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1878-(11)
27 DE NOVEMBRO DE 1967
no ano anterior. Deste modo, a produtividade na indústria continuou a aumentar a ritmo, elevado.
28. De acordo com o inquérito realizado em Março último, a actividade industrial no período de Abril a Setembro do corrente ano deveria manter-se a nível de produção idêntico ao observado nos seis meses precedentes.
Neste inquérito continuou a verificar-se baixa intensidade da procura, bem como acumulação de stocks, principalmente nas indústrias de bens intermédios e de bens de investimento. Quanto à procura, a situação observada em Março último traduz, porém, ligeira melhoria relativamente a Outubro de 1966.
Anote-se ainda que o grau de utilização da capacidade relativa à amostra acusou decréscimo, situando-se em 75 por cento em Março de 1967. Entre as limitações à expansão da produção sobressaíam as relacionadas com o equipamento, sobretudo nas indústrias de bens intermédios. Além disso, as indústrias de transformação de produtos do sector primário continuaram a ser afectadas por dificuldades no abastecimento de matérias-primas.
Todavia, a incidência da escassez de mão-de-obra na actividade industrial terá decrescido, dada a tendência conjuntural. Aliás, o volume de emprego manteve-se pràticamente estável no período de Outubro de 1966 a Março de 1967. Para os seis meses seguintes, porém, previu-se um acréscimo no pessoal fabril de 1,6 por cento, que se deve atribuir principalmente às indústrias de bens de consumo.
29. No período de Janeiro a Junho de 1967 intensifi-cou-se a actividade na construção civil. Com efeito, o número de edifícios construídos no continente e ilhas adjacentes elevou-se de 19 por cento. Em particular, para os edifícios destinados à habitação (com exclusão das casas económicas) vèrificou-se naquele período progressão de 15 e 19 por cento no número de edifícios e de pavimentos, respectivamente. Como em anos anteriores, continuou a revestir-se de especial importância a construção de casas de renda económica e a concessão de empréstimos para aquisição de habitação própria, através das instituições de previdência e da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência.
30. A industrialização do País tem prosseguido no corrente ano, com a instalação de diversas unidades fabris de particular projecção na expansão da capacidade produtiva, sendo de salientar nalguns casos a associação de capitais e técnicos estrangeiros e portugueses.
Entre outros empreendimentos, merece referência a conclusão da primeira fase do estaleiro da Margueira, cuja actividade de construção e reparação naval terá ampla incidência em diversos sectores subsidiários. Anote-se também a inauguração de uma unidade para a produção de pasta de celulose solúvel, destinada essencialmente aos mercados externos. Por outro lado, prosseguiu a construção da refinaria e do complexo petroquímico de Leixões, cuja conclusão deverá verificar-se no fim do próximo ano.
De acordo com a autorização prevista no Decreto-Lei n.° 47 521, de 3 de Fevereiro último, está em vias de realização a ampliação das instalações siderúrgicas do Seixal, que deverá vir a permitir a redução dos custos do aço e a repercutir-se favoràvelmente sobre outros sectores, nomeadamente a actividade mineira da região de Moncorvo.
Com vista à intensificação do processo de industrialização, o Governo tem continuado a estimular a iniciativa privada, através, designadamente, da execução de empreendimentos de infra-estrutura e de programas de formação profissional, bem como da concessão de vantagens de natureza fiscal, e da melhoria das condições de funcionamento do mercado de capitais.
Energia eléctrica e serviços
31. No decurso dos últimos anos, o sector «Energia eléctrica e serviços» apresentou apreciável ritmo de expansão, facto que se deve, em parte, ao desenvolvimento do turismo, com efeitos induzidos sobre a actividade produtiva do País e, em particular, sobre os transportes e comunicações, comércio e serviços hoteleiros. Em 1966 o produto formado naquele conjunto elevou-se a 5 por cento.
A avaliar pelo comportamento dos principais indicadores disponíveis, é de admitir que o valor acrescentado pelo sector continue a expandir-se ràpidamente em 1967.
32. A produção de energia eléctrica, que no fim do ano transacto tinha acusado significativa recuperação, voltou a elevar-se durante o 1.° semestre de 1967. Para o aumento de 9 por cento na produção total concorreu principalmente a energia de origem hídrica, de relevante importância no conjunto. Todavia, as condições de pluviosidade verificadas ao longo do ano determinaram utilização mais intensa das centrais térmicas de apoio, cuja produção revelou significativo acréscimo.
Impõe-se, aliás, de acordo com a política definida no Plano Intercalar de Fomento, promover o desenvolvimento das fontes de energia de origem térmica de tipo tradicional ou nuclear, tendo em atenção a limitação dos recursos hidroeléctricos. Deste modo, a construção das centrais hidroeléctricas deverá, manter-se durante o III Plano de Fomento a nível idêntico ao já observado, em conjugação com o desenvolvimento das outras fontes de energia. Além da conclusão da central térmica do Carregado, prevê-se a construção de outra, em Rio Maior, prosseguindo também os estudos com vista à instalação de uma central nuclear, a iniciar durante o período de execução do III Plano.
No âmbito do Plano Intercalar, continuou no ano em curso, entre outros empreendimentos, a construção da barragem do Carrapatelo, no rio Douro, cuja entrada em funcionamento se prevê para 1969.
33. Segundo os indicadores disponíveis, as actividades transportadoras teriam evoluído favoràvelmente no decurso do 1.° semestre de 1967.
Relativamente aos transportes terrestres, verificou-se apreciável acréscimo no número de passageiros-quilómetro transportados por estrada e caminhos de ferro. De igual modo, e ao contrário do ano anterior, o tráfego de mercadorias nas vias férreas aumentou sensìvelmente. Paralelamente, as receitas líquidas da exploração ferroviária, que tinham aumentado a taxas modestas nos dois últimos anos, acusaram naquele período incremento de 4,5 por cento.
À semelhança de anos anteriores, o tráfego aéreo evidenciou acentuada expansão nos primeiros seis meses de 1967, tendo o número de passageiros-quilómetro e de toneladas-quilómetro de mercadorias e correio transportados aumentado 27 e 33 por cento, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior. Este comportamento relaciona-se com a criação de novas carreiras e a ampliação e modernização do material de transporte, a par do desenvolvimento do turismo.