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8 | I Série - Número: 073 | 21 de Abril de 2011

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — As imposições do FMI e da UE, que nos querem fazer aceitar como se não houvesse alternativa, não só não nos ajudam como vão lançar o País na recessão e fazer com que as consequências da crise sejam pagas pelos mesmos de sempre, ou seja, pelos trabalhadores, pelos reformados, pelos jovens sem emprego e sem perspectivas.
A presença da troika, em Portugal, insere-se num processo de ingerência, roubo e desastre, dirigido contra o País e que o PCP rejeita e combate. Um processo que, não resolvendo qualquer problema do País, constituirá um novo e mais grave factor de agravamento da exploração dos trabalhadores, de ampliação da injustiça e das desigualdades sociais, de declínio económico e de dependência externa. O PCP rejeita esta ingerência e não tem nada a conversar com essa troika. Os únicos interlocutores do PCP são os órgãos de soberania do Estado português, porque só a eles o povo português confiou a legitimidade para decidir do seu destino.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — E não se diga que não há alternativa à capitulação perante os especuladores internacionais. Que o PS, o PSD e o CDS não têm alternativa já nós sabemos e já todos os portugueses tiveram tempo suficiente para perceber.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É a troika!

O Sr. António Filipe (PCP): — Que as luminárias, que agora defendem a criação de uma espécie de união nacional para o conformismo, não têm alternativa que não seja aconselhar os portugueses a «comer e calar», também sabemos.
Se é uma evidência que o País nunca conseguirá pagar as suas dívidas se a economia não crescer, não é menos evidente que não é com medidas recessivas que o País sairá da recessão.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — As políticas que lançaram o País na crise nunca nos farão sair dela.
Por muito que governantes e ex-governantes, presidentes e ex-presidentes, ministros e ex-ministros, banqueiros, capitalistas e batalhões de escribas e comentadores do pensamento único pretendam formatar a cabeça dos portugueses para que aceitem como inevitáveis as imposições do poder económico, o PCP continuará a afirmar bem alto que há alternativa e que não aceita este rumo de desastre nacional.
O que se impõe, desde já, é a renegociação da dívida externa (nos seus prazos e juros e nos montantes devidos); a diversificação das fontes de financiamento; a acção convergente com outros países vítimas da especulação financeira e do euro; a aposta na produção nacional; a redução das importações, a par do aumento das exportações e da diversificação das relações comerciais.
A alternativa existe e o PCP reafirma perante os portugueses a sua determinação em lutar por Portugal, pela dignidade nacional e pelo bem-estar dos portugueses.

Aplausos do PCP.

Entretanto, assumiu a presidência a Sr.ª Vice-Presidente Teresa Caeiro.

A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Pureza.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, Srs. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados: Se havia alguma ironia na alusão a uma suspensão da democracia por seis meses, há tempos feita por uma dirigente do PSD, essa ironia desfez-se por inteiro na realidade de uma efectiva suspensão da democracia nos dias que estamos agora a viver.