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204 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 57

José Dias de Araújo Correia.
José Luiz da Silva Dias.
José Manuel da Costa.
José Maria Braga da Cruz.
José Ranito Baltasar.
José Rodrigues de Sá e Abreu.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Júlio César de Andrade Freire.
Luiz de Arriaga de Sá Linhares.
Luiz da Cunha Gonçalves.
Luiz Lopes Vieira de Castro.
Luiz Maria Lopes da Fonseca.
Luiz Mendes de Matos.
Manuel da Cunha e Costa Marques Mano.
Manuel Joaquim da Conceição e Silva.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel Maria Múrias Júnior.
D. Maria Luíza de Saldanha da Gama van Zeller.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Pedro Inácio Álvares Ribeiro.
Quirino dos Santos Mealha.
Salvador Nunes Teixeira.
Sebastião Garcia Ramires.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 63 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 4 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Está em reclamação o Diário da última sessão.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Visto não haver reclamações considera-se aprovado.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, antes da ordem do dia, o Sr. Deputado Cândido Pamplona Forjaz.

O Sr. Cândido Pamplona Forjaz: - Sr. Presidente: devo começar por pedir desculpa à Assemblea de voltar a um assunto de que já falei na última sessão. Mas, sendo esta uma associação política, creio que se me desculpará a insistência pelas intenções que a ditam. Supondo-me com alguma razão, que mais não seja senão pelas palavras de apoio que então ouvi e recebi, não receio recordar o animal da fábula e afirmar que, pouco susceptível de desunimos, gritei, grito e gritarei, isto é, falei, falo e, se Deus quiser, falarei sôbre um tema que reputo de capital importância, já não digo para a defesa da situação, mas para a defesa do próprio e supremo interêsse nacional, aliás no presente caso com ela confundida.
Parece-me, com efeito, que, sendo esta, como disse e é sabido, uma associação política, nela se deviam tratar com mais insistência problemas políticos. O Govêrno tem necessidade de sentir apoio, de receber estímulo e até sugestões em matéria política. É preciso, por vezes, provocar certas correntes renovadoras e assegurar-lhes continuidade, até para contrabalançar entusiasmos que na fúria da realização relegam para último plano os princípios que devem estar sempre presentes. Por isso, antes de entrar abertamente no assunto que me propus tratar, me permito formular o voto de que a Assemblea Nacional, mantendo sempre bem presente o seu carácter político, seja cada vez mais nesse campo colaboradora atenta, entusiasta e cheia da juventude que o Estado Novo requero para seu permanente triunfo - por oposição ao espírito velho (egoísmo, burguesismo, interêsses criados ou ilegítimos), que porfiadamente teima não só em viver, mas em suplantar o espírito novo.
Sr. Presidente: o ano passado falei aqui do que se me afigurava necessidade de alargar com são critério um trabalho de divulgação da obra do Estado Novo nos mais diversos sectores da vida nacional, porquanto, acrescentava, se verificava lamentável ignorância dessa obra, ao mesmo tempo que, por outro lado, se divulgavam, com notável método, persistência ... e má-fé, boatos dos mais inverosímeis destinados a criar o descrédito da situação e dos homens que a servem. E referi-me sobretudo à ignorância que se notava entre a juventude. Ora, após um ano de ausência, venho encontrar uma situação que de modo nenhum se pode considerar mais favorável.
Eu sei, Sr. Presidente, que há abusos, imperfeições e erros a reclamar rápido e enérgico correctivo. Já aqui nesta sala têm soado reclamações e críticas honestas contra a falta de critério e desrespeito a princípios essenciais por parte de dirigentes dos mais diversos organismos públicos. E o sistema só pode lucrar com toda a crítica construtiva que a tudo isso se faça.
Mas é lícito preguntar, Sr. Presidente e Srs. Deputados, porque razão, sendo o sistema capaz de bons resultados, como se tem documentado, porque razão se observam a cada passo falhas como as que referi?
E vou-me aproximando do assunto que inspirou estas palavras.
A resposta vem decerto tocar num dos aspectos mais delicados da vida nacional. E essa resposta é quási sempre a mesma: temos falta de homens, falta-nos gente preparada para a direcção da vida portuguesa. E como não há gente preparada, recorre-se com frequência ao bacharel e ao licenciado, onde abundam os desempregados, e ei-los por vezes arvorados a gerir assuntos que mal conhecem. Creio que todos nós sabemos de um caso destes e as consequências lógicas que de tal solução advêm, não obstante a frequente boa vontade dos indivíduos.
Mas o mais curioso é que, apesar dessa falta de homens (que faríamos se ela nos não afligisse?...), temos realizado uma obra no curto espaço de dez anos (pois me refiro apenas agora à obra da organização corporativa) que, a ser realizada noutro país por qualquer partido político instalado no Poder, já teria servido de tema para dezenas do dissertações, a provarem, com actos e factos, a excelência dessas realizações - democráticas.
Infelizmente, tudo se fez som votos, sem comícios, sem promessas à bôca da urna - mas tudo isso se fez.
E, Sr. Presidente, é isto que é preciso que se diga e se divulgue, honestamente mas persistentemente, como quem cumpre um dever.
Vai a União Nacional realizar o seu II Congresso. Com êle se antevê um período de saudável agitação da nossa vida política. Prepara já êste período a série notável de conferências pelo mesmo organismo levada a efeito.
Mas - perdoe-se-me a ousadia da sugestão - é mester ir mais longe e levar aos olhos e ao coração do povo de Portugal a prova provada do muito que se tem feito (apesar dos erros, das falhas, das deserções, do egoísmo de muitos) em comparação com o nada que se verificava quando se vivia em plena normalidade constitucional partidária. Poucas palavras, alguns números, umas fotografias do passado e do presente, uns documentos a atestar realizações incontestáveis e talvez se consiga fazer penetrar nos campos, nas oficinas e nas escolas (sobretudo nas escolas) uma lufada de ar fresco que mate o micróbio do hipercriticismo e da ânsia da perfeição (quási sempre a esconder impotência ou hostilidade), que combata o hábito da maledicência e da suspeição e que acabe finalmente por convencer toda essa