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29 DE MARÇO DE 2014

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O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Os senhores condenariam Portugal, não a um período de restrições — se

resolvermos o problema, permitirá recuperar confiança e rendimento —, mas a um período de pobreza

estrutural e de isolamento em plena globalização. Nessa matéria, na verdade, não nos podemos entender,

porque temos pontos de vista doutrinários completamente diferentes.

Para poder fazer uma melhor gestão do tempo do Governo, responderei ao Sr. Deputado Nuno Reis

quando responder ao próximo bloco de perguntas.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — A proposta que atribui ao PCP é falsa!

A Sr.ª Presidente: — Segue-se um novo conjunto de quatro perguntas.

Para o efeito, tem a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados,

estamos agora a mês e meio do fim da troica e não deixa de ser uma novidade bem-vinda discutirmos quer a

troica, quer o pós-troica. E o pós-troica em particular porque, durante muitos meses, a oposição recusou-se a

discuti-lo e durante muitos meses recusou-se, até, a admitir que existiria um pós-troica. Agora, pelo menos, já

admite que existe e até já o quer discutir.

O Sr. António Filipe (PCP): — O pós-troica?!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Vamos começar pelo princípio, o balanço da troica.

Muitas vezes, ao longo deste tempo, o CDS chamou a atenção para a diferença e para o divórcio que havia

entre os discursos dos responsáveis pelas instituições e aquilo que era a atuação inflexível dos técnicos no

Governo.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Mais: muitas vezes chamou a atenção para o facto de a Europa estar

a correr atrás dos problemas, ao invés de os evitar. Mas também é verdade que, durante este tempo, o CDS e

o Governo souberam lutar e reivindicar pelos interesses de Portugal com atos, com atos consequentes e não

com palavras vãs e de grande eloquência, e essa é uma diferença que nos separa e que não devemos

esquecer.

Quanto ao pós-troica, em que, desta vez, teremos Europa sem o FMI, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, sabemos

que muito se fala de reivindicação. Mas sabemos que, se o fim da troica significa o fim do protetorado —

porque, de facto, significa e só não o vê quem não quer ver a realidade —, também sabemos que não significa

irresponsabilidade.

É que nós sabemos (e desculpem-me a expressão) que o dinheiro não cresce nas árvores. Nós sabemos

que os países onde as pessoas vivem melhor, os países que são mais prósperos, ao contrário do que os

senhores dizem, são os países que têm finanças mais saudáveis.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — E sabemos que os países onde se aplicam as receitas que aqui são

defendidas, dia após dia, são países em que as pessoas vivem muito pior do que vivem em Portugal.

Sabemos que, se tivéssemos seguido o caminho que a oposição defendia, se tivéssemos feito como a

Grécia, se tivéssemos reestruturado como a Grécia, se tivéssemos batido o pé como a Grécia, estaríamos,

hoje em dia, muito pior do que estamos.

Ainda bem que o Governo não o fez, e não seguiu os vossos conselhos e as vossas reivindicações.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

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