29 DE SETEMBRO DE 2012
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O Sr. João Figueiredo (PSD): — … como também se solicita a elaboração, por parte de especialistas
nesta matéria, de um conjunto de critérios justos, equitativos e objetivos, que permitam avaliar a sua possível
aplicabilidade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E o impacto nas pessoas?!
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder
Amaral, do CDS-PP.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Permitam-me que comece por
cumprimentar os representantes e trabalhadores da ENU, aqui presentes — muitos deles, grandes amigos —,
e dizer que não vou fazer uma resenha de quem tem mais razão e de quem apresentou mais iniciativas no
passado, nem vou, tão pouco, criticar iniciativas aqui apresentadas, pela simples razão de que o meu respeito
para com os trabalhadores da ENU é, de facto, grande, e acho que é isso que nos importa aqui discutir.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Têm é que saber se há indemnizações ou não!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Eles sabem! Eles sabem! E eu também sei das dificuldades que estes
trabalhadores, ainda hoje, ultrapassam.
Vozes do CDS-PP: — Perguntem-lhes a eles!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O CDS sempre disse aos trabalhadores e aos seus familiares que tudo
faria para encontrar soluções justas e razoáveis.
Foi por isso que o CDS, sem nenhuma dificuldade, votou favoravelmente um projeto, apresentado pelo
Partido Social Democrata — inclusivamente, com o Bloco de Esquerda, inclusivamente, tentando sensibilizar o
Partido Socialista, que teve uma posição moderada, apesar das dificuldades —, para podermos incluir na
mesma legislação aqueles trabalhadores que, à data da dissolução da empresa, já não se encontravam a
trabalhar na empresa. Isto, obviamente, tendo o CDS dúvidas, apenas e só com critérios técnicos, sobre se se
devia abranger os funcionários que estavam na empresa com quatro ou cinco anos, já que os dados científicos
e técnicos diziam que era uma exposição prolongada que eventualmente causaria danos à saúde.
Foi por isso que estivemos perfeitamente de acordo com uma proposta razoável vinda das mesmas
bancadas para estender os cuidados médicos permanentes, e aquilo a que acho que devemos estar atentos e
que a Assembleia da República deve acompanhar é que esses cuidados médicos sejam feitos em tempo e em
qualidade, sempre que sejam necessários.
Obviamente, estamos disponíveis. Entendemos — e os trabalhadores sabem o que entendemos — que
existe, hoje, legislação em defesa dos trabalhadores, mesmo para trabalhos específicos como este, que
possam protegê-los dos danos emergentes ou das doenças emergentes provindas da atividade profissional,
que, no nosso entender, não devem ser sequer tipificadas em lei, devem ser avaliadas noutro foro e, depois,
encontrar respostas nos mecanismos legais existentes.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Mas, ainda assim, queria dizer que o CDS sempre esteve ao lado dos
trabalhadores, numa posição justa e razoável. Não faz disso campanha política, não faz disso aproveitamento
político,…