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12 | I Série - Número: 073 | 21 de Abril de 2011

a eficácia destas forças mas apenas e tão-só reduzir custos numa área onde o desinvestimento tem sido permanente nos últimos sete anos.
Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: É neste tempo, em que o País se vê confrontado com várias e graves inseguranças, também devido à insegurança na segurança, que é preciso mudar de vida e mudar rapidamente.

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Morais.

A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, cito o Conselho Geral da Caritas Portuguesa: «O próximo governo deve criar um plano de emergência social para acudir às graves situações de carência do País».
Cito o Presidente da União das Misericórdias: «O número de pessoas com dificuldades económicas está a crescer exponencialmente.» Cito a Presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome: «Será inevitável a diminuição de apoios em alimentos».
Cito, por último, o Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade: «Se há tempos alertava para a existência de instituições em risco de encerrarem devido à crise, agora posso afirmar que várias fecharam, definitivamente, nos últimos meses. E, pior, todos os dias surgem largas dezenas de casos com dificuldades inultrapassáveis. Não darão a volta».
Este é o retrato de um País em situação de verdadeira emergência social.
Num País endividado, empobrecido, com 11% de desempregados, famílias sobrecarregadas de impostos e salários reduzidos, o Estado começa a dar sinais de não conseguir desempenhar o seu papel de protecção dos mais vulneráveis e os portugueses, conhecidos pelo seu espírito solidário, têm cada vez menos margem para ajudarem as instituições que tantas vezes substituem o Estado no apoio aos mais desprotegidos.
Misericórdias e instituições de solidariedade social vêem hoje drasticamente reduzidos os contributos e os meios de apoio, num momento em que são cada vez mais aqueles que necessitam de ajuda. É o desespero para muitas famílias e instituições.
Portugal voltou a ser um País de emigrantes. Na última década, os portugueses saíram do País em número próximo do êxodo das décadas de 60 e de 70. Só nestes últimos dois anos, estima-se que mais de 200 000 portugueses partiram em busca de trabalho e o fluxo continua imparável.
Partem, hoje, como há décadas, deixando para trás um País desanimado.
Partem, para os destinos de outros tempos, a França, a Alemanha ou o Luxemburgo, mas partem também para outros mais promissores, como Angola, onde se calcula que, em 2010, estivessem 91 000 portugueses, mais 400% do que em 2003.
Partem, por vezes, com fracas qualificações, dispostos a quase tudo, mas partem também quatro licenciados por dia. Em 2010, o número de licenciados que abandonou o País aumentou 57%.
Partem os mais novos, que em vão procuraram o primeiro emprego, mas partem também muitos que, numa idade que já não pede aventura, estão longe da reforma mas perto do desalento.
Este é o retrato do País que somos em 2011, com mais de seis anos consecutivos de governos socialistas e o fardo insuportável de uma dívida que nos asfixia, consome grande parte dos nossos recursos e impede de crescer. Como foi possível terem levado o País a este completo esgotamento? Como foi possível terem conduzido à absoluta exaustão este nosso País? Mas este é também o retrato de um País que tem de mudar! É hoje impossível não ver como é insustentável a situação a que chegámos. É hoje inadmissível não entender que o Estado tem de gastar menos, cortar drasticamente na sua própria despesa, dar exemplo de absoluto rigor na gestão dos dinheiros públicos, fazer as reformas nas empresas públicas, na saúde e na justiça, sem as quais não conseguiremos sair da situação aflitiva em que nos encontramos.
Sabemos que não será fácil, mas o País tem de disciplinar as suas contas, controlar a sua dívida, sair da estagnação económica e restaurar a confiança e a credibilidade do Estado.