O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

59 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007


O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Já agora, em termos de tendências a nível europeu, o que acontece é que os países nórdicos, que foram os que sempre defenderam o englobamento total dos rendimentos, têm vindo a evoluir nos últimos tempos optando pelo sistema dualista (ou semidualista, para sermos mais concretos) em que há uma tributação dos rendimentos de capitais e de mais-valias a taxas liberatórias e, depois, o resto é que é englobado em termos de tributação progressiva. É claramente esta a tendência a nível europeu.
Ao Sr. Deputado Diogo Feio direi que, para mim, é sempre um prazer poder falar com ele, porque é um especialista em termos de matéria fiscal.
Sr. Deputado, nunca me ouviu dizer que as propostas não tinham sentido ou lógica, nunca ouviu da minha parte uma referência em relação a isso. O problema que se coloca é entre o que é desejável e o que é possível. Considero que o que deveria ser um sistema de IRS era aquele que tivesse, eventualmente, três taxas de tributação e que tivesse os abatimentos, deduções e benefícios reduzidos ao mínimo dos mínimos. Era o que, teoricamente, se pode pugnar, porque não perfilho da solução extremada de uma flat rate ou de uma flat tax, mas esta é perfeitamente lógica, coerente e possível.
Porém, a realidade é diferente: a maior parte das propostas são no sentido de alargar o âmbito dos abatimentos, das deduções e dos benefícios.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Ainda não fizemos nenhuma proposta nesse sentido. As nossas propostas são no sentido de alargar a taxa de incidência, de pôr todos a pagar!

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Refiro-me à maior parte das propostas.
Teoricamente, estou de acordo que o sistema fiscal em termos de IRS é demasiado complexo, pelo que urge simplificá-lo ainda mais. Na parte administrativa e processual, estamos a fazer a simplificação e, em termos legislativos, há um longo caminho a percorrer.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António da Silva Preto.

O Sr. António da Silva Preto (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, colegas Deputados, Sr.
Secretário de Estado, permita que me dirija directamente a si.
Muitas das propostas fiscais passam pelo seu Gabinete e devo dizer-lhe — sem fazer qualquer juízo de desvalor (e vê-lo-emos em casos concretos) — que muitas são inúteis e, para além disso, dão sinais equívocos e errados lá para fora.
Dou-lhe um exemplo: no caso do artigo 5.º do Código do IRS, que se refere ao incremento no regime de capitais, estamos a votar uma norma completamente desnecessária, que vem dizer que os juros recebidos por conta das indemnizações não são levados em linha de conta como incremento de capitais, não são frutos.
Estamos dentro daquela que é a área da delimitação negativa. Ora, isto já resulta do próprio artigo 12.º.
O artigo 12.º, relativo à delimitação da incidência negativa, refere que sobre as indemnizações ocorridas em determinadas circunstâncias não incide IRS. Ora, se sobre essas indemnizações não incide IRS, é normal que sobre os juros também já não incida.
Portanto, esta norma do artigo 5.º que aqui nos propõe é perfeitamente inútil.
Uma outra norma perfeitamente inútil é a do artigo 9.º, que substitui a expressão «transacções» por «decisões homologadas judicialmente». Basta dizer que todos os acordos homologados judicialmente já caíam dentro da expressão «decisões judiciais» e constavam do artigo 5.º e, tal como estas, outras já constavam do próprio artigo 12.º.
Ou seja, muito do que estamos hoje a fazer são actos completamente inúteis, que cabiam ao intérprete e não ao legislador.
Por isso, estamos a dar um sinal errado até para os serviços, pois estamos a permitir que, sempre que haja alguma dificuldade por parte do intérprete, este se socorra do legislador. Não podemos dar esses sinais. Muitas das alterações propostas em matéria fiscal, 85%, são meramente procedimentais.
Permito-me, até, sugerir uma trégua legiferante: não vale a pena estarmos a complexizar todos os anos o sistema, nomeadamente em sede de IRS e de IRC, quando, substantivamente, não alteramos absolutamente nada.

Vozes do PCP: — Muito bem!

Páginas Relacionadas
Página 0007:
7 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 Pedro Mota Soares. O Sr. Presi
Pág.Página 7
Página 0012:
12 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 Desde há dois dias, começou a explicar
Pág.Página 12
Página 0013:
13 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 A verdade é que não se «enterrou a
Pág.Página 13
Página 0020:
20 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 Qual é a vantagem que o senhor vê nisso
Pág.Página 20
Página 0021:
21 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 não tem como objectivo a correcção
Pág.Página 21
Página 0025:
25 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 O Sr. Presidente: — Tem a palavra o
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 Esta discussão nasceu na sequência da v
Pág.Página 26
Página 0031:
31 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 instituições de ensino superior por
Pág.Página 31
Página 0048:
48 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 Finanças Locais. O Sr. António Ga
Pág.Página 48
Página 0055:
55 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Pre
Pág.Página 55
Página 0061:
61 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 para ter direito à sua pensão para
Pág.Página 61
Página 0062:
62 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 O Sr. Deputado mete-se por caminhos que
Pág.Página 62
Página 0123:
123 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 citou um esclarecimento, prestar,
Pág.Página 123
Página 0124:
124 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 hoje, já tem as taxas normalmente apli
Pág.Página 124
Página 0129:
129 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 de reduzir ou eliminar bastantes d
Pág.Página 129
Página 0130:
130 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 dade. Esta proposta tem cinco verte
Pág.Página 130
Página 0131:
131 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 O Sr. Afonso Candal (PS): — De facto,
Pág.Página 131
Página 0133:
133 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 dãos portadores de deficiência que
Pág.Página 133
Página 0134:
134 | I Série - Número: 016 | 23 de Novembro de 2007 morte ou doença. Ou seja, este é um Or
Pág.Página 134