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0975 | I Série - Número 26 | 02 de Dezembro de 2000

 

Irresponsavelmente, por ambições pessoais desmedidas, por vaidade e por interesses exclusivamente partidários, os autarcas do PS, que tinham recebido legitimamente a confiança dos eleitores para governarem com maioria durante quatro anos, abandonaram pelouros e responsabilidades e abandonaram a Câmara e o seu Presidente, deixando os sampedrenses sem a necessária liderança municipal.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Tudo isto com a cumplicidade dos dirigentes locais, distritais e nacionais do Partido Socialista.
Faltaram, assim, aos compromissos que assumiram com o eleitorado. Traíram, por isso, todos aqueles que lhes confiaram o seu voto.
A um ano e meio das próximas eleições autárquicas ninguém podia prever a possibilidade de haver eleições intercalares em S. Pedro do Sul, sobretudo num momento em que se preparavam e se organizavam os projectos para a candidatura ao III Quadro Comunitário de Apoio. Era, pois, uma oportunidade que não podia ser desperdiçada e que devia merecer atenção de todos os autarcas.
E o que fizeram os socialistas? Abandonaram a Câmara, repito, que é o mesmo que dizer que voltaram as costas às populações.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, os sampedrenses penalizaram o Partido Socialista, mas também o Governo, pelas promessas demagógicas de última hora, pela correria de Ministros e Secretários de Estado prometendo fazer aquilo que não foram capazes de realizar nos últimos 11 anos de liderança na Câmara e cinco anos de governação nacional.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Penalizaram o PS e o Governo e, em especial, o Ministro, Dr. Jorge Coelho, que, apesar de saber que já nada podia fazer, também não resistiu a utilizar o poder para brincar com os sampedrenses, e passo a citar: «se as obras ainda não foram feitas é porque ainda ninguém me telefonou para o gabinete.»

Vozes do PSD: - Uma vergonha!

O Orador: - O que dizer disto? Será isto aceitável? Em que país é que estamos? E que Ministros é que nos representam? E que dignidade do Estado é esta?
Mas as promessas não se ficaram apenas pelas palavras - ou pela falta de telefonemas - mas também por compromissos escritos.
Os Deputados do PS, como é do conhecimento desta Câmara, fizeram aprovar alterações ao PIDDAC para 2001 (que não estavam incluídas na versão inicial), inscrevendo obras fundamentais para o desenvolvimento do concelho de S. Pedro do Sul e dando-lhe na comunicação social uma grande divulgação e destaque, procurando assim, em vésperas de eleições, tentar alterar o sentido de voto das populações de S. Pedro do Sul.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Pois muito bem! Queremos dizer aos socialistas, aos Deputados do PS e ao Governo que, depois do anúncio público e do aproveitamento que fizeram desses investimentos, se o Governo durante o próximo ano não realizar essas infra-estruturas, não perdoaremos, nem os sampedrenses desculparão, se não forem cumpridas essas promessas.

Aplausos do PSD.

Será ética e politicamente inaceitável que o não façam.
O PS e o Governo têm, aqui, uma enorme responsabilidade; têm, aqui, uma oportunidade de provar que não discriminam autarquias; têm, aqui, uma oportunidade de provar que honram os seus compromissos e que, apesar de a Câmara ser liderada pelo PSD, isso não será razão para penalizar o povo de S. Pedro do Sul por não lhes ter dado o seu voto.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em terceiro lugar, permitam-me uma palavra de felicitações para os candidatos do PSD e, em particular, para o novo Presidente da Câmara, Dr. António Carlos Figueiredo. Felicitações pela vitória conquistada, mas também pelo sentido de responsabilidade ao longo de todo este processo. Foi a sua maturidade, a sua contínua disponibilidade, a lisura de processos, o seu comportamento e o sentido de serviço à terra que é sua, que foram determinantes para a retumbante vitória alcançada.

Aplausos do PSD.

Acreditamos que, nos próximos 11 meses, fará mais por S. Pedro do Sul do que os socialistas em 11 anos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O PSD volta a ser o partido mais votado nas autarquias portuguesas. É um bom sinal. Mas é também um aviso - um sério aviso - que os portugueses e as portuguesas, a partir de S. Pedro do Sul e de Viseu, deram ao PS e ao seu Governo.
Começou, quer o PS queira, quer não, a viragem, o início de um novo ciclo que levará de novo o PSD ao governo de Portugal.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sabemos e sentimos as preocupações do PS. Aliás, foram os responsáveis socialistas que, através de várias declarações, deram um alcance nacional a esta eleição. O Ministro Jorge Coelho, responsável pela máquina de propaganda socialista, chegou mesmo a dizer, e cito-o mais uma vez, que «votar em S. Pedro do Sul no PSD era o mesmo que estar a votar para a queda do autarca modelo do PS e presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses.»

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O PS sabia, pois, dos riscos que corria; o PS sabia, pois, que a perda de S. Pedro do Sul representava uma derrota em termos nacionais para o Partido Socialista; o PS sabia que Mário de Almeida tinha a sua legitimidade em risco.