O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE FEVEREIRO DE 2013

15

Portanto, estamos perante a mais completa liberalização das rendas. O Governo, o PSD e o CDS referiram

que há exceções nalguns casos, como por exemplo: inquilinos com 65 ou mais anos; deficientes com grau de

incapacidade de 60% ou inquilinos com rendimentos inferiores a cinco salários mínimos nacionais. Mas

convém dizer — porque o PSD esqueceu-se de o fazer — que esta exceção tem natureza provisória, porque

passados cinco anos, que é o período de transição, as rendas são liberalizadas como as outras.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Então, depois desses cinco anos, as pessoas que hoje têm 65

anos ficam mais novas? As pessoas com deficiência daqui por cinco anos vão reduzir as suas incapacidades?

Daqui por cinco anos não vai haver pessoas a viver com rendimentos inferiores a cinco salários mínimos

nacionais? Depois desses cinco anos, depois do período transitório, de que forma é que as pessoas podem

contar com o Estado? Não contam! E não contam porque o Governo e a maioria que o suporta — PSD e CDS

— continua a deixar as pessoas para trás!

E mesmo dentro deste período de transição, estas pessoas estão sujeitas a aumentos, era bom que isto

ficasse claro. É certo que há limites máximos, mas muitas pessoas idosas, deficientes ou com rendimentos

baixos, mesmo assim, não conseguem fazer face a esses aumentos, sobretudo na situação em que vivemos,

sobretudo tendo presente o universo de cortes e restrições que este Governo tem vindo a impor às famílias e

cujo caminho tem sido o empobrecimento geral, como todos sabem.

As pessoas que não conseguem fazer face a esses brutais aumentos, o que podem esperar do Estado?

Nada. Que respostas sociais? Nenhumas!

É, pois, mais do que evidente que a conversa do Governo e dos partidos da maioria, de que os inquilinos

mais idosos, as pessoas com deficiência e as pessoas com mais dificuldades do ponto de vista económico

estão protegidos por este novo regime, é conversa fiada. E é conversa fiada tanto durante os cinco anos do

período de transição como depois desse período, porque num caso e noutro as rendas representam valores

que são incomportáveis para muitas pessoas.

Adivinham-se, assim, muitas situações de atraso no pagamento das rendas ou, até mesmo, impossibilidade

objetiva do pagamento desses valores por parte de muitas famílias e o resultado também se adivinha: despejo

imediato!

É assim que o Governo resolve os problemas das pessoas, e depois ainda vem dizer que com este

Governo ninguém fica para trás. Pois não, o Governo resolve os problemas dos senhorios e os inquilinos que

se amanhem! Isto é uma vergonha a somar a tantas outras que o Governo tem vindo a fazer às famílias

portuguesas, só que, desta vez, trata-se do direito à habitação com a importância que ele reveste para as

pessoas.

Bem sabemos que para o Governo isto pouco representa, pouco interessa. Se as pessoas não têm

dinheiro para pagar as rendas, vão viver para debaixo da ponte, pois para o Governo é indiferente.

É esta a linha orientadora do Governo neste como noutros processos.

Portanto, face à injustiça social que esta lei representa para Os Verdes, nós acompanhamos o Partido

Comunista Português nos seus objetivos quanto à revogação desta lei, pelo que votaremos a favor.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Prôa, do PSD.

O Sr. António Prôa (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O PCP apresenta hoje uma iniciativa

muito ao seu estilo: irresponsável, irrealista e injusta.

Risos da Deputada do PCP Rita Rato.

Uma proposta coerente com o seu posicionamento, o mais conservador dos partidos portugueses, que

defende o imobilismo mesmo quando a realidade demonstra o erro dessa atitude.

Páginas Relacionadas
Página 0002:
I SÉRIE — NÚMERO 59 2 A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Jorna
Pág.Página 2
Página 0003:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 3 O Sr. Paulo Sá (PCP): — Desde o primeiro momento,
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 59 4 O Sr. Paulo Sá (PCP): — É correto, pois, afirma
Pág.Página 4
Página 0005:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 5 Governo dá aos mais carenciados: permitir que sejam posto
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 59 6 Protestos do PCP. Há uma g
Pág.Página 6
Página 0007:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 7 Pausa. Faça favor, Sr. Deputado.
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 59 8 E leio, Sr. Deputado: «Eliminar gradualmente os
Pág.Página 8
Página 0009:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 9 Vozes do PS: — Oh!… O Sr. Bernardino Soares
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 59 10 Sr. Deputado Paulo Sá, a reforma do arrendamen
Pág.Página 10
Página 0011:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 11 O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É ou não verdade que, notif
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 59 12 O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Diz o Partido Com
Pág.Página 12
Página 0013:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 13 Está à vista de toda a gente quais são os efeitos desta
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 59 14 Em suma, os idosos podem ter as rendas aumenta
Pág.Página 14
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 59 16 Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr.
Pág.Página 16
Página 0017:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 17 Esta lei envolve um forte impacto social. Preocupam-nos
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 59 18 arrendamentos, já se aplicam rendas atualizada
Pág.Página 18
Página 0019:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 19 A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputad
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 59 20 Sr. Deputado, na semana passada, chegaram notí
Pág.Página 20
Página 0021:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 21 O Sr. António Prôa (PSD): — Relativamente à quest
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 59 22 O Sr. Mota Andrade (PS): — Bem lembrado
Pág.Página 22
Página 0023:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 23 O Sr. Ramos Preto (PS): — Refiro-me à vossa proposta, qu
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 59 24 outro tipo de associações e muitos daqueles qu
Pág.Página 24
Página 0025:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 25 O Sr. Ramos Preto (PS): — … fazendo justiça à sua denomi
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 59 26 Vozes do CDS-PP: — Muito bem! O
Pág.Página 26
Página 0027:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 27 Protestos do PCP. Isto, sim, é um e
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 59 28 O Sr. Presidente (António Filipe): — Pr
Pág.Página 28
Página 0029:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 29 Sr. Deputado, deixo-lhe três perguntas muito breves.
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 59 30 Essa é a grande questão, que o Sr. Depu
Pág.Página 30
Página 0031:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 31 O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Isso é para os incum
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 59 32 longo dos 38 anos de Portugal democrático. Mai
Pág.Página 32
Página 0033:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 33 Os senhores promovem e obrigam a uma avaliação do patrim
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 59 34 Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Posso con
Pág.Página 34
Página 0035:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 35 O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente,
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 59 36 O Sr. Mota Andrade (PS): — Acho que o S
Pág.Página 36
Página 0037:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 37 O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr. Presidente, nada do que e
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 59 38 exatamente as vossas palavras?! Quem vai acred
Pág.Página 38
Página 0039:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 39 Sr.as e Srs. Deputados, com esta lei, que procura
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 59 40 Entretanto, reassumiu a presidência a Presiden
Pág.Página 40
Página 0041:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 41 Depois, vem a questão dos cinco anos. Já é duvidoso que
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 59 42 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é
Pág.Página 42
Página 0043:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 43 Vamos, então, passar à votação, na generalidade, do proj
Pág.Página 43