O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2 DE MAIO DE 2015

43

sem laboratórios isentos, não há maneira de fazer contraditório relativamente a um conjunto de estudos e de

matérias, e isso deixa nas mãos das multinacionais que vendem estes produtos que sejam elas a terem a

única palavra sobre os mesmos. Por isso, os laboratórios públicos eram também o garante da salvaguarda da

saúde e do ambiente no nosso País e estão a ser destruídos.

Por último, este caso do glifosato põe a nu que as consequências da ação das multinacionais do

agronegócio é uma matéria em que há uma espécie de Tratado de Tordesilhas, para divisão do mundo entre a

Monsanto e a Syngenta sobre esta matéria, em que a atividade agrícola fica muito dependente dos seus

produtos.

Veja-se que, neste caso, a Monsanto comercializa o glifosato, mas também os organismos geneticamente

modificados (OGM) que são resistentes a este produto.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. João Ramos (PCP): — Por outro lado, o glifosato que a Monsanto comercializa parece ter

consequências para a saúde humana mas, depois, temos ainda o problema de que a agricultura não tem

outras soluções para além do glifosato.

Está aqui, claramente, montado um problema relativamente a esta matéria, e trata-se de um problema que

não é de fácil resolução.

O Sr. David Costa (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Ramos (PCP): — Claramente, não é um problema de fácil resolução, mas é um bom exemplo

de que o modelo do agronegócio que se tem vindo a instalar no nosso País não serve nem os interesses do

País nem os interesses dos portugueses.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. João Ramos (PCP): — Termino Sr. Presidente, dizendo que, pelo atrás exposto, é necessário fazer

algo — e há muito a fazer — para libertar o País deste tipo de situações.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.a Deputada Helena

Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Penso que os argumentos estão expostos,

mas alguns são, infelizmente, do nosso ponto de vista, muito pouco sustentáveis.

Sr.a Deputada Maria José Moreno, tenho de lhe dizer uma coisa: os efeitos terapêuticos da cannabis em

doentes com cancro são bem conhecidos e inquestionáveis a nível mundial! Em relação ao glifosato, já não

podemos dizer o mesmo. Certo, Sr.a Deputada?! Portanto, vamos lá a acertar nos argumentos para este

debate.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Lamento que o Sr. Deputado Abel Baptista tenha dito que existem estudos

que desmentem os perigos deste pesticida e que até tenha dito que as instituições europeias, no caso a

Agência Europeia de Segurança Alimentar está a fazer os estudos necessários para o desmentir.

Ora, Sr. Deputado, deixa-me preocupada. Então o estudo não será independente?! Pelo menos, vamos

esperar pelo resultado do estudo, não vamos já antecipar a sua conclusão! Ou fazemos como os outros

estudos, encomendados pela indústria, pelas multinacionais e pela Monsanto, que se recusam a dar os dados

e os resultados para serem objeto de uma fiscalização independente!

Páginas Relacionadas
Página 0057:
2 DE MAIO DE 2015 57 Votamos agora os restantes pontos do projeto de resoluç
Pág.Página 57