I SÉRIE — NÚMERO 14
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 7 minutos.
Podem ser abertas as galerias.
Antes de darmos início à ordem do dia, peço ao Sr. Deputado Duarte Pacheco o favor de ler o expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e foram
admitidas, as seguintes iniciativas legislativas: propostas de lei n.os
253/XII (4.ª) — Aprova as Grandes Opções
do Plano para 2015 e 254/XII (4.ª) — Aprova o Orçamento do Estado para 2015, que baixam a todas as
Comissões, sendo competente a 5.ª Comissão; e apreciação parlamentar n.º 117/XII (4.ª) — Relativa ao
Decreto-Lei n.º 150/2014, de 13 de outubro, que clarifica o regime aplicável à prática de atos processuais
enquanto se mantiverem os constrangimentos ao acesso e utilização do sistema informático de suporte à
atividade dos tribunais (Citius) (PCP).
Em termos de expediente, é tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Muito obrigada, Sr. Deputado.
Vamos, então, dar início à ordem do dia de hoje, que consiste num debate político, por marcação do PSD,
sobre Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade, conjuntamente com a apreciação do projeto
de resolução n.º 1133/XII (4.ª) — Aprofundar a proteção das crianças, das famílias e promover a natalidade
(PSD).
Para abrir o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Leal Coelho, do PSD.
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Devemos dar início a este
debate com a apresentação de dados objetivos que permitam promover o aprofundamento de uma reflexão
prospetiva sobre alguns problemas estruturantes da sociedade portuguesa. Para o efeito, impõe-se começar
por identificar os problemas que aqui trazemos na extensão e complexidade que a sua dimensão estrutural
impõe e, simultaneamente, avaliá-los nas suas implicações para um período de tempo que nos permita
percecionar o futuro e construir cenários prováveis para o seu desenvolvimento.
O envelhecimento da população portuguesa e a análise da sua principal causa, a baixa natalidade,
constituem hoje questões centrais para a construção do nosso futuro coletivo. Vejamos os dados objetivos.
A situação demográfica portuguesa, expressa nos resultados do último recenseamento, realizado em 2011,
assinala uma conjunto de alterações demográficas, entre as quais: o crescimento moderado de habitantes; a
redução de nascimentos; o aumento progressivo de idosos em razão do aumento da esperança de vida; e,
ainda, uma variação dos movimentos migratórios.
De acordo com as perspetivas do INE para 2060, a uma distância de 46 anos, a variação da população e
as alterações demográficas estruturais, a par da variação migratória, irão afetar de forma acentuada —
acrescento, dramática — o progresso da população para as próximas décadas e, consequentemente, as
condições de sustentabilidade e a capacidade produtiva de Portugal.
Os dados do INE indicam o seguinte: «Face ao decréscimo da população em idade ativa a par do aumento
da população idosa, o índice de sustentabilidade potencial (isto é, do quociente entre o número de pessoas
com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos e o número de pessoas com 65 anos ou mais) poderá
diminuir de forma acentuada: em Portugal, entre 2012 e 2060, este índice passará de 340 para 149 pessoas
em idade ativa por cada 100 idosos, no cenário central, valor que pode reduzir-se até 111 pessoas em idade
ativa por cada 100 idosos no cenário baixo».
Neste estudo do INE, as projeções demográficas para 2060 apontam para valores mínimos de 6,3 milhões
de habitantes num cenário baixo de migrações e fecundidade e para entre 8,5 e 9,2 milhões de habitantes no
cenário oposto.
As projeções que acabei de enunciar reportam ao período considerado entre 2012 e 2060. Acontece que,
decorridos dois anos das projeções apresentadas pelo INE, verifica-se que a evolução se tem posicionado
num nível substancialmente inferior ao cenário baixo, que apontava para a estimativa de 6,3 milhões de
habitantes e para um índice de sustentabilidade potencial, em cenário baixo, na ordem dos 111 ativos por 100