64 | I Série - Número: 056 | 13 de Março de 2009
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Deputada, as notícias surgem todos os dias! Ainda ontem, a Tyco anunciou uma nova suspensão dos contratos de trabalho. Com este lay-off, todos os trabalhadores da Tyco vão ficar abrangidos pela suspensão do contrato de trabalho.
O Sr. João Oliveira (PCP): — São 1600!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Deputada, sabe quantos inspectores existem para todo o Alentejo, incluindo o litoral? Existem 11 inspectores!
O Sr. João Oliveira (PCP): — São três por distrito!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Como é que se responde a esta realidade com 11 inspectores em todo o Alentejo, incluindo o seu litoral? O que se exige, no momento em que vivemos, são medidas concretas e, por isso, as exigências que se fazem no plano concreto do reforço dos quadros da ACT. É isso que propomos, Sr.ª Deputada, e não meros anúncios e propaganda.
Vou dar-lhe um exemplo, Sr.ª Deputada: o Governo reforçou — e muito bem, queremos destacar — o quadro dos inspectores tributários em várias centenas. Por que é que o Governo não toma uma medida excepcional, como propõe o PCP, de aproveitar o actual quadro e alargar também em várias centenas os inspectores que vão para a inspecção de trabalho? Por que é que não o faz, Sr.ª Deputada?
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exactamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Porque não há vontade política! Essa é, claramente, a questão que está em cima da mesa.
Sr.ª Deputada, aproveito o tempo de que disponho para lhe dizer que abordamos também um outro problema no nosso projecto de resolução, que é a perspectiva conciliatória da ACT. Muitas vezes, a ACT tem uma perspectiva de demover a entidade patronal, de dialogar com a entidade patronal, em vez de punir quem viola a lei. O que definimos como orientação é que o Governo dê claramente instruções para que a ACT puna quem viole a lei, para que seja interventiva e punitiva e não actue meramente num quadro de tentativa de conciliação entre as partes, porque não resolve o problema.
Importa também aqui dizer, Sr.ª Deputada, que o problema não está nos trabalhadores da inspecção de trabalho ou da Autoridade para as Condições do Trabalho. Esses trabalhadores têm desempenhado um papel fundamental e meritório. O problema está, sim, nas instruções que são dadas a esta ACT e na falta de meios que é absolutamente vergonhosa.
Sr.ª Deputada, com este projecto de resolução apontamos caminhos e soluções. Hoje, ficámos a saber — aliás, amanhã, com a votação destes projectos — quem, por acção ou por omissão, pactua com os patrões e as suas ilegalidades!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, concluído o debate destes dois projectos de resolução, vou pedir à Sr.ª Secretária que dê conta do expediente que acabou de dar entrada.
A Sr.ª Secretária (Rosa Maria Albernaz): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e foram admitidas, os projectos de resolução n.os 444/X (4.ª) — Cessação da vigência do Decreto-Lei n.º 34/2009, de 6 de Fevereiro (PSD), 445/X (4.ª) — Cessação da vigência do Decreto-Lei n.º 34/2009, de 6 de Fevereiro (BE), 446/X (4.ª) — Cessação da vigência do Decreto-Lei n.º 31/2009, de 4 de Fevereiro (BE), 447/X (4.ª) — Empreitada de reabilitação da Sala do Senado do Palácio de São Bento (PS, PSD, PCP, CDS-PP, BE e Os Verdes) e 448/X (4.ª) — Aprova o regime de presenças e faltas ao Plenário (PS, PSD, PCP, CDS-PP, BE e Os Verdes).