I SÉRIE — NÚMERO 128
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O Sr. Deputado Hélder Amaral falou no capital de risco. Boa ideia juntar as três capitais de risco do Estado,
mas não se esqueça de uma coisa: era importante abrir o capital a entidades estrangeiras e nacionais
privadas.
Veja isto, Sr. Deputado Hélder Amaral: fazem o capital de risco com o INOV e a AICEP Capital, que estava
muito capitalizada, fica com 42%. Sabe o que fez o Secretário de Estado do Empreendedorismo,
Competitividade e Inovação? Obrigou a descer o capital da AICEP Capital, de 25 milhões para 8 milhões. E
sabe o que é que fizeram aos 17 milhões, Sr. Deputado? Foram entregues à AICEP, EPE, 9 milhões dos quais
em dinheiro e 8 milhões em unidades de participação, ou seja, despesas de investimento passam para
despesas correntes. Compreendo perfeitamente que a AICEP tenha de ser financiada — percebo
perfeitamente! —, mas não por este caminho. Isto é o desprezo pelas empresas!
Portanto, o Sr. Deputado pode fazer o que entender na diplomacia económica. Nós tínhamos feito alguma
coisa, mas é muito bom que façam melhor e mais! O nosso desejo é o de que façam mais, corrijam erros!
Nada foi feito com tudo bom! Agora, o que é importante é fazer mais e melhor.
Têm as embaixadas, têm os planos de negócios. Com certeza! Mas, se as empresas não têm pré-
financiamento, para responder, de que é que isso serve? Se há empresas a falir, todos os dias, de que é que
isso serve? Podem ignorar, podem ter aqui um discurso puramente político, mas estamos a matar a economia,
se continuamos por este caminho. Estamos a matar a economia!
Pode o Ministro Paulo Portas fazer o que bem entender, à sua vontade, tentar tudo, que não consegue! Se
não invertermos rapidamente a construção orçamental, se não pusermos dinheiro nas empresas, no pré-
financiamento, na capitalização, na formação, se continuarmos a cortar a ligação entre as empresas e as
universidades, se continuarmos, na inovação e desenvolvimento, a cortar algumas coisas boas que foram
feitas, não temos futuro, Sr. Deputado.
Entretanto, reassumiu a presidência a Presidente, Maria da Assunção Esteves.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Basílio Horta (PS): — Termino já, Sr.ª Presidente.
Estas medidas são algumas modestas medidas — reconheço-o — e, se o Governo já está a fazê-lo, não
estamos a ver os resultados. Talvez seja agora o momento de acelerar, para que os resultados se vejam.
Agora, e com isto termino, independentemente das divergências partidárias, alerto e chamo a atenção da
Câmara para uma situação que está a agravar-se e que, se não tiver remédio, corremos o gravíssimo risco de
termos uma recessão e uma fratura sociais como nunca vimos em Portugal.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa não regista mais inscrições para intervenções e, por isso,
termina aqui este debate.
Vamos entrar no período regimental de votações, pelo que peço aos serviços que acionem o sistema de
verificação eletrónica de quórum.
Pausa.
Srs. Deputados, o quadro eletrónico regista a presença de 203 Deputados, a que acrescem os Srs.
Deputados Jorge Lacão e Pedro Silva Pereira, do PS, e o Sr. Deputado Miguel Frasquilho, do PSD, o que
perfaz um total de 206 Deputados presentes, havendo, por isso, quórum de deliberação suficiente.
Vamos, então, dar início às votações, começando pelo voto n.º 70/XII (1.ª) — De pesar pelo falecimento do
ex-Deputado Júlio Montalvão Machado (PS).
Por acordo das bancadas, o Sr. Deputado Rui Jorge Santos, do PS, fará o favor de ler o voto.
O Sr. Rui Jorge Santos (PS): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor: