85 | I Série - Número: 021 | 4 de Novembro de 2010
—  No que à Região Autónoma da Madeira diz respeito, saliente-se a gravíssima decisão do Governo da 
República de abandonar as negociações, no âmbito da Comissão Europeia, relativas à Zona Franca da 
Madeira, comprometendo, de forma grave, a sua competitividade e obrigando a Região, ou seja, o País, a 
perder uma receita anual da ordem dos 80 milhões de euros; 
—  A par dessa situação e revelando uma inadmissível discriminação político-partidária por parte do 
Governo da República, acresce que o PIDDAC, ou seja, o investimento directo da Administração Central 
previsto no Orçamento do Estado para 2011, enquanto nos Açores, com uma população inferior à da Madeira, 
é de 9 606 282 euros, na Madeira é de 567 000 euros, sendo que 11% desta importância é consignada à 
conservação da moradia do chamado «Representante da República» —  o Palácio de São Lourenço! 
Isto é: no âmbito do PIDDAC, a República Portuguesa investe 2,29 euros por habitante, na Madeira, e 
investe nos Açores 39,15 euros por habitante. 
A evolução que a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2011 venha a ter, na especialidade, em 
particular no que às questões supra referidas diz respeito, será determinante para a posição a adoptar pelos 
signatários na votação final global. 
Os Deputados do PSD, Guilherme Silva —  Correia de Jesus —  Vânia Jesus —  Hugo Velosa. 
— —  
O País atingiu uma situação dramática que prejudica, acima de tudo, os jovens e as futuras gerações. O 
desemprego jovem atinge o nível assustador de 21%, o endividamento externo pesará no futuro das novas 
gerações e limitará as suas opções. 
Compreendemos que a crise financeira e a crise de confiança dos mercados internacionais ameaçam o 
País e justificam a adopção de excepcionais medidas de forte contenção. 
Todavia, as medidas de contenção devem incidir fundamentalmente no corte da despesa, evitando novos 
aumentos de impostos que onerem mais as empresas e as famílias portuguesas que já suportam um esforço 
fiscal enorme que não tem correspondência com razoáveis prestações e actividade estaduais. 
Embora o aumento do esforço fiscal tenha impacto recessivo na economia, o Governo socialista tem vindo 
a optar por sufocar fiscalmente a economia e os portugueses, com as consequências negativas que isso 
representa na competitividade, no crescimento económico, no nível de vida da população e no desemprego. 
Acresce que é inaceitável o corte previsto nos abonos de família ordinários e extraordinários. 
Num momento em que o País precisa de incentivar a natalidade, decisões desta natureza configuram-se 
como rudes golpes no futuro do País. Um Governo que começa por cortar nas despesas que promovem a 
renovação e a capacitação geracional é um Governo que não acredita no futuro do País. 
A natalidade é a condição da existência futura de Portugal e de Portugueses, e os apoios financeiros ao 
nascimento são comprovadamente os maiores incentivos que os jovens reconhecem para decidirem ter filhos. 
O fim do abono de família é um enorme desincentivo à natalidade. 
Os Deputados do PSD, Pedro Rodrigues —  Maria José Nogueira Pinto —  António Leitão Amaro. 
— ——  
Relativa ao texto final, elaborado pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e 
Garantias, sobre os projectos de lei n.os 299/XI (1.ª) e 317/XI (1.ª): 
Abstive-me na votação deste texto final, relativo à alteração da lei do financiamento dos partidos políticos e 
das campanhas eleitorais, por me ter sido impossível esclarecer diversas dúvidas. Essa impossibilidade 
resultou do facto de o texto final apenas me ter sido disponibilizado às 17 horas do dia anterior ao da votação 
e no meio do debate na generalidade da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2011. 
É a segunda vez que um texto final de alterações à lei do financiamento dos partidos políticos e das 
campanhas eleitorais é disponibilizado na véspera do dia da votação, o que me parece uma má prática e um 
procedimento que em nada contribui para um voto esclarecido.