11 DE MARÇO DE 2017
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Protestos do PSD e do CDS-PP.
Srs. Deputados, peço que façam silêncio para, agora, sim, o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim poder
intervir.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Sr. Presidente, pretendo defender a honra da bancada.
O Sr. Presidente: — O motivo é o mesmo invocado pelo Deputado Telmo Correia?
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Sim, Sr. Presidente, é pela mesma razão.
O Sr. Presidente: — Faça favor.
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Sr. Presidente, faço um pedido de defesa da honra da bancada para
o qual, pelos vistos, o Sr. Deputado Jorge Costa, do Bloco de Esquerda, já tem a resposta antes mesmo de me
ouvir. Enfim, isso não nos surpreende.
Sr. Deputado, seria bom que, com muita serenidade, neste Parlamento, não se agitassem fantasmas, os
fantasmas que não existem. Não é como aquele ditado espanhol que diz «no creo en brujas, pero que las hay,
las hay». Não existem! E não existe nenhuma extrema-direita organizada, nem milícias, nem esse conjunto de
disparates que foram agitados pela sua bancada.
Vozes do PCP: — Ai não?!
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Sr. Deputado Jorge Costa, essa ideia de querer colar uma imagem
a forças democráticas que estão neste Parlamento e que sempre estiveram desde a fundação da democracia
não cola e nem sequer merece resposta.
As únicas forças radicais e extremistas em relação às quais, pelos vistos, cada vez mais cai a máscara
perante situações, como disse há pouco, sintomáticas como esta, em que o que está em causa é a liberdade
de expressão — e a liberdade de expressão nasceu para que possamos ouvir aqueles com quem não
concordamos, é para isso que ela serve —, são a da bancada do Bloco do Esquerda, como se está a ver neste
debate.
Protestos do BE e do PCP.
Sr. Deputado, deixe-me recordar que, com o argumento…
Continuação de protestos do BE e do PCP.
O Sr. Presidente: — Peço que se faça silêncio para que haja possibilidade de o orador terminar o pedido de
defesa da honra da bancada.
Faça favor de prosseguir, Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim.
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — O argumento da tranquilidade e da segurança serviu na história — e
até na história política portuguesa — para silenciar as vozes discordantes. Salazar fez isso muitas vezes,
invocando o argumento de que não poderíamos ouvir essas vozes porque isso iria criar tumulto, turbulência,
alteração de ordem pública.
E agora o Bloco de Esquerda, tal como o Partido Socialista, tendo em conta a declaração que fez há pouco,
vem defender uma situação desse jaez?!
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo.