I SÉRIE — NÚMERO 17
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O Sr. Arménio Santos (PSD): — … para que, em parceria com o Governo, em diálogo com o Governo,
sejam encontradas as políticas mais moderadas?
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado. Tem que ser muito breve porque já não
dispõe de tempo.
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.
Sr. Ministro, a segurança social só existe e só pode cumprir as suas obrigações, as suas responsabilidades
sociais se tiver receitas, e a cobrança das receitas normalmente é objeto de notícia.
Queria perguntar ao Sr. Ministro como é que estamos em termos do registo da cobrança das receitas,
especialmente aquelas cobranças que estão atrasadas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Em tempo cedido pelo PSD, tem a palavra, para responder, o Sr.
Ministro da Solidariedade e da Segurança Social.
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Arménio
Santos, agradeço a cedência de tempo por parte do PSD e queria dizer-lhe que para este Governo a
concertação social é fundamental. Sabemos como é importante conseguirmos garantir os compromissos
internacionais do Estado português, nomeadamente os compromissos financeiros que o Estado português
teve de subscrever.
Por isso, o cumprimento do Memorando de Entendimento não é uma opinião, não é uma liberdade, não é
uma liberalidade deste Governo. Sabemos que é uma obrigação do Estado português e o Estado,
objetivamente, para garantir o seu financiamento, para garantir o financiamento da economia portuguesa, para
garantir que os salários e as prestações sociais são pagos, tem de cumprir esse Memorando de Entendimento.
Mas queremos fazê-lo sempre em permanente diálogo social. É exatamente por isso, Sr. Deputado, que este
Governo, quando introduz alterações quer a regimes contributivos, quer a regimes não contributivos, tem uma
enorme preocupação em dialogar com os parceiros sociais, tem uma enorme preocupação em ouvir os
parceiros sociais. E, Sr. Deputado, posso dizer-lhe que as soluções que encontramos são sempre melhores
quando são dialogadas com os parceiros sociais. Eu próprio já fiz vários acordos com os parceiros sociais,
quer com os sindicais, quer com os representantes dos empregadores, e sei do que estou a falar. Se não
fosse em concertação social, provavelmente não poderíamos ter ultrapassado o limite, previsto no Memorando
de Entendimento, de 18 meses, no subsídio de desemprego, para 26 meses, e fizemos essa negociação, essa
concertação, com os parceiros sociais.
Foi exatamente por isso que agora, relativamente a um conjunto de alterações a prestações sociais, mais
uma vez, iniciámos um processo de diálogo com os parceiros sociais. E tenho a certeza, Sr. Deputado, de que
outros Governos antes do nosso, quando, por exemplo, decidiram extinguir o 4.º e o 5.º escalões do abono de
família ou quando, por exemplo, decidiram introduzir uma lei da condição de recursos e não falaram com os
parceiros sociais encontraram sempre soluções piores.
Quando o Partido Socialista decidiu extinguir não só o 4.º e o 5.ºescalões do abono de família mas também
a majoração de 25% nos escalões mais baixos do abono de família ou fazer a lei da condição de recursos sem
falar com os parceiros sociais, encontrou, certamente, uma situação mais gravosa do que seria se o tivesse
feito em diálogo e em concertação.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, relativamente à matéria que
tem a ver com a cobrança coerciva, se me permitir, pediria ao Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da
Segurança Social que, na réplica, desse resposta.