O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4 DE MARÇO DE 2017

7

Precisamos de mais integração na questão migratória, em particular no sistema comum de asilo, na gestão

das fronteiras externas e na segurança interna.

Em bom português, se sabemos o que devemos fazer não vale a pena inventar. Mas os Estados e os povos

europeus têm de continuar a ser eles os protagonistas não só da discussão, mas da vida constitucional da

Europa. O modelo de integração realista tem de basear-se nos Estados e nos povos e não contra eles e também

não recorrendo à construção de um superestado que se lhes sobreponha.

É aqui que vemos o realismo como um valor político fundamental e central. O realismo não é pessimismo

derrotista, pelo contrário o realismo censura o pessimismo, a sua fraqueza e a sua complacência, mas o realismo

também não é deslumbramento cego e, portanto, não pode patrocinar fugas para a frente. Cada passo que

dermos adiante tem de ser firme, firme nos pressupostos, nos propósitos, nos apoios políticos e nos meios a

utilizar. No passado, já tivemos fragilidades que bastassem.

É, portanto, um erro supor que o caminho é o da hiperintegração rumo a um superestado federal. O excesso

de voluntarismo pode provocar, na melhor das hipóteses, frustração e ressentimento, mas, na pior das hipóteses,

a desintegração a prazo da União Europeia. Entre o retrocesso institucional e o federalismo há um justo meio

realista de integração, e é desse que precisamos para uma Europa que faça sentido e que atenda aos problemas

concretos.

Mas só teremos uma Europa dessas com base na assunção clara e comprometida não apenas de uma

responsabilidade comum e solidária, mas também das responsabilidades nacionais, onde muito está por fazer,

como aliás, o Presidente da Comissão Europeia disse no seu discurso no Parlamento Europeu. Sem essa dupla

responsabilidade, clara e comprometida, não sairemos deste impasse, com os perigos que são previsíveis.

Nas próximas semanas celebraremos o sexagésimo aniversário do Tratado de Roma. Há razões para

celebrar esse aniversário. Reparem que, neste aspeto, a Europa que temos é romana: ela nasce em Roma e

agora a Roma regressa para celebrar o seu próprio aniversário.

Não resisto a partilhar com a Câmara uma observação que li nestes dias, com ironia, é verdade, mas que diz

respeito ao mote da Comissão Europeia para toda esta discussão. O mote foi: Quo vadis, Europa? — para onde

vais, Europa? Toda a gente conhece de onde vem a expressão «quo vadis?». É a tradução latina de uma

passagem dos Atos de Pedro, em que o apóstolo Pedro está a fugir de Roma com medo da perseguição, e em

que encontra Cristo, ressuscitado, evidentemente. E Pedro pergunta a Jesus: «Quo vadis?» E Jesus responde:

«Vou para Roma para ser cruxificado uma segunda vez».

Agora digo eu: é bom que a Europa, que agora regressa a Roma, não vá ser posta na cruz, mas que encontre

lá a sua salvação.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados,

Sr. Ministro, segundo conseguimos perceber — aliás, o Sr. Ministro confirmou-o na sua intervenção inicial —,

as prioridades da Presidência maltesa vão assentar sobretudo nas questões da migração, da segurança, do

mercado único, da inclusão social, da política de vizinhança e do setor marítimo. É exatamente sobre estas

prioridades, mais concretamente sobre a migração, que incide uma minha primeira questão.

Sr. Ministro, quando falamos em ampliar a relação com os países do Norte de África, com o objetivo de

melhorar a gestão da migração para a Europa, do que é que estamos a falar? Temos fundados receios de que

esta prioridade de melhorar a gestão da migração para a Europa se reduza a pagar ao porteiro para não deixar

entrar ninguém, tal como aconteceu, aliás, na Turquia. Os Verdes acham que seria importante que o Sr. Ministro

se pronunciasse sobre esta matéria e sobre a forma como se pretende melhorar esta gestão de migração para

a Europa.

Sr. Ministro, a presidência maltesa vai atravessar os 60 anos da assinatura do Tratado de Roma, e

consideramos que seria uma boa oportunidade para olhar para trás e repensar o futuro da Europa, desta Europa

que está desgastada e nada solidária, que decide em função dos grandes interesses económicos e sempre a

favor dos seus membros mais fortes, uma Europa que deixou há muito de ser dos pobres para passar a ser um

instrumento do neoliberalismo.

