I SÉRIE — NÚMERO 17
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uma das vossas preocupações o apoio às IPSS, por isso, Sr. Ministro, queria que me falasse sobre o crédito a
estas instituições, que estão, muitas vezes, numa situação de grande desequilíbrio orçamental e financeiro.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Solidariedade e da
Segurança Social.
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, sei
que é um homem profundamente preocupado e que conhece muito bem a situação social e as instituições
sociais em Portugal, por isso sabe que, nos últimos anos, as instituições sociais foram muito desafiadas a
fazer muitas obras, foram muito desafiadas a fazer muitos investimentos. Para ter uma noção, tivemos muitas
candidaturas ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), ao Programa
Operacional Potencial Humano (POPH) e a um conjunto de outros programas, o que gerou, dentro das
próprias instituições, uma situação financeira hoje muito difícil.
Muitas destas instituições têm passivos bancários altos, neste momento têm de pagar à banca um conjunto
de juros muito altos, por isso, não obstante o Governo ter tomado um conjunto de medidas exatamente para
garantir a sustentabilidade destas mesmas instituições sociais, percebemos que era preciso ir mais longe e
criar especificamente uma linha de crédito para estas instituições sociais. Foi o que fizemos. Lançámos uma
linha de crédito para as instituições sociais e conseguimos que a instituição bancária que ganhou esta
consulta, adicionalmente a esses 50 milhões de euros, pudesse disponibilizar mais 100 milhões de euros
numa própria linha da instituição bancária.
Posso dizer-lhe hoje, Sr. Deputado, que só 126 instituições esgotaram os 50 milhões de euros da linha de
crédito que o Governo lançou, o que representa cerca de 400 000 € por instituição, sendo que dos
remanescentes 100 milhões de euros já estão atribuídos cerca de 50 milhões de euros. Portanto,
objetivamente, este é um apoio muito significativo às instituições sociais, mas percebemos que, mesmo assim,
tínhamos de ter a capacidade, a imaginação e a criatividade de ir mais longe. Por isso mesmo, Sr. Deputado,
aproveito para anunciar à Câmara que, até ao final do ano, o Governo vai lançar uma nova linha Social
Investe, de 12,5 milhões de euros, dirigida especificamente a ajudar as instituições sociais que têm, neste
momento, situações de rutura na sua tesouraria.
É mais um apoio, que se veio somar, por exemplo, ao facto de assegurarmos que a fiscalidade das IPSS
não é tocada, ao contrário do que estava previsto no Memorando de Entendimento (como o Sr. Deputado
sabe, estava prevista a sujeição das instituições sociais ao pagamento de IRC); é um apoio que se adiciona à
devolução de 50% do IVA pago em obras que as instituições sociais estão a fazer relativamente aos seus
investimentos e até de obras que são necessárias para manterem a qualidade das suas instituições.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Ministro, queira fazer o favor de concluir.
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Objetivamente, é ainda uma verba que se
soma à verba que aumentámos nos acordos de cooperação com as instituições sociais e uma verba que
também se soma à dívida de 5,6 milhões de euros que este Governo pagou, dívida que existia desde 2008.
Aproveitando para responder ao Partido Ecologista «Os Verdes», recordo que havia, desde 2008, 5,6 milhões
de euros de dívidas às instituições sociais, que este Governo pagou, garantindo que a sustentabilidade das
instituições sociais, que é tão importante, se pode manter.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Uma vez que o Sr. Deputado Adão Silva prescinde do seu direito de
réplica, concluímos assim a primeira ronda de perguntas do debate.
Vamos, então, iniciar a segunda ronda de perguntas.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena André, do Partido Socialista.