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388 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 88

O Orador: - ... tornam este facto quase uma banalidade, mas isso mesmo é o sen melhor elogio, o elogio de uma administração proba, honesta, que não só não tem de esconder, mas tem orgulho em a patentear, para que possa ser amplamente discutida.
Neste momento, em que anda à solta o mais bárbaro, o mais ignaro, o mais estúpido espirito oposicionista, é dever de todos os nacionalistas renovarem a sua profissão de fé nos destinos desta pátria maravilhosa, que, agora mais do que nunca, caminha para uma evidente . melhoria económica, sombra negra de todos os que queriam vê-la cada vez mais mísera e triste, pronta a responder sem reticências às solicitações cada vez mais instantes e interessadas dos que não têm nada para nos dar mais do que opróbio e morte, a morte ignominiosa dos vencidos que não souberam querer.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Alguém que é grande, que eternamente ficará grande na nossa história, pós nas nossas mãos meios nunca imaginados para a podermos erguer à altura dos nossos sonhos, que ele próprio nos ensinou a sonhar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Uma sombra nos faz temer? Quereremos, por cobardia colectiva, por falta de ânimo, deixar inertes aquelas mãos, que podiam construir a grandeza da Pátria?
Vamos deixar as certezas da fé para nos deixarmos prender em palavras, palavras enredadoras e mentirosas, palavras de traição, boatos desprezíveis! Que vergonha!
O Governo, o honrado Governo de Salazar, traz-nos mais uma vez, tranquila, serena, miúdamente, as suas contas de gerência, para que as examinemos também tranquila, serena, miúdamente.
O que acabo de dizer, Sr. Presidente, não é subserviência, qualidade que nunca cultivei.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É neste momento um definir de posições, que se não querem confusas nem equivocas. Com a mesma fé e o mesmo desassombro com que aqui entrei há vinte e cinco anos, subi mais de uma vez a esta tribuna, que em todos estes anos se não deslustrou nunca com discussões mesquinhas, não desceu nunca à questão pessoal, antes procurou elevar-se na discussão dos assuntos que interessam à Administração e à política do Estado. Satisfeita para mim esta necessidade das situações claras e inequívocas, façamos a nossa critica, na certeza de que por mim não mudarei; tal como tenho sido continuarei a ser, para servir como entendo que se deve servir, como tenho procurado servir sempre, com inteira dedicação sim, mas com inteira verdade também.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Já por várias vezes me tenho ocupado nesta tribuna do estado das nossas estradas, do atraso do plano das construções, da insuficiência de verba para 'que este problema possa ter a indispensável solução.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Estamos empenhados em fazer progredir economicamente o Pais ? Não há dúvida de que estamos. N Pois nesse caso a estrada tem de ir adiante. Sem meios de comunicação não há desenvolvimento económico, e a estrada é o elemento primário, indispensável às comunicações.

O Sr. Cerveira Pinto: - Não se compreende o Plano de Fomento sem boas comunicações.

O Orador:-Ao tratarmos de analisar as Contas Gerais do Estado de 1957, e em face de um parecer tão criterioso, tão minucioso e abundante de elementos como este que o ilustre relator em cada ano nos fornece, é o momento propicio para verificarmos se temos reclamado com razão ou se nos deixámos orientar por quaisquer outros sentimentos que não sejam precisamente os que visam a melhoria da administração pública.
Comecemos por analisar o mapa das despesas ordinárias e extraordinárias da Junta Autónoma de Estradas, que vem a p. 292 do parecer; desde 1948 até 1957 as despesas ordinárias são perfeitamente estáticas e andam à roda de 150 000 contos, apenas com excepção de 1954 e 1955, em que as despesas foram, respectivamente, de 157 000 e 159 000 contos.
Porquês esta alteração? É que nestes anos foram entregues à Junta as suas despesas com o abono de família. Depressa, porém, veio o arrependimento, pois, como podemos ver, regressou-se à primeira forma.
Quanto às despesas extraordinárias (construção), sucede precisamente a mesma coisa, com uma pequena alteração. As despesas são de 120 000 contos em 1948-1949, regressam para 100 000 contos nos anos seguintes, para subirem para 180 000 contos em 1956-1957.
Trata-se, pois, de um período de dez anos, em que, graças aos esforços do Governo, a economia nacional se tem desenvolvido por forma notável, o que se não coaduna manifestamente com a estagnação de verbas e, consequentemente, de despesas que nos revela o quadro em questão.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: -Isto, certamente, levou o Sr. Relator a escrever o seguinte:

Não é este o lugar para entrar em grandes pormenores sobre um dos aspectos mais interessantes da vida nacional, com soluções que têm sido atrasadas nos últimos tempos, mercê de uma política de dotações orçamentais manifestamente fora das realidades do desenvolvimento económico do Pais.

E mais adiante:

Tudo indica, pois, ser necessária uma revisão séria na política rodoviária.
Esta opinião, abalizada, sob muitos títulos, do Sr. Relator, conforta este Deputado, pela inteira concordância com as ideias sempre por ele expendidas nesta matéria.
O Inverno bastante rigoroso que acabamos de sofrer deixou as nossas estradas em muito precário estado. Apesar de todos os cuidados, não há dúvida de que a sua resistência diminuiu e a sua deterioração se apressará. Não conheço nenhuma economia mais contraproducente do que aquela que se faz com as estradas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Essas economias multiplicam-se no futuro em despesas, que serão tanto mais gravosas quanto mais severas e apertadas tiverem sido as economias realizadas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Os meus prezados colegas vão, com certeza, fazer ouvir antes da ordem do dia as suas lamentações, mais do que isso, as suas reclamações, sobre o