Páginas Relacionadas
Página 0003:
4 DE MARÇO DE 2017 3 O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Go
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 59 4 renegociação da dívida, de forma unida, com os
Pág.Página 4
Página 0005:
4 DE MARÇO DE 2017 5 O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 59 6 Também não deixámos de notar o nosso desapontam
Pág.Página 6
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 59 8 Consideramos que a reflexão sobre o futuro da U
Pág.Página 8
Página 0009:
4 DE MARÇO DE 2017 9 Aplausos do PCP. O Sr. Presidente (Jorge Lacão):
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 59 10 Portugal tem à-vontade para falar desta matéri
Pág.Página 10
Página 0011:
4 DE MARÇO DE 2017 11 ideia e a política de uma Europa a duas velocidades, não é de
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 59 12 Presidência maltesa da União Europeia. As pres
Pág.Página 12
Página 0013:
4 DE MARÇO DE 2017 13 Económica e Monetária, tal como projetada no Relatório dos Ci
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 59 14 Aplausos do PSD. Protestos do Dep
Pág.Página 14
Página 0015:
4 DE MARÇO DE 2017 15 O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros: — Mas o cenário qua
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 59 16 sujeitos devido à exposição a campos eletromag
Pág.Página 16
Página 0017:
4 DE MARÇO DE 2017 17 Atualmente, vivemos cercados de campos eletromagnéticos, seja
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 59 18 uma lei para dizer que o problema está resolvi
Pág.Página 18
Página 0019:
4 DE MARÇO DE 2017 19 O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 59 20 trabalhadores, para que de forma mais fácil e
Pág.Página 20
Página 0021:
4 DE MARÇO DE 2017 21 O Sr. Deputado diz que esta proposta fica aquém daquilo que s
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 59 22 que se possa fazer para melhorar a segurança r
Pág.Página 22
Página 0023:
4 DE MARÇO DE 2017 23 O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 59 24 São evidentes e notórias as dificuldades verif
Pág.Página 24
Página 0025:
4 DE MARÇO DE 2017 25 O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para encerrar este debate,
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 59 26 O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente,
Pág.Página 26
Página 0027:
4 DE MARÇO DE 2017 27 plataforma de intercâmbio de dados relativos aos proprietário
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 59 28 Risos do Deputado do PS Filipe Neto Brandão. <
Pág.Página 28
Página 0029:
4 DE MARÇO DE 2017 29 Para concluir, deixo esta ideia: estamos a passar de um cenár
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 59 30 aqui são registos públicos e, portanto, aquilo
Pág.Página 30
Página 0031:
4 DE MARÇO DE 2017 31 Submetido à votação, foi aprovado com votos a favor do PSD, d
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 59 32 O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma in
Pág.Página 32
Página 0033:
4 DE MARÇO DE 2017 33 … curvar-se perante a arrogância da Sr.ª Embaixadora e pedir-
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 59 34 propriamente uma matéria de atualidade, como a
Pág.Página 34
Página 0035:
4 DE MARÇO DE 2017 35 O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — A história não pode ser ignor
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 59 36 Vozes do BE: — Muito bem! O Sr.
Pág.Página 36
Página 0037:
4 DE MARÇO DE 2017 37 Importa também referir que os Parlamentos da Argentina, Áustr
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 59 38 O Sr. Paulo Neves (PSD): — Sr. Presidente, é p
Pág.Página 38
Página 0039:
4 DE MARÇO DE 2017 39 Plenário dois representantes do Conselho Nacional da Juventud
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 59 40 Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e
Pág.Página 40
Página 0041:
4 DE MARÇO DE 2017 41 Também em votação global, vamos votar a proposta de resolução
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 59 42 O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presid
Pág.Página 42
Página 0043:
4 DE MARÇO DE 2017 43 O Sr. Luís Moreira Testa (PS): — Mas, vejamos, durante este p
Pág.Página 43
Página 0044:
I SÉRIE — NÚMERO 59 44 O Sr. João Oliveira (PCP): — Perceberam a pate
Pág.Página 44
Página 0045:
4 DE MARÇO DE 2017 45 O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Heitor Sousa
Pág.Página 45
Página 0046:
I SÉRIE — NÚMERO 59 46 A grande diferença é esta: perante casos de ex
Pág.Página 46
Página 0047:
4 DE MARÇO DE 2017 47 Vozes do PS: — Exatamente! O Sr. Luís Moreira T
Pág.Página 47
Página 0048:
I SÉRIE — NÚMERO 59 48 O Sr. Presidente: — Fica registado. O S
Pág.Página 48