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I SÉRIE — NÚMERO 42

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Mas não se confundam as coisas! O facto de apreciarmos e respeitarmos os vencedores não significa que

confundamos aquilo que defendemos e que não saibamos quais são os nossos parceiros. Na Grécia, os

nossos parceiros não são o Syriza, são outros, é outro partido, Sr. Deputado Miguel Santos,…

Vozes do PSD: — Ah!

O Sr. VitalinoCanas (PS): — … e não é pelo facto de esse outro partido ter tido um mau resultado, não ter

sabido protagonizar um projeto de mudança que deixamos de ser camaradas desse partido e de lhe endereçar

daqui as nossas saudações.

Na Grécia, o projeto de mudança que venceu foi o do Syriza. É mais uma demonstração de que, na

Europa, se pretende mudança. Não é a primeira demonstração, ao contrário do que alguns quiseram fazer

pensar, já houve outras, já houve outras na França, já houve outras na Itália, já há uma, muito concreta, com

as alterações que a Comissão Europeia tem imprimido no seu rumo. Há outras indicações de vontade de

mudança na Europa e esta é mais uma que respeitamos.

As mudanças podem ser boas ou más. Seria uma má mudança, por exemplo, se a Sr.ª Marine Le Pen

vencesse em França. E, por acaso, existe alguma cumplicidade entre a Sr.ª Marine Le Pen e os vencedores

na Grécia. Esperemos que essa cumplicidade seja apenas aparente.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Isso é falso!

O Sr. VitalinoCanas (PS): — Seria uma má mudança se tivesse vencido o projeto dos que se coligaram

com o Syriza, na Grécia. Mas esperemos que seja uma boa mudança, seja a mudança que o povo grego quer

que se imprima, que vá no sentido certo, e esperemos que essa mudança se venha juntar a todas as que já

estão a ser feitas na Europa.

Os primeiros sinais que vêm da Grécia são os que nos criam expectativa, são sinais de pragmatismo, de

moderação. Esperemos que a Europa saiba responder a esses sinais, também com pragmatismo e

moderação, no sentido de corresponder à vontade do povo grego, e que haja possibilidade de se atingir um

equilíbrio entre aquelas que são as pretensões do povo grego e aquelas que são as pretensões que vêm da

Europa.

Mas, Sr. Deputado António Filipe, em relação ao Partido Comunista e às suas posições, o Syriza, na

Grécia, teve uma evolução. O Syriza defende hoje, claramente, que a Grécia deve permanecer na zona euro

e, segundo diz, vai lutar por isso.

Aquilo que lhe queria perguntar, Sr. Deputado, tem a ver com a posição do PCP, que tem sido ambígua. O

PCP não tem defendido com clareza a permanência de Portugal no euro.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Ah, não?! A nossa posição é claríssima!

O Sr. VitalinoCanas (PS): — O que lhe queria perguntar, Sr. Deputado, é se agora, com esta evolução do

Syriza, o PCP também vai imprimir uma evolução nas suas políticas e vai deixar de ser ambíguo em relação a

isso.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. AntónioFilipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Vitalino Canas, agradeço-lhe também

cordialmente as felicitações que me dirigiu.

Sr. Deputado, quando um Deputado do Partido Socialista se refere ao PCP e considera que temos uma

posição ambígua, isso até me dá vontade de rir, vindo de onde vem.

Risos de Deputados do PSD.

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