13 | I Série - Número: 073 | 21 de Abril de 2011
Risos do Deputado do PS Sérgio Sousa Pinto.
Não tem mesmo graça nenhuma, Sr. Deputado! É por tudo o que tem de ser feito com seriedade que é hoje intolerável a continuação da política espectáculo, da política da ilusão, da política da fantasia 30 vezes repetida, verdadeiro insulto à inteligência dos portugueses, numa absoluta falta de respeito pelos sacrifícios que estão a ser pedidos aos cidadãos.
A dissimulação, a encenação, a mera retórica, usada, hoje, para defender uma coisa e, amanhã, para justificar o seu contrário, têm sido erradamente confundidas com política e é esta confusão uma das mais fortes razões do afastamento dos cidadãos em relação à vida pública.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Esta situação tem de ser alterada sob pena de os cidadãos olharem para os políticos não como alguém que os representa, mas como alguém que os envergonha.
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — O País precisa de uma nova energia. Não a energia estudada, estampada à força no rosto, atrás de um qualquer biombo, minutos antes de se aparecer aos portugueses. Não uma energia forçada, receitada pelo marketing, para disfarçar o desgaste de quem se perdeu no seu próprio labirinto, mas a energia genuína de quem tem uma alternativa, de quem tem esperança, de quem confia nos portugueses e está convicto de que o País quer essa mudança.
É hoje imperioso mudar, por aqueles que todos os dias partem, mas também por aqueles que, apesar de tudo, ficam, na esperança de dias melhores; por aqueles que desesperam a cada dia em que não conseguem trabalho, mas também por aqueles que todos os dias se esforçam para o nosso bem comum. É preciso mudar!
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Gostaria de relembrar as Sr.as e Srs. Deputados que hoje o registo não é feito por via electrónica e, portanto, terão de se inscrever manualmente, através da assinatura, no livro de ponto.
Tem agora a palavra o Sr. Deputado Jorge Strecht.
O Sr. Jorge Strecht (PS) — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Que o PSD e o CDS tenham chamado pelo lobo, parece-me natural e, digo mais, parece-me até que faz parte do código genético da direita portuguesa.
De facto, anos a fio, a direita portuguesa tentou — nem sempre com alguma coragem — fazer com que o mercado fosse a única forma de regulação não só da economia portuguesa como do próprio funcionamento da sociedade portuguesa.
Que o PSD e o CDS reivindiquem o FMI como a cobertura possível e necessária para as contra-reformas essenciais que nunca tiveram a coragem de levar por diante, parece-nos natural e óbvio.
Que o PCP e o Bloco tenham sido cúmplices, já me parece um pouco paradoxal.
O Sr. Francisco de Assis (PS): — Muito bem!
O Sr. Jorge Strecht (PS) — De facto, estranho que o PCP e o Bloco apareçam aqui como «cândidas virgens», como se nada tivessem a ver com a vinda do celebérrimo FMI — o malandro, o lobo, por quem a direita tanto chamou — , quando se concertaram com a direita, de uma forma habilidosa, criando as condições para chumbarem o PEC, com um ponto que permitia o voto cruzado quer do PCP e do Bloco quer da direita.
É notável que agora estejam tão condoídos porque está aí o lobo. Mas a verdade é que a direita queria o lobo e a esquerda ajudou que o lobo chegasse.