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I SÉRIE - NÚMER0 2 48

com o PCP» e, dois dias depois, os Deputados socialistas já nem respeitam a orientação do Primeiro-Ministro. É este o primeiro equívoco que aqui constato.

Protestos do PS.

O segundo equívoco foi pensar que estávamos aqui, supostamente, a discutir um problema grave da agricultura, tal como fizemos na semana passada. E se na semana passada o Sr. Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas primou pela ausência - desprezo pela agricultura -, hoje aconteceu o mesmo. Sr. Ministro fez-se substituir pelo Ministro da Administração Interna. O desprezo não é menor.
Este é o segundo equívoco deste Governo.
O terceiro equívoco veio agora da intervenção do Sr. Ministro da Administração Interna, o qual nem se deu conta do ridículo da tanta encenação que aqui quis vir fazer.

Aplausos do PSD.

E é ridículo porque, como o nosso povo diz, «tudo o que é demais enjoa». Não é por o Sr. Ministro falar muito, falar depressa e falar alto que passa a ter mais razão!... Naturalmente, sentiu a necessidade de explicar-se face ao erro monumental do Governo.

Aplausos do PSD.

E sabe porquê, Sr. Ministro? Porque, em matéria de autoridade, só pode falar com serenidade quem tem autoridade.

O Sr. Ministro da Administração Interna: - O que
é o seu caso...

O Orador: - E, nesta matéria, este Governo não tem qualquer autoridade.

Aplausos do PSD.

Quem, perante a violação da lei em Barrancos, numa manifestação ilegal, faz «vista grossa», faz de conta que a lei não existe e não actua, mas, passadas umas semanas, perante uma manifestação legal, teve a actuação desproporcionada que se constatou em Ourique, é alguém que tem dois pesos e duas medidas no espaço de poucas semanas e, portanto, Sr. Ministro, perde autoridade moral e política para falar.

Aplausos do PSD.

O Sr. Ministro também não se deu conta do ridículo que é, num Ministério onde é suposto tratar de segurança, ter sob a sua orientação um Secretário de Estado que foi o exemplo da violação da autoridade do Estado. No entanto, Sr. Ministro, com a sua cobertura, mantém-se no Ministério da Administração Interna alguém que foi um mau exemplo na oposição e que, no outro dia, perante o caso de Barrancos, foi um mau exemplo para os Portugueses.
0 Sr. Ministro não se dá conta também que isso é ridículo e, por isso, perde a sua autoridade moral e política para falar.

Aplausos do PSD.

O Sr. Ministro também não pode - e é por isso que o Sr. Ministro fala em cortes de estrada, atitude que sempre repudiámos e continuaremos a repudiar - falar de cortes ou de manifestações nas pontes, pois o senhor tem no seu Ministério o exemplo vivo de quem diz uma coisa e faz exactamente o contrário daquilo que diz. Mas o senhor também não se deu conta deste ridículo!...
O Sr. Ministro teve hoje a necessidade de vir aqui fazer uma encenação...

O Sr. Presidente: - Agradeço que termine, Sr. Deputado.

O Orador: - ...sobre o alegado reforço da autoridade do Estado. E sabe porquê, Sr. Ministro? Porque essa é a prova provada que, no fundo, a sua má consciência evidencia que, ao longo destes três anos, pouco a pouco, este Governo foi deixando degradar gravemente a autoridade democrática do Estado em Portugal. Essa é a verdade.
Sr. Ministro, o que senhor veio aqui fazer é também ridículo porque, aos olhos de todos os portugueses - e nós estamos à vontade porque somos defensores...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, agradeço que termine, pois ultrapassou os quatro minutos de que dispunha.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente.
Dizia eu que aquilo que senhor veio aqui fazer é também ridículo porque, aos olhos de todos os portugueses - e nós estamos à vontade porque somos defensores do diálogo e lutamos contra os abusos da autoridade -, houve excessos e desproporção por parte do Governo perante esta manifestação, perfeitamente legal, realizada em Ourique, e é isso o que lhe custa.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Deputado.

O Orador: - Sr. Presidente, permita-me mais 15 segundos para dizer que longe vão os tempos em que alertávamos aqui para a degradação da autoridade do Estado e o senhor dizia: «diálogo, abertura, consenso».
Pois é, Sr. Ministro, agora, que tem a necessidade de fazer isto, a verdade é que é ridículo e até mesmo patético aos olhos dos portugueses.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Ministro da Administração Interna.

O Sr. Ministro da Administração Interna: - Sr. Presidente e Srs. Deputados, quanto a esse assunto de touros, é melhor tratarem-no com o presidente da vossa distrital de Beja, pois ele é especialista não só nisso como noutras coisas.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Sr. Deputado, o que hoje fica claro para os portugueses, mais uma vez, é que o Governo do Partido Socialista garantiu ao País, como continuará a garantir, que há se-