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16 DE MAIO DE 1945
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Está efectivamente em vias de ser concluído o caminho de ferro mineiro Vale de Santarém-Rio Maior, que pode e deve considerar-se como sendo já a 1.ª fase da projectada linha até Peniche, a que acabei de aludir.
Foram as dificuldades criadas pela guerra e a necessidade, de aproveitar e transportar as lignites de Rio Maior que levaram o Govêrno, pela pasta da Economia, então confiada ao ilustre Ministro Dr. Rafael Duque, a publicar em 1942 um diploma legal que atribuiu à Comissão Reguladora do Comércio de Carvões o encargo de construir um caminho de ferro até à região mineira de Rio Maior.
Êsse caminho de ferro, cuja inauguração se anuncia para breves meses, não teve, conforme se previa nos antigos estudos, o seu ponto de origem no Setil, mas a alteração deve-se ùnicamente às maiores facilidades e à menor quantidade de obras de arte que comporta o traçado agora seguido, com início no Vale de Santarém.
De resto, manteve-se a via larga neste caminho de ferro é teve-se justamente em vista ao construí-lo, como somos informados, que, embora fôsse por agora de natureza essencialmente mineira, pudesse vir a constituir mais tarde o primeiro troço do projectado ramal de ligação com a linha de oeste.
Para que tal se verifique, bastará sòmente, adaptando ou seguindo mesmo o projecto existente no Ministério das Obras Públicas, prolongar de Rio Maior até Caldas da Rainha a linha construída; assim se efectivava uma ligação reconhecida de há muito como de verdadeira importância económica.
O que falta construir é menos ainda do que a parte já construída; são apenas cêrca de 20 quilómetros de linha férrea, que bem justificam um esfôrço final em ordem a completar uma obra de tam evidente e real interêsse.
Por outro lado, com o prolongamento da linha de Rio Maior até Caldas da Rainha dava-se também satisfação a uma das mais antigas aspirações de todo o sul do distrito de Leiria, rica e florescente região no ponto de vista agrícola, industrial e de turismo, que encontraria neste caminho de ferro uma forma mais de acentuar o seu progresso e o seu valimento.
Não deixaram ainda os povos interessados e as entidades responsáveis de reclamar, desde há longos anos, êste caminho de ferro, agora, pode dizer-se, na sua maior parte construído, chamando para o assunto, por meio de representações e através da, imprensa, a atenção dos poderes públicos.
O problema foi mesmo, especialmente tratado no 1.° Congresso das Actividades do Distrito de Leiria, reunido há pouco mais de um ano sob a presidência do venerando Chefe do Estado, e em que o congressista Sr. António Montês apresentou e defendeu a tal respeito uma fundamentada tese, que mereceu o estudo e a aprovação do Congresso.
O problema oferece, contudo, agora, uma flagrante actualidade. Vai inaugurar-se em breves meses a linha Vale de Santarém-Rio Maior.
Parece, assim, chegada a ocasião de a prolongar, pelo menos, até Caldas da Rainha, com o que a um tempo se estabelecia a ligação da linha de oeste e se beneficiava uma importante região do distrito de Leiria, rica sob variados aspectos de possibilidades, de recursos e de valores.
Peço, dêste lugar, para o assunto a esclarecida atenção do ilustre Ministro das Obras Públicas, Sr. engenheiro Cancela de Abreu, em quem muito confiamos e que, pela justiça, desta causa, lhe não negará, certamente, o seu alto patrocínio.
Disse.
Vozes: — Muito bem, muito bem!
O Sr. Presidente: — Vai passar-se à
Ordem do dia
O Sr. Presidente: — A Assemblea passa a funcionar em sessão de estudo da proposta de lei de coordenação dos transportes terrestres.
A próxima sessão será amanhã, com a mesma ordem do dia.
Está encerrada a sessão.
Eram 15 horas e 50 minutos.
Srs. Deputados que entraram durante a sessão:
João Mendes da Costa Amaral.
José Clemente Fernandes.
José Pereira dos Santos Cabral.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Manuel Joaquim da Conceição e Silva.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Rui Pereira da Cunha.
Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.
Srs. Deputados que faltaram à sessão:
Albano Camilo de Almeida Pereira Dias de Magalhãis.
Alberto Cruz.
Alexandre de Quental Calheiros Veloso.
Amândio Rebêlo de Figueiredo.
Ângelo César Machado.
António Carlos Borges.
António Cristo.
Artur Proença Duarte.
Artur Ribeiro Lopes.
Artur Rodrigues Marques de Carvalho.
Francisco Eusébio Fernandes Prieto.
Jaime Amador e Pinho.
João Duarte Marques.
João de Espregueira da Rocha Páris.
João Garcia Nunes Mexia.
João Pires Andrade.
João Xavier Camarate de Campos.
José Gualberto de Sá Carneiro.
José Nosolini Pinto Osório da Silva Leão.
Luiz Maria Lopes da Fonseca.
Manuel Maria Múrias Júnior.
Pedro Inácio Álvares Ribeiro.
Querubim do Vale Guimarãis.
O Redactor — M. Ortigão Burnay.
Imprensa Nacional de Lisboa