a certeza de que a missão de Civilização e de humanidade que lhe foi confiada superiormente realizá-la-á, sejam quais forem as adversidades contra que haja de lutar Foi assim nos alvores da sua existência como Nação. Foi assim nas lutas tidas e mantidas para garantir a sua sobrevivência como unidade política e humana Foi assim na era dos Descobrimentos e na gesta marítima que se lhe seguiu. Há-de porventura ser assim pelos séculos fora, já que este é o seu destino histórico
Baterão-nos hoje sem alardes, mas com decisão e valentia, em três frentes. Os nossos soldados cumprem, com galhardia impressionante, as missões que lhes são confiadas. Os jovens portugueses, generosos e bons, indiferentes ao sacrifício que lhes é pedido, oferecem-se totalmente à Pátria, porque eles próprios sentem que outra não podia ser a sua atitude, visto nos campos da luta defenderem a essência da sua própria condição de portugueses e não entenderem que de outra forma se pudesse agir.

Calorosa ovação

Cumprem o seu dever não porque lhes seja exigido apenas, mas antes porque sentem dever dar-se espontânea e integralmente à defesa da honra nacional e à salvaguarda da sua própria dignidade de homens livres.
Basta vê-los partir e surpreender nos seus rostos juvenis a tranquilidade que deles se desprende para termos a certeza de que uma Pátria com tais filhos pode encarar o futuro cheia de optimismo, visto que nada, absolutamente nada, impedirá que ela realize a missão de que é portadora.
E nós, os da retaguarda, também estamos decididos, firmemente decididos, a aceitar os sacrifícios e as dificuldades que se mostrarem necessários Não enjeitamos uns nem outras e queremos comparticipar deles com a consciência de exercermos o mais indeclinável dos nossos direitos Nem de outra forma podíamos pensar, sob pena de trair cobardemente esses jovens que lutam, que sofrem e morrem no campo da honra, para nos conservarem uma Pátria digna e altiva, imensa na grandeza do seu destino.

Muitos aplausos
É esta a mensagem de fé roo futuro de Portugal que em nome da Assembleia Nacional e de toda a Nação trago a V. Ex.ª, Sr Presidente, como o modo mais real e seno de apresentar vivas saudações e sentidas homenagens do povo português a um Chefe de Estado que tão nobremente nos simboliza a todos.
O esforço imposto ao Pais pelas necessidades da defesa, que será intransigente, da integridade dos territórios e das populações, é enorme e importa gastos que podiam ser aplicados no melhoramento das condições de vida do povo português de forma à conseguir para ele melhor bem-estar material. Todavia e não obstante o volume das verbas despendidas, a verdade é que o País atravessa uma época de amplo desenvolvimento económico e de evidente progresso social. Chega efectivamente a admirar que num período de tamanhas dificuldades se tenha feito uma recuperação verdadeiramente espectacular nos domínios da economia, da cultura e do social, sendo inegável que o nível de vida dos Portugueses melhorou consideràvelmente nos últimos anos. E tanto é assim que além-fronteiras se chegou já a qualificar o caso português como um autêntico milagre da nossa época.
Como foi possível este fenómeno?
Quem estiver de boa fé e não quiser fechar os olhos às realidades terá de concluir necessariamente que o facto só foi possível mercê das virtualidades de um povo extraordinário e das altas qualidades dos Chefes que o governam Os quarenta anos de ordem, de tranquilidade social, de trabalho sereno e profícuo e de paz - que temos de reconhecer não ter sido uma paz podre, como certos mal--intencionados hipocritamente chamaram à paz portuguesa- evidenciam a bondade do sistema político que melhor se coaduna com a maneira de ser dos Portugueses E evidenciam que Salazar, português de excepcional envergadura moral e intelectual, político singular porque é um sábio, obreiro gigante do resgate nacional, criador deste Portugal novo e rejuvenescido que prestigiou e fez respeitar mercê de uma política sagaz e de honestidade sem par, avesso a manifestações de exaltação demagógica e com a serena preocupação de quem pretende realizar apenas o bem comum, através de uma vida consagrada inteiramente aos interesses do Pais tudo fez e só o fez porque era a bem da Nação
A assistência, de pé, tributou ao Sr Presidente do Conselho uma calorosa ovação.
Continuará V. Ex.ª, Sr Presidente da República, a poder contar com a sua colaboração. Daí esta outra mensagem que também lhe trago, e é a mensagem de confiança de que o País continuará a ser governado com o mesmo desejo de bem servir a Nação, continuando em desenvolvimento constante, as potencialidades da Grei, e que, assim, esta se verá cada vez maior e mais enobrecida
Com esta confiança e esta fé activa e actuante nos destinos da Pátria, eu - e comigo milhões de portugueses de todos os credos, de todas as raças e de todas as cores espalhados pela Terra inteira - saúdo V. Ex.ª e rendo o preito de vivas e profundas homenagens ao Chefe do Estado, Almirante Américo Tomás, com o solene e formal juramento de que lhe daremos, todos, incondicional colaboração e de que das nossas forças faremos brotar novas e renovadas energias para que Portugal seja hoje, amanhã e sempre grande e próspero e ilumine com os esplendores do seu génio toda a Terra, apontando, como tantas vezes o fez já aos povos de um mundo conturbado e louco, os caminhos que hão-de salvar e fazer revigorar os princípios morais e espirituais que tornaram grande, bela e única a civilização do Ocidente europeu.

Calorosos aplausos ao orador e vibrante aclamação ao Chefe do Estado.

Então, S Ex.ª, o Presidente da República, que, ao levantar-se, fora demoradamente ovacionado, leu a sua mensagem, do seguinte teor.

Srs Presidentes da Assembleia Nacional e da Câmara Corporativa, Srs Deputados e Dignos Procuradores. A mensagem que vou ler perante VV. Ex.ªs tem de começar, naturalmente, por agradecer a confiança que a Nação me reiterou, por via do seu Colégio Eleitoral, elegendo-me para novo septenato na Chefia do Estado. A exemplar dignidade em que funcionou o Colégio e a presença da quase totalidade dos possíveis eleitores conferiram ao acto a maior relevância e pareceram provar as vantagens do novo sistema, afinal semelhante ao existente em muitos outros países e até com a vantagem de mais larga e completa representação nacional E a votação que o meu nome mereceu, além de muito me ter desvanecido, mostrou que a anuência por mim dada para segunda candidatura à chefia do Estado terá constituído talvez, na situação actual, a solução que o Pais esperaria