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I SÉRIE — NÚMERO 45

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Srs. Deputados da maioria! O aumento da pobreza e dos pobres, em Portugal, resulta de uma opção política

clara deste Governo, a opção de ir para além da troica, e tem um nome e um rosto — o Primeiro-Ministro

Pedro Passos Coelho!

Aplausos do PS.

Foi o Sr. Primeiro-Ministro quem assumiu logo, desde o início, a vontade de «surpreender e ir mais além do

acordo com a troica». O aumento dos portugueses e das portuguesas em situação de pobreza e o

agravamento da intensidade da pobreza dos que já eram pobres são a consequência direta da opção deste

Governo, liderado por Passos Coelho e Paulo Portas, de surpreender e ir mais além da troica. Pode não ter

surpreendido, mas é verdade que foi bem mais além da troica!

Em 2012, onde o Memorando previa um esforço de 4,8 mil milhões, o Governo — este Governo — cortou

9,6 mil milhões de euros, ou seja, mais 4,8 mil milhões de euros do que estava previsto: o dobro do que estava

previsto!

Em 2013, onde o Memorando previa 2,8 milhões de euros, o Governo — este Governo — cortou 5,8 mil

milhões de euros, ou seja, mais 3 mil milhões de euros do que estava previsto!

Ninguém duvide que a opção deste Governo de cortar, entre 2012 e 2013, mais quase 8000 milhões de

euros do que estava previsto no Memorando não está, não pode estar, desligada do crescimento da pobreza:

quase mais meio milhão de portugueses e portuguesas.

Aplausos do PS.

Mas, vejamos o que aconteceu à desigualdade na distribuição de rendimentos em 2013. Mais uma vez, os

números são dramáticos: os 10% dos portugueses mais pobres têm, hoje, 11,1% menos rendimentos do que

os 10% dos portugueses com mais rendimentos. Se este número, por si só, impressiona, ele torna-se ainda

mais dramático quando comparado com 2011, onde o rendimento dos 10% mais ricos era 10 vezes superior

ao rendimento dos 10% mais pobres.

Também aqui, e mais uma vez, o aumento das desigualdades em Portugal não é fruto do acaso nem um

efeito inesperado de uma qualquer política que correu menos bem. Não, Sr.as

e Srs. Deputados da maioria! O

aumento das desigualdades, em Portugal, resulta de uma opção política clara deste Governo: a opção da

austeridade expansionista e da desvalorização salarial; a opção de reduzir os salários e as pensões a todo o

custo! E essa política teve um rosto e uma direção: a do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho!

Sr.a Presidente, Sr.

as e Srs. Deputados: Olhemos ainda para os dados da pobreza analisando a sua

evolução por grupos. Mais uma vez, a realidade é severa: a pobreza aumentou em todos os grupos!

Mais uma vez, e como em 2012, o aumento do risco da pobreza foi maior para as crianças. Em 2013, 470

000 crianças estavam em situação de pobreza! Há mais de uma década que o risco de pobreza das crianças

não era tão elevado!

Se olharmos para a situação das famílias, vemos que a incidência da pobreza aumentou, essencialmente,

nas famílias com filhos! O risco agrava-se, claramente, quando analisamos os dados das famílias

monoparentais, estando associado a este dado o facto de a pobreza atingir mais mulheres do que homens!

Mas aumentou também o risco de pobreza para as pessoas desempregadas, como aumentou o risco de

pobreza para as pessoas que trabalham, mas cujo rendimento não é suficiente para as tirar da situação de

pobreza.

Finalmente, falo dos idosos! Sr.as

e Srs. Deputados da maioria, a pobreza também aumentou nos idosos! E,

se usarmos os dados da pobreza ancorada em 2013, verificamos que há mais 70 000 idosos pobres; e entre

2011 e 2013, há mais 130 000 idosos pobres.

Mais uma vez, o aumento da pobreza nas crianças, nas famílias com filhos, nos desempregados, nas

pessoas que têm emprego e nos idosos, não é fruto do acaso nem um efeito indesejado de uma qualquer

política que correu menos bem! Não, Sr.as

e Srs. Deputados da maioria! O aumento da pobreza em todas

estas pessoas é o resultado de uma opção política clara deste Governo: a de fazerem dos cortes nas políticas

sociais uma parte substancial da estratégia da austeridade expansionista com que quiseram surpreender a

troica! Também aqui esta estratégia tem responsáveis: Passos Coelho e Paulo Portas!

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