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29 DE JANEIRO DE 2015

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como reage em Portugal a qualquer crítica que ponha em causa a sua obstinação em conduzir o País para o

abismo. O que inquieta o Primeiro-Ministro é que as eleições gregas são a antevisão da sua própria derrota.

O discurso do fim da crise com que o PSD e o CDS se procuram enfeitar a pensar nas próximas eleições e

a ideia de que Portugal, por ter seguido à risca as medidas desastrosas que acordou com a troica, ganhou a

confiança dos mercados não resistem ao confronto com a realidade. A realidade é que o País está mais injusto

e os portugueses que têm sido duramente fustigados pela política do Governo têm consciência disso.

Os gregos derrotaram a austeridade nas urnas e os portugueses terão a oportunidade de o fazer em breve.

Só não o fizeram ainda porque há uma maioria e um Governo que se agarram desesperadamente ao poder e

um Presidente que se recusa obstinadamente a devolver quanto antes a palavra aos portugueses.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. António Filipe (PCP): — Poderão adiar a derrota por mais uns meses, mas não poderão impedir os

portugueses de continuar a luta contra as políticas de direita e de construir uma alternativa política baseada na

defesa dos reais interesses do povo e do País.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado António Filipe, inscreveram-se, para fazer perguntas, os Srs.

Deputados Miguel Santos, do PSD, Nuno Magalhães, do CDS-PP, Vitalino Canas, do PS, José Luís Ferreira,

de Os Verdes, e Cecília Honório, do Bloco de Esquerda.

Uma vez que pretende responder um a um, tem, desde já, a palavra o Sr. Deputado Miguel Santos, do

PSD.

O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr.ª Presidente. Sr. Deputado António Filipe, gostaria de começar por dizer,

perante esta Câmara, que o desejo que temos é o de que as coisas corram bem na Grécia e corram bem para

os gregos; caso contrário, teremos um povo ainda mais sofredor, com certeza, e teremos transformado o

resultado eleitoral na Grécia, no passado domingo, naquilo que pode muito bem ser uma verdadeira tragédia

grega.

Posto isto, Sr. Deputado, o que gostava de notar é este esforço, talvez incompreensível, de os partidos da

oposição tentarem colar-se à vitória do Syriza, na Grécia.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Está enganado!

O Sr. Miguel Santos (PSD): — Digo incompreensível, Sr. Deputado, e vou explicar-lhe o meu ponto de

vista.

O Partido Comunista Português tem o seu homólogo na Grécia, o Partido Comunista Grego — aliás, com

uma ideologia ainda muito ortodoxa, tal como a vossa, e ainda sem resolver verdadeiramente o problema

ideológico resultante da queda do bloco soviético, tal como o Partido Comunista Português —, do qual

resultaram vários refratários, «desertores», da vossa ortodoxia da queda pós-soviética, e que constituíram

outros partidos e outros movimentos, nomeadamente os senhores que se sentam à vossa esquerda e o Syriza

a quem os senhores agora se querem colar.

Depois, temos o Bloco de Esquerda a tentar colar-se à vitória do Syriza na Grécia, naturalmente porque

querem tirar algum tipo de proveito eleitoral. Aliás, o Bloco de Esquerda apresentou o grande trunfo eleitoral

do Syrisa, que foi a Sr.ª Deputada, uma das seis dirigentes do Bloco de Esquerda, que apanhou um avião para

ir a Atenas… Tive oportunidade de vê-la, numa fotografia, segurando um cartaz de apoio ao Syriza.

Porventura, terá sido o último trunfo eleitoral do Sr. Tsipras,…

Protestos da Deputada do BE Helena Pinto, batendo com as mãos no tampo da bancada.

… mas que, eventualmente, não foi suficiente para chegar à almejada maioria!

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