I SÉRIE — NÚMERO 61
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Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Estava mesmo a ver-se!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E foi muito importante que numa ocasião difícil, em que tantos não
acreditavam que o País pudesse vencer a crise, estes investidores chineses tenham ajudado Portugal e
tenham permitido, como alguém dizia também — obviamente, refiro-me ao Secretário-Geral do Partido
Socialista —, que o País hoje esteja muito melhor do que estava há quatro anos.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Vozes do PS: — Não, não!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não há por aí, estou certo, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, crítica a estes
investidores chineses que acreditaram em Portugal, como muito bem reconhecia o Dr. António Costa.
Em relação à questão do imobiliário, também tenho ouvido dizer muitas vezes que o imobiliário não é
reprodutivo, não gera riqueza. Mas, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, isso seria um bocado no pressuposto que as
casas aparecem feitas por si próprias,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!…
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … que não há pessoas a construir as casas, não há um mercado
imobiliário em Portugal, que estava parado e que estes vistos gold muito ajudaram a reanimar, que não há
pessoas que têm de fazer a manutenção dessas casas, que os compradores das casas não deixam impostos
em Portugal, não pagam impostos em Portugal.
Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Portanto, é absolutamente justo que quem compre uma casa, para
mais deste valor, tenha autorização de residência em Portugal.
Por outro lado — e esta é mais uma pergunta concreta, Sr. Vice-Primeiro-Ministro —, tem sido muito
referido que o terceiro pilar, por assim dizer, o investimento na criação de emprego e de empresas, está muito
aquém das transferências de capital e muito mais aquém ainda em relação ao imobiliário.
Pedia-lhe, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, uma explicação sobre isto, sendo que me parece que pode ter a ver
— mas enfim, sobre isso, o Sr. Vice-Primeiro-Ministro o dirá — com o facto de existirem outros programas com
outra atratividade e até mais interessantes do que este, o que poderá ser, obviamente, a explicação para este
facto. Mas deixo-lhe esta pergunta.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Já vai dando meia resposta!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Para concluir, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, com a autorização dos Srs.
Deputados das outras bancadas, queria dizer-lhe que, perante um programa que teve problemas, em que
apareceram dificuldades, irregularidades e até suspeições, há dois caminhos possíveis: um é reformulá-lo,
melhorá-lo e torná-lo mais eficaz e o outro é acabar com ele.
Quando encontramos fraudes, como encontrámos no passado, ao regime do rendimento mínimo, não vi
ninguém propor que se acabasse com o rendimento mínimo; quando encontramos fraudes, por exemplo, nos
serviços e no negócio dos medicamentos, ninguém propôs acabar com as comparticipações aos
medicamentos. Obviamente que a solução não é acabar, é melhorar, é mudar, é tornar o regime mais eficaz.
Penso que é isso que o Governo está a fazer nessa matéria.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.