O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 63

6

Somos confrontados com notícias de que o Sr. Primeiro-Ministro toma as decisões certas pelos motivos

errados. Afinal, a revisão curricular já não avança, não porque é um clamoroso erro, mas, sim, porque o Primeiro-

Ministro não quer pôr em risco o resultado nas eleições autárquicas. Confirma-se, assim, o pior da política: os

superiores interesses dos alunos sujeitos à agenda partidária do Secretário-Geral do Partido Socialista.

É uma pouca-vergonha! A política educativa subordinada ao calendário eleitoral do Partido Socialista.

É isto que a educação precisa? Não! Exigimos melhor. Exigimos uma política coerente, competente, exigente

e incrementalista, que não coloque em causa os resultados alcançados.

Este Ministro já não se endireita. Ele até pode ser muito útil para o equilíbrio político da geringonça, mas é

desastroso para a educação, trazendo de volta o tempo das trevas, após anos de luz.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Inscreveram-se quatro Sr.as Deputadas para pedir

esclarecimentos, tendo o Sr. Deputado Pedro Alves informado a Mesa que responderá em conjunto.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Susana Amador.

A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, Sr. Deputado Pedro

Alves, eu estava a ouvi-lo e não acreditava no que estava a ouvir. É que o Sr. Deputado falou de instabilidade,

quando foram os senhores que a criaram, falou de desinvestimento, quando foram VV. Ex.as que durante quatro

anos e meio desinvestiram na escola pública e advogaram uma política de cortes, tendo retirado 1400 milhões

de euros às nossas escolas,…

Aplausos do PS.

… e falou numa teoria do caos, quando ele não existe.

Por outro lado, alteraram a matriz curricular. E fizeram-no não porque fosse necessário pensar no que era

essencial nas aprendizagens. Sabe por que é que alteraram a matriz curricular, Sr. Deputado? Sabe por que é

que decidiram alterar essa matriz, sem estudos e sem ouvir quem quer que fosse? Porque era necessário fazer

cortes na educação.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Bem lembrado!

A Sr.ª Susana Amador (PS): — Não foi a pensar em valorizar a escola pública, foi neste sentido: eu tenho

de cortar e por isso vou mudar a matriz; eu tenho de tirar professores do sistema de ensino e por isso aumento

o número de alunos por turma. Ou seja, tudo o que fizeram foi para desestabilizar a escola pública, foi para

desinvestir na escola pública, foi para desvalorizar os nossos professores e todos os agentes educativos.

Por isso, Sr. Deputado e Grupo Parlamentar do PSD, o que vos quero dizer é que nós travámos as vossas

políticas de cortes. Sim, travámo-las, em prol da estabilidade e da recuperação da escola pública. Travámos a

vossa visão centrada e bafienta nos exames, no chumbo e no insucesso,…

Vozes do PS: — Muito bem!

A Sr.ª Susana Amador (PS): — … que aumentaram com VV. Ex.as, nos períodos, nos anos e nos ciclos de

transição. E fizemo-lo pela estabilidade e pela escola pública. E travámos uma agenda de implosão — de

implosão, sim, porque Nuno Crato queria implodir o Ministério da Educação e a escola pública.

Aplausos do PS.

Fizemos tudo isto para dar estabilidade, para dar serenidade. Acima de tudo, porque acreditamos que a

escola pública é o garante da igualdade de oportunidades. Temos uma visão diferente, uma visão ideológica

diferente e fazemos uma aposta diferente na nossa escola